A Vingança Doce da Ex-Esposa Desprezada
img img A Vingança Doce da Ex-Esposa Desprezada img Capítulo 2
3
Capítulo 5 img
Capítulo 6 img
Capítulo 7 img
Capítulo 8 img
Capítulo 9 img
Capítulo 10 img
img
  /  1
img

Capítulo 2

Dois dias depois, recebi alta do hospital.

O Pedro não apareceu.

A Dona Laura também não.

Nem uma chamada, nem uma mensagem.

Como se eu e o bebé que perdi nunca tivéssemos existido.

A minha mãe ajudou-me a fazer as malas.

Quando chegámos ao apartamento que eu partilhava com o Pedro, a porta estava trancada.

Eu tinha a minha chave, mas a fechadura tinha sido trocada.

Bati à porta.

Ninguém respondeu.

Bati com mais força.

Finalmente, ouvi passos e a voz irritada do Pedro.

"Quem é?"

"Sou eu, Pedro. A Lia."

Houve um longo silêncio.

"O que é que queres?"

"Vim buscar as minhas coisas."

"Não há nada teu aqui. Vai-te embora."

A minha mãe interveio.

"Pedro, abre a porta! A Lia tem direito a levar as suas coisas!"

A porta abriu-se um pouco.

O Pedro olhou para mim com desprezo.

"As tuas coisas? Mandei tudo para a caridade. Não quero nada teu nesta casa."

Os meus olhos percorreram o apartamento por cima do seu ombro.

Vi a Sofia sentada no nosso sofá, a abraçar o seu cão, a olhar para mim com um sorriso triunfante.

Ela estava a usar o meu roupão de seda favorito.

"Tu... deste as minhas coisas?"

"Sim. E o berço também. A Sofia vai ficar aqui por uns tempos. Ela precisa de apoio, e tu só causas stress."

O meu corpo inteiro ficou frio.

O berço.

Nós montámo-lo juntos.

O Pedro tinha pintado pequenas nuvens azuis na madeira.

Ele chorou de alegria quando o terminámos.

Agora, tinha-o deitado fora. Como se fosse lixo.

"Pedro, eu só quero as minhas roupas e os meus documentos."

"Já te disse, não há nada. Agora desaparece antes que eu chame a polícia."

Ele tentou fechar a porta, mas a minha mãe meteu o pé.

"Tu não vais fazer isto! Nós vamos chamar a polícia!"

O Pedro riu.

"Força. A casa está em meu nome. Vocês são as invasoras."

Ele empurrou a porta com força, quase entalando o pé da minha mãe.

Ela soltou um grito de dor.

Eu senti uma raiva que nunca tinha sentido antes.

"Pedro, tu vais arrepender-te disto."

Ele riu-se outra vez, do outro lado da porta.

"Ameaças? Que medo. Vai arranjar uma vida, Lia."

Ficámos ali, no corredor, a olhar para a porta fechada.

A minha mãe estava a chorar de raiva e frustração.

Eu não.

Eu estava calma.

Uma calma assustadora.

"Mãe, vamos embora."

"Mas e as tuas coisas? As tuas fotos? As recordações da tua avó?"

"São só coisas, mãe. Eu compro outras."

Mas eu sabia que não era verdade.

Eles tinham levado mais do que coisas.

Tinham levado a minha dignidade.

E eu ia recuperá-la.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022