A Arquiteta Ignorada e Sua Ascensão
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Capítulo 3

O choque da traição de Pedro era uma ferida aberta, mais dolorosa do que a humilhação profissional. Eles estavam juntos desde a faculdade, compartilhavam sonhos, planejavam um futuro. Como ele pôde fazer isso? Por quê?

A resposta veio na manhã seguinte, da forma mais pública e cruel possível.

Laura acordou com o celular vibrando incessantemente. Eram mensagens de seus ex-colegas, de amigos da faculdade, todos enviando a mesma coisa: um print de uma postagem no Instagram.

A foto mostrava Pedro e Sofia Mendes abraçados em um restaurante caro. Ele sorria para a câmera, um sorriso vitorioso. Sofia dava um beijo em sua bochecha, a mão dela exibindo um anel de diamantes.

A legenda, escrita por Pedro, era a faca final.

"Iniciando um novo capítulo com a mulher que realmente me inspira. A futura Sra. Patterson. @SofiaMendes_Oficial #AmorVerdadeiro #Poder"

Laura sentiu o estômago revirar. A bile subiu por sua garganta. Não era apenas uma traição, era uma troca. Uma troca calculada e oportunista. Pedro a havia descartado pela filha do chefe, pelo status, pelo poder que ela representava. A rapidez com que tudo aconteceu deixava claro que aquilo não começou ontem. Ele a estava enganando há semanas, talvez meses.

Ela olhou para a foto novamente, para o sorriso dele. O mesmo sorriso que ele dava para ela. A mesma promessa de futuro que ele sussurrava em seu ouvido. Tudo uma mentira.

Ela riu. Uma risada amarga, sem humor.

"Canalha", ela murmurou para o celular. "Um canalha oportunista."

Ela finalmente entendeu o silêncio dele, a mensagem de término covarde. Ele estava ocupado, celebrando sua própria "promoção". Ele não a abandonou por causa de caminhos diferentes, ele a trocou por um atalho.

As mensagens de apoio de seus antigos colegas começaram a chegar em massa no grupo de WhatsApp que eles tinham.

"Laura, que absurdo! Não acredito que o Pedro fez isso!"

"Ele é um lixo! Sempre soube que ele era ambicioso demais."

"Estamos com você, Laura! Você é muito melhor que esses dois juntos."

O apoio deles era um pequeno bálsamo na ferida. Tia Cida ligou para ela, a voz cheia de indignação.

"Aqueles dois não valem o chão que pisam, minha filha. Você vai superar isso e vai mostrar a eles o seu valor. Não deixe que eles te derrubem."

As palavras de Tia Cida deram a Laura uma centelha de força. Ela não ia se esconder e chorar. Ela não ia dar a eles esse poder.

Dois dias depois, ela teve que voltar ao prédio da empresa para assinar os papéis da rescisão. Ela escolheu seu melhor terninho, maquiou-se com cuidado e caminhou para o prédio de cabeça erguida.

Enquanto esperava o elevador no lobby, a porta se abriu e de lá saíram as duas pessoas que ela menos queria ver.

Pedro e Sofia. De mãos dadas.

Sofia abriu um sorriso venenoso ao vê-la.

"Olha só quem está aqui. Veio pegar suas migalhas, Laura?"

Pedro teve a decência de parecer desconfortável, desviando o olhar. Mas Sofia o puxou para mais perto, possessiva.

"Não seja tímido, amor. Diga oi para a sua ex. A ex-assistente."

A provocação era barata, mas ainda assim doía.

Laura olhou diretamente para Pedro, ignorando Sofia.

"Eu realmente espero que o gosto do poder seja tão bom quanto você imaginava, Pedro. Porque o preço dele é a sua dignidade."

Pedro finalmente a encarou, o rosto contraído. "Laura, não torne as coisas mais difíceis."

"Difíceis?", Laura riu, o som ecoando no lobby silencioso. "Você não sabe o que é difícil. Difícil é olhar no espelho e ver um fraco, um vendido. Mas acho que você não tem esse problema, não é?"

Sofia interveio, a voz estridente. "Como você ousa falar assim com ele? Você tem inveja, é isso! Inveja porque ele me escolheu. Porque eu tenho tudo o que você nunca terá."

Laura finalmente se virou para Sofia, um sorriso frio nos lábios.

"Tudo? Você quer dizer um cargo que você não merece e um namorado que te trocaria pela próxima herdeira que aparecer? Não, obrigada. Eu prefiro ter algo que vocês dois desconhecem: amor próprio e uma espinha dorsal. Aproveitem bem a sua aliança de lixo. Vocês se merecem."

Antes que eles pudessem responder, Laura se virou e entrou no elevador que havia chegado, apertando o botão do andar do RH. As portas se fecharam, cortando a imagem dos dois rostos chocados e furiosos.

No elevador, sozinha, Laura permitiu que uma única lágrima de raiva escorresse por seu rosto. Ela a limpou rapidamente.

Já era o suficiente. A dor estava se transformando em outra coisa.

Uma determinação fria e implacável.

Eles achavam que a tinham derrotado. Mal sabiam eles que a guerra estava apenas começando.

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