Amor e Vingança: Uma Nova Vida
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Capítulo 2

Meu coração se apertou com a lembrança. Eu decidi seguir Sofia até a festa naquela noite. Uma angústia me consumia, uma necessidade de entender o que estava acontecendo.

Cheguei e a vi de longe. Ela estava linda, em um vestido que eu nunca tinha visto, um presente de Pedro, com certeza. E ela estava rindo, uma risada alta e feliz, enquanto dançava com ele. Eles estavam perto. Perto demais.

A música acabou e eles foram para a varanda. Eu me escondi atrás de uma coluna, sentindo meu sangue ferver.

"Você é muito mais divertido que o Ricardo", ouvi Sofia dizer.

Pedro riu, um som arrogante que ecoou na noite.

"Ele é um garoto, Sofia. Um sonhador. Você precisa de um homem de verdade. Alguém que te coloque em um pedestal."

Ele se aproximou dela, e eu prendi a respiração. Eu queria sair dali, gritar, fazer alguma coisa. Mas minhas pernas não se moviam.

Então eu saí das sombras.

"Sofia?"

Minha voz saiu fraca, quase um sussurro.

Os dois se viraram para mim. O sorriso de Sofia desapareceu. Ela parecia irritada com a minha presença.

"Ricardo? O que você está fazendo aqui? Eu disse que não viria com você."

O desprezo na voz dela me atingiu em cheio.

"Eu só... eu queria entender", eu disse, olhando para Pedro, que me encarava com um ar de superioridade.

"Entender o quê?", Pedro interveio. "Que a Sofia está se divertindo? Você não gosta de ver ela feliz?"

A provocação era clara. Ele queria me humilhar.

Sofia se apressou em falar, tentando suavizar a situação, mas só piorou.

"Não é nada disso, Ricardo. O Pedro é só meu primo. A gente só estava conversando."

Ela se aproximou, mas não me tocou. Havia uma barreira invisível entre nós.

"Amanhã a gente conversa, tá bom? Em casa. Agora não é o momento."

Era uma promessa vazia e nós dois sabíamos disso.

Pedro interrompeu novamente, com um sorriso cínico.

"É, Ricardo. Deixa a gente curtir a festa. Você e seus joguinhos de computador podem esperar."

Ele sabia que eu amava programação. Sabia que era meu sonho e meu futuro. E usou isso para me rebaixar, para me transformar em um nerd perdedor aos olhos dela.

Sofia não me defendeu. Ela apenas olhou para baixo, em silêncio. Um silêncio que confirmava tudo.

"Vá para casa, Ricardo", ela disse, finalmente, com a voz baixa. "Por favor."

Foi uma ordem, disfarçada de pedido. Eu me senti um intruso, um tolo. Dei as costas e saí daquela festa, sentindo os olhares de pena e zombaria nas minhas costas. Eu estava sendo expulso do meu próprio mundo.

No dia seguinte, um motoboy entregou um pacote na minha casa. Era dela. Dentro, uma caixa de madeira com um pente de jade, algo que a mãe dela tinha dado e que ela sempre dizia que seria meu um dia, como parte do nosso "dote".

Havia um bilhete.

"Me desculpe por ontem. As coisas estão confusas. Mas nosso futuro ainda é o mesmo. Com amor, Sofia."

Aquela carta me deu um pingo de esperança. Talvez eu estivesse exagerando. Talvez fosse só uma fase. Eu me agarrei àquela esperança com todas as minhas forças.

Mas as coisas não melhoraram. Nas semanas seguintes, a distância só aumentou. Ela estava sempre ocupada, sempre com Pedro. Ele a levava para jantares caros, viagens de fim de semana para a praia. Lugares que eu não podia pagar.

Eu via as fotos nas redes sociais. Sofia sorrindo, abraçada a ele. Cada foto era uma nova ferida. Ela e Pedro se tornaram inseparáveis. E eu me tornei uma sombra, uma lembrança inconveniente. A promessa no bilhete parecia cada vez mais uma mentira. O pente de jade na minha gaveta parecia zombar de mim. A esperança estava morrendo, lentamente.

            
            

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