O Preço da Traição: Maria Paga
img img O Preço da Traição: Maria Paga img Capítulo 2
3
Capítulo 5 img
Capítulo 6 img
Capítulo 7 img
Capítulo 8 img
Capítulo 9 img
Capítulo 10 img
img
  /  1
img

Capítulo 2

No dia seguinte, Maria foi direto para a sede das Pousadas Alcântara.

Ela sabia que João e Patrícia estariam lá para uma reunião importante com investidores.

Era o palco perfeito.

Ela entrou no saguão, ignorando a recepcionista, e foi direto para a sala de reuniões.

Abriu a porta sem bater.

Todos os olhares se viraram para ela.

João se levantou de um salto, o rosto uma mistura de raiva e pânico.

"Você de novo? O que você quer?"

Patrícia, sentada ao lado dele como uma rainha, a fuzilou com o olhar.

Maria ignorou os dois e se dirigiu aos investidores.

"Senhores, meu nome é Maria Torres. A verdadeira Maria Torres."

Ela olhou para Patrícia, que se encolheu na cadeira.

"Há um boato circulando pela cidade. Dizem que a nova senhora Alcântara, que se diz ser eu, tem vergonha de sua própria caligrafia."

Um murmúrio percorreu a sala.

"Isso é ridículo", disse João. "Seguranças!"

"Não precisa de seguranças, João", disse Maria, com a voz calma e alta. "Vamos resolver isso de uma forma simples. Um teste público."

Ela se aproximou da mesa e pegou uma caneta e um papel.

"Eu desafio esta mulher", ela apontou para Patrícia, "a escrever o nome dela. Maria Eduarda Torres. Meu nome completo. E depois, eu escreverei. Deixemos que as pessoas decidam quem tem a caligrafia de alguém que cresceu no Brasil, educada por uma avó tradicional."

A sala ficou em silêncio.

Os investidores olhavam de Patrícia para Maria, curiosos.

Era um desafio direto, impossível de ignorar.

Patrícia ficou pálida como cera. Suas mãos tremiam.

"Isso é um absurdo! Não vou me prestar a esse circo!"

"Por que não?", insistiu Maria. "Está com medo?"

A pressão na sala era imensa.

Um dos investidores, um homem mais velho e respeitado, finalmente falou.

"Senhor Alcântara, talvez seja melhor acabar com isso de uma vez. É apenas uma assinatura."

João, vendo que não tinha saída, se virou para Patrícia e sussurrou.

"Faça. Escreva qualquer coisa. Apenas faça."

Tremendo, Patrícia pegou a caneta.

Sua mão pairou sobre o papel por um longo momento.

Finalmente, ela escreveu.

A caligrafia era infantil, desajeitada. As letras mal se conectavam. Parecia o trabalho de uma criança sendo alfabetizada.

Uma risada baixa soou no fundo da sala.

Patrícia jogou a caneta na mesa, o rosto vermelho de humilhação.

Maria então pegou a caneta.

Com movimentos fluidos e elegantes, ela escreveu seu nome.

A caligrafia era perfeita. Cursiva, clássica, cada letra desenhada com uma precisão artística.

Ela colocou o papel no centro da mesa, ao lado do rabisco de Patrícia.

O contraste era devastador.

Ninguém precisava dizer nada. A verdade estava ali, escrita em tinta preta sobre papel branco.

"Essa farsa não prova nada!", gritou Patrícia, desesperada. "Ela pode ter treinado isso!"

Maria a encarou.

"Treinado? Isso é quem eu sou. Agora me diga, quem é você? De onde você veio? Como conheceu João e por que roubou minha identidade?"

Maria se aproximou dela, passo a passo.

"Você achou que poderia simplesmente aparecer e tomar o que é meu? Acha que o nome da minha família é uma fantasia que você pode usar?"

A prima de Maria, Vera, que a tinha seguido até ali, interveio.

"Essa mulher é uma fraude! Eu conheço minha prima desde que nascemos!"

Patrícia, em um acesso de fúria, se levantou e empurrou Vera com força.

Vera, pega de surpresa, tropeçou e caiu, batendo a cabeça na quina da mesa.

Um pequeno filete de sangue escorreu por sua testa.

"Vera!", gritou Maria, correndo para ajudar a prima.

A sala entrou em caos.

Maria se ajoelhou ao lado de Vera, o coração disparado de preocupação e raiva.

Ela olhou para Patrícia, que agora parecia assustada com o que tinha feito.

"Você é um monstro", disse Maria, a voz baixa e carregada de ódio. "Você não só é uma mentirosa e uma ladra, mas também é violenta."

Ela se levantou, encarando João e Patrícia, sem medo.

"Vocês dois vão pagar por isso. Por cada mentira, cada humilhação, e agora, por isso."

Ela apontou para a prima caída.

"Vocês acharam que podiam me apagar, me descartar. Mas eu não vou a lugar nenhum. Eu vou expor vocês dois para toda a cidade ver quem vocês realmente são."

O discurso de Maria silenciou a sala novamente. Sua dor e sua força eram palpáveis.

Patrícia, vendo a situação sair de seu controle, perdeu a cabeça completamente.

Ela avançou sobre Maria, as unhas prontas para atacar.

"Sua desgraçada! Eu vou acabar com você!"

Ela deu um tapa forte no rosto de Maria.

O som ecoou na sala silenciosa.

A bochecha de Maria ardeu, a marca vermelha dos dedos de Patrícia se formando instantaneamente.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022