Do Adeus à Coroa: A Jornada de Sofia
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Capítulo 5

Sofia afastou-se da coluna, o rosto uma máscara de calma. Ela caminhou de volta para o meio da festa, pegou num copo de champanhe da bandeja de um empregado e sorriu para Diogo à distância. Um sorriso amargo e cheio de uma nova e terrível determinação.

Se ele queria uma imitação, ela ia dar-lhe a realidade. Mas não da forma que ele esperava.

Mais tarde, no quarto deles, o ar estava pesado com palavras não ditas. Diogo, talvez sentindo-se culpado ou simplesmente querendo cumprir o seu dever conjugal, aproximou-se dela. Ele tentou beijá-la.

Sofia não se afastou. Ela deixou-o beijá-la, o seu corpo passivo, a sua mente a milhas de distância.

No meio do beijo, o telemóvel de Diogo tocou. Ele afastou-se para olhar para o ecrã.

Era Carolina.

Ele atendeu.

"Sim, Carolina... Acalma-te... Não, claro que não... Sim, vou já para aí."

Ele desligou e olhou para Sofia, sem qualquer sinal de desculpa no rosto.

"Tenho de ir. Um problema urgente."

Sofia apenas assentiu.

"Claro."

Ele vestiu o casaco e saiu, deixando-a sozinha na sala silenciosa.

A porta fechou-se atrás dele. Sofia ficou imóvel por um longo momento. Depois, pegou no seu próprio telemóvel. Abriu a mensagem de Tiago que tinha ignorado.

"Ainda em Lisboa?"

escreveu ela.

A resposta foi quase imediata.

"Sempre. Para ti."

"Onde estás?"

Ele enviou-lhe a morada do bar em Alfama.

"Vem ter ao meu apartamento no Chiado. A porta está aberta."

enviou ela, e depois acrescentou a morada.

Ela não esperou por uma resposta. Foi até ao seu bar pessoal e serviu-se de um copo de Vinho do Porto velho, um dos melhores da sua família. Bebeu-o lentamente, saboreando a doçura e a complexidade. Era uma despedida do seu antigo eu, da mulher que aguentava em silêncio.

Cerca de uma hora depois, ouviu a porta da frente abrir-se e fechar-se suavemente. Passos leves no corredor.

Tiago apareceu à porta do quarto. Ele não parecia um barman agora. Usava calças de ganga escuras e uma simples t-shirt preta que realçava a sua figura. O seu olhar percorreu o quarto luxuoso e depois pousou nela.

"Isto é muito mais chique do que o meu lugar."

disse ele, o seu sorriso habitual a brincar nos seus lábios.

Sofia não sorriu. Ela pousou o copo.

"Tira a roupa."

A ordem foi direta, sem emoção.

Tiago ergueu uma sobrancelha, mas o sorriso não desapareceu. Ele tirou a t-shirt lentamente, revelando um peito liso e musculado.

"Mandona. Gosto disso."

Ele aproximou-se dela, o seu corpo jovem e quente a irradiar energia. Ele inclinou-se para a beijar, mas Sofia virou o rosto.

"Isto não é sobre romance. É uma transação. Eu pago, tu ficas."

Ela abriu a gaveta da sua mesa de cabeceira e tirou o maço de notas que tinha preparado. O mesmo que tinha deixado no hotel, mas com mais dinheiro. Atirou-o para cima da cama.

Tiago olhou para o dinheiro e depois para ela. O sorriso desapareceu, substituído por uma expressão curiosa.

"Estás a tentar magoar alguém, não estás?"

perguntou ele, a sua voz suave.

"Isso não te diz respeito."

"Tudo bem."

disse ele, dando de ombros.

"Mas se vamos fazer isto, vamos fazer à minha maneira."

Antes que ela pudesse reagir, ele pegou-a ao colo e levou-a para a cama. As suas ações não foram rudes, mas firmes e cheias de uma confiança que a surpreendeu.

Naquela noite, Sofia não pensou em Diogo. Não pensou em Carolina. Não pensou em nada. Pela primeira vez em muito tempo, ela apenas sentiu.

                         

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