Luna usurpada e os trigemeos do alfa.
img img Luna usurpada e os trigemeos do alfa. img Capítulo 1 1 A menina da adaga no coração.
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Capítulo 12 Cap. 12 Sem ligação. img
Capítulo 13 Cap. 13 : Você não é minha Luna. img
Capítulo 14 Cap. 14 O erro obvio. img
Capítulo 15 Cap. 15: Verdadeira Lana. img
Capítulo 16 Cap. 16 Decisão de ir ao submundo. img
Capítulo 17 Cap. 17: Um mate proibido. img
Capítulo 18 Cap. 18: Escolha ser de nos três. img
Capítulo 19 Cap. 19: Tomando a falsa Luna de Nosso irmão. img
Capítulo 20 Cap. 20: Tensão na saída. img
Capítulo 21 Cap. 21: Faro perdido. img
Capítulo 22 Cap. 22: Abraço da morte. img
Capítulo 23 Cap .23 Tentativa de matar Maya img
Capítulo 24 Cap. 24 Tudo pela prole. img
Capítulo 25 Cap. 25 A Vila dos Lobos e Kan img
Capítulo 26 Cap. 26 Prisioneira para AS Feras. img
Capítulo 27 Cap. 27: sem esperança para você. img
Capítulo 28 Cap. 28: A Marca dos Condenados é um peso. img
Capítulo 29 Cap. 29 Longe de ser rastreada. img
Capítulo 30 Cap. 30 Uma desventura e uma Ventura. img
Capítulo 31 Cap 31 – O Fim do Vínculo, img
Capítulo 32 Cap. 32: Meu lar é onde sou aceita. img
Capítulo 33 A adaga adormeceu img
Capítulo 34 Dois humanos cheio de mistério. img
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Luna usurpada e os trigemeos do alfa.

C.cristey
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Capítulo 1 1 A menina da adaga no coração.

Cap1:

Por Maya Volpyn

- Eu não esperava que ela me empurrasse.

Lana me levou até o mirante como costumava fazer nos dias bons. Ela me ajudou a andar, pacientemente, enquanto eu reaprendia tudo do zero desde que saí do coma.

Quando o sol começou a aquecer os jardins da mansão, ela riu alto, como se o mundo tivesse sido feito só para ela. Caminhamos em silêncio até a beira do lago. Ela parou, encarando a água com um brilho estranho nos olhos.

- Você sabe quem está vindo à mansão hoje? - ela perguntou, e eu a encarei confusa.

- Não sei bem, parece que nossos pais vão receber um alpha?

- Não é qualquer alpha... e meus pais ouviram algo dos anciões, que o alpha, após pisar na cidade, encontraria sua Luna, e ele de repente está vindo para nossa casa. Não é incrível? - ela perguntou empolgada, mas eu baixei os olhos com desânimo. Com certeza ela poderia estar ao lado do alpha. Era bonita, inteligente e forte. Ela era realmente talentosa.

- Eu não sei muito sobre isso... mas se pode controlar quem o destino escolhe? - perguntei pensativa.

- Pois é, não se pode. Mas pode ser uma chance. Pode ser que ele seja meu companheiro. Estou torcendo para isso... além disso... - ela abaixou o olhar, quase hesitando. - As revelações poderiam dizer com fé que a companheira dele está nessa casa. E pode ser eu.

- Não se preocupe, irmã. Você será a pessoa que vai ser companheira do alpha com certeza. Porque é uma loba notável. Eu, como uma ômega fraca, nem teria o direito de olhá-lo nos olhos. No mínimo, ainda tenho que conseguir andar com minhas próprias pernas sem sentir dor. - comentei, e ela sorriu de orelha a orelha.

- Verdade, não é? Não que eu esteja feliz por isso, mas é o sonho de qualquer loba da alcateia querer se tornar a Luna. Ainda mais do alpha que se tornou superior na região. Por ser de uma descendência rara de deuses, aposto que ele possa ser tão lindo quanto dizem.

- E implacável também - pensei - o pouco que ouvi desse alfa, as histórias são como histórias de terror. Um lobo que já é feroz e forte não deveria ter o poder dos raios. É assustador saber que ele usa seus poderes para oprimir seus serviçais e todo o povo.

- Maya, você está bem? - ela perguntou, me despertando dos meus devaneios.

- Estou sim. Apenas admirando esse lugar. É lindo... Todas essas plantas, essas flores... tudo parece tão mágico, não é? - perguntei, tentando esconder a dor nas pernas, apoiando-me na grade da ponte para acompanhar minha irmã gêmea. - É por isso que você me traz aqui todo dia?

- Na verdade... - ela suspirou, ainda com os olhos fixos no lago. - Eu venho aqui com você pensando em uma coisa. Passei dias criando coragem... fingindo que só quero passar um tempo com minha irmãzinha fofa, mas a verdade é um pouco mais crua, Maya.

- O que você quer dizer com isso?

- Sabe... normalmente nos tempos antigos os lobos mais fracos eram sacrificados. Afinal... viver nesse mundo seria um sofrimento terrível para eles. Mas... você... eles tiveram nós duas ao mesmo tempo. Será que eles não perceberam que foi o destino os abençoando com a chance de saber que poderia perder uma, mas que ainda tinham outra? Mas, em vez de se livrarem de você, eles apenas deixaram você sobreviver. Até que estivesse acordada e pudesse se tornar uma pedra em meu sapato.

Eu não tive palavras para responder nada. Como ela mudou da água para o vinho tão de repente?

- Você tem recebido atenção demais, não tem? Desde que acordou, é como se eu tivesse desaparecido. Nós somos gêmeas, Maya, idênticas... Mas me tratam como uma sombra - disse ela, sem sequer olhar para mim. Seus olhos estavam fixos no reflexo do lago.

- Lana... não é assim...

Tentei responder, mas minha voz falhou. Falar ainda era difícil. Tudo estava voltando devagar: força, coordenação... palavras. E, diante do que ela acabara de dizer, eu nem sabia como reagir.

Mas Lana percebeu. E sorriu. Um sorriso cheio de desprezo.

- Sempre foi assim. A mamãe dormia no seu quarto, chorando por você todas as noites. E agora, mesmo acordada, você ainda é o centro de tudo. Até os professores são mais gentis com você. - Ela finalmente se virou para mim. - Por que você simplesmente não morreu, Maya?

O mundo congelou. Eu a encarei, atônita. Ela parecia tão amargurada. Desejei correr.

Mas minhas pernas estavam exaustas da caminhada. E talvez fosse exatamente isso que ela queria.

Ela me via como uma ameaça? Como?

Alguém que mal consegue se manter de pé, que tem que viver em segredo. Lana é a única que existe para a alcateia. Ninguém sabe que meus pais tiveram gêmeas. Por causa da minha condição, fui mantida em segredo. A família Volpyn não queria ser vista como fraca por ter tido uma filha como eu, que aparentemente não tem um lobo, qualquer habilidade. Mas Lana... ela me via como uma ameaça.

Eu tinha apenas doze anos quando abri os olhos pela primeira vez.

Desde o nascimento, essa era minha condição. Mas não era um coma comum. Eu nasci com uma adaga mágica cravada no peito - uma lâmina amaldiçoada atravessando meu coração, protegida apenas pela caixa torácica. Ninguém jamais conseguiu explicar como ela foi parar ali... ou como removê-la sem me matar.

Pensei que as pessoas que estavam ao meu redor me vendo abrir os olhos eram as mesmas pessoas em quem eu podia confiar, mas parece que estou equivocada.

- Como alguém sem nenhum poder, que nunca vai se transformar, recebe tanta atenção? - ela cuspiu, cheia de ódio. - Você nem tem um lobo, Maya. É como uma humana patética. Sua existência não faz sentido. Por que você acordou? Só pra arruinar a minha vida?

- Lana... isso não é verdade...

- Você nem pode ser tocada! Deus, Maya! Você não vê o quanto de dor causou aos nossos pais? Não vê o fardo que é pra essa família? Apenas... morra logo!

Apoiei-me na ponte, cabeça baixa, olhos fechados, como se as facadas fossem aquelas palavras.

Ela estava certa que eu era fraca, e que me comparavam a um humano em um mundo onde eu não pertencia. Mas eu sei que um humano não suportaria o que eu aguento.

Já faz quatro anos desde que acordei. Agora, aos dezesseis, ainda luto para fazer qualquer coisa. Meus pais dizem que preciso construir resistência. Que um dia conseguirei ficar de pé sem que a adaga drene toda minha energia. Eu sempre lutei por isso.

- Mas... eu tenho me esforçado tanto... aprendendo rápido...

- Não importa, sua inútil Volpyn. Você nem merece esse sobrenome.

- Lana... eu não aguento mais... Se você quiser me odiar, me odeie. Mas não há motivo. Eu nem sei quanto tempo me resta. Pode parar? - choraminguei, sentindo minhas pernas chegando ao limite.

- Hoje nossos pais vão receber convidados importantes. E, sinceramente? Eu queria que você nem aparecesse. Já basta ser uma vergonha ambulante. Uma garotinha lenta que mal consegue comer sozinha... Você não percebe o quão patética é?

- E-eu posso... posso ficar no quarto - murmurei, a voz fraca, mal saindo dos lábios. Nunca imaginei que Lana se voltaria contra mim. - Você não precisa fazer nada... nem ter medo de mim.

Me esforcei para ficar em pé. Minhas pernas tremiam. E o medo que eu estava da minha própria irmã... esse era o que estava me consumindo. Lana estava como se quisesse fazer algo terrível. Meus instintos diziam.

Ela se aproximou, o olhar cheio de ódio contido. Parecia se deleitar com o efeito de cada palavra cruel que dizia.

- Não, Maya. Eu não tenho medo de você. Mas percebi que nossos pais querem te dar algo que eu quero. Algo que deveria ser meu. - Ela sorriu, fria e debochada. - Então... por que você não transforma o lago na sua cova? Ninguém vai tomar o que deveria ser meu!

A mão dela atingiu meu peito com força.

Não consegui me segurar em nada.

A gravidade fez o resto. Minhas costas bateram com força na água enquanto eu encarava Lana apreciando a cena.

            
            

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