Seu Primeiro Amor, Meu Último Adeus
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Capítulo 4

Todas as cabeças na sala se viraram para mim. O silêncio era denso de acusação.

Cássia, ainda soluçando nos braços de Adriano, olhou para mim com olhos grandes e cheios de lágrimas. "Helena... como você pôde? Eu sabia que você estava com ciúmes, mas isso... isso é maldade!"

Ela enterrou o rosto no peito de Adriano. "Aquelas fotos... não são reais, Adriano. São falsas! Mas todo mundo viu... minha reputação... está arruinada!"

Senti um arrepio percorrer meu corpo. "Não fui eu", eu disse, minha voz mal um sussurro. Mas ninguém estava ouvindo. Ninguém acreditava em mim.

Cássia soltou um último soluço de cortar o coração e então desmaiou dramaticamente.

"Cássia!", Adriano gritou, pegando-a antes que ela atingisse o chão. Ele a pegou no colo e correu para a porta. "Vou levá-la para o hospital!"

Ele parou na porta e se virou para me olhar. Seus olhos eram como lascas de gelo. Eles continham um olhar de ódio puro e absoluto.

"Você vai pagar por isso, Helena", ele rosnou. "Eu juro por Deus, você vai pagar por isso."

Então ele se foi, me deixando sozinha nos destroços da festa, os panfletos condenatórios espalhados a meus pés. Eu sabia que ele estava falando sério. Ele me faria sofrer.

Eu tinha que sair. Corri para casa, minha mente a mil. Eu precisava encontrar provas, algo para limpar meu nome. Mas antes que eu pudesse sequer começar, os homens de Adriano chegaram. Eles me arrastaram da cobertura, ignorando meus protestos.

Eles não me levaram para uma delegacia, mas para uma clínica particular. Adriano estava lá, seu rosto sombrio.

"Cássia perdeu muito sangue por causa do choque", disse ele, sua voz desprovida de qualquer emoção. "Ela precisa de uma transfusão. Vocês têm o mesmo tipo sanguíneo. Você vai doar."

Não era um pedido. Era uma punição.

"Adriano, isso é loucura! Eu não fiz nada!", lutei contra os homens que me seguravam.

Ele nem olhou para mim. "Façam", ordenou ao médico.

Eles me amarraram a uma cadeira. Observei com horror enquanto a agulha deslizava em meu braço. Eles tiraram bolsa após bolsa do meu sangue, muito mais do que uma doação normal. A sala começou a girar.

Quando terminaram, não me levaram de volta para casa. Eles me levaram para um trecho deserto da costa. O ar estava frio e cheirava a sal e decomposição.

Dois dos guarda-costas de Adriano me arrastaram para fora do carro.

"O que vocês estão fazendo?", gritei, minha voz fraca pela perda de sangue.

Sem uma palavra, eles me empurraram para a água negra e agitada.

O choque gelado roubou meu fôlego. Eu me debati, engolindo água salgada enquanto as ondas batiam sobre minha cabeça. Eu não sou uma boa nadadora. Eu estava me afogando.

"Por favor!", gritei, minha voz rouca. "Eu não fiz isso! Eu juro!"

Um dos guarda-costas entrou na água atrás de mim. Toda vez que minha cabeça quebrava a superfície, ele a empurrava para baixo novamente. O mundo se tornou um ciclo aterrorizante de escuridão, pressão e pulmões em chamas.

Repetidamente.

"O Sr. Paes quer que você saiba como é", disse o homem impassivelmente durante um dos meus breves suspiros por ar. "Como é ter sua reputação arrastada na lama."

Eu chorei, implorei e supliquei. Eu lhes disse a verdade. Eles apenas observaram, seus rostos em branco, enquanto eu lentamente perdia a força para lutar. A escuridão durou uma eternidade.

Finalmente, eles arrastaram meu corpo mole de volta para a praia e me jogaram na areia como um pedaço de lixo.

Acordei em um hospital. Não uma clínica particular, mas uma pública. Uma enfermeira estava verificando meus sinais vitais.

Meu telefone vibrou na mesa de cabeceira. Era uma mensagem de uma amiga.

"Helena! Você está bem? Eu vi as notícias. Você e o Adriano realmente terminaram?"

Anexado estava um link para um blog de fofocas. Minhas mãos tremeram quando cliquei nele.

Lá, estampadas na tela, estavam fotos minhas. Deepfakes. Obscenas. O mesmo tipo de fotos que estavam nos panfletos, mas desta vez, era o meu rosto.

Elas estavam por toda parte. Twitter, Instagram, todos os cantos da internet. Meu nome era um tópico em alta, ligado a hashtags vis demais para sequer ler. A vingança de Adriano foi rápida e brutal.

            
            

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