Quando o Perdão Liberta
img img Quando o Perdão Liberta img Capítulo 5
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Capítulo 5

Fiquei ali, escondida na sombra do corredor, observando-os. O choque inicial deu lugar a uma calma gelada. Pedro se afastou de Sofia, ambos com a respiração ofegante, as roupas em desordem. A imagem deles queimou em minha mente, apagando qualquer dúvida que eu pudesse ter.

Na vida passada, eu acreditei em sua mentira. Acreditei que ele era um homem frio, talvez assexuado, que não tinha interesse em intimidade física. Eu me culpei, pensei que o problema era eu, que eu não era atraente o suficiente, desejável o suficiente. Agora eu via a verdade. O problema nunca fui eu. Ele não era desinteressado em intimidade, ele só não tinha interesse em intimidade comigo. A dor dessa realização foi aguda, mas breve. Foi como a dor de arrancar um curativo, rápida e libertadora.

Um pensamento estranho passou pela minha cabeça. De certa forma, eles se mereciam. Ele, com sua arrogância e crueldade disfarçadas de charme, e ela, com sua malícia e inveja disfarçadas de inocência. Talvez, deixá-los juntos fosse a coisa certa a fazer. Que eles se consumissem em seu próprio veneno. Com esse pensamento, uma sensação de paz me invadiu. Eu estava livre. Verdadeiramente livre daquele amor doentio.

Compondo-me, voltei para o salão principal do evento. Continuei a sorrir, a conversar com os convidados, a cumprir meu papel de noiva de Pedro Patterson. Era uma performance, e eu era uma atriz talentosa. Ninguém poderia adivinhar a tempestade que acabara de passar por mim e a decisão final que eu havia tomado.

Peguei outra taça de champanhe do garçom que passava. Dei um gole e senti um gosto estranho, um pouco amargo, mas o atribuí ao meu estado emocional. Continuei a circular pelo salão, mas depois de alguns minutos, comecei a me sentir tonta. O barulho das conversas parecia distante, as luzes brilhantes começaram a borrar. Meu corpo ficou pesado, meus membros moles. Algo estava muito errado. Isso não era álcool.

Com dificuldade, caminhei em direção a uma área mais calma, um pequeno lounge nos fundos do salão. Eu precisava sentar, precisava de ar. Cada passo era um esforço tremendo. Senti meu corpo perdendo as forças, a visão escurecendo. Eu estava caindo, mas antes que atingisse o chão, braços fortes me seguraram.

Olhei para cima, a visão turva. A figura de Pedro se focou lentamente. Seu rosto não tinha a preocupação que ele mostrara com Sofia. Tinha uma expressão sombria, determinada.

"Finalmente quieta", ele disse, a voz baixa, quase um sussurro.

"O que... o que você fez?", consegui balbuciar, minha língua pesada.

Um sorriso frio se espalhou por seus lábios. Ele me ajeitou em um sofá, o toque dele me causando arrepios de repulsa.

"Apenas algo para te acalmar. Você tem estado muito... agitada ultimamente", ele disse, ajeitando uma mecha do meu cabelo. "Você me deu um susto, sabe? Com toda essa conversa de cancelar o casamento, de culinária... Mas não se preocupe. Eu vou cuidar de tudo. Vou fazer você esquecer essas ideias bobas."

O horror me atingiu com a força de um soco. Ele tinha me drogado. O homem que deveria ser meu marido, meu protetor, tinha me drogado em um evento público para me controlar. A profundidade da sua depravação era algo que nem na minha vida passada eu tinha conseguido entender completamente.

                         

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