Seu Primeiro Amor, Meu Último Adeus
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Capítulo 9

No jantar, Cássia trouxe uma panela de sopa para a mesa. Ela estava caminhando em minha direção.

"Helena, cuidado, está quente", disse ela com um sorriso doce.

Instintivamente, me movi na cadeira.

Então, ela "tropeçou". A panela de sopa fervente voou de suas mãos, espirrando diretamente em minhas pernas.

Gritei enquanto uma dor lancinante percorria meu corpo.

Cássia também caiu, gritando como se estivesse machucada também.

Adriano correu, seu rosto uma máscara de pânico. Ele passou direto por mim, seus olhos apenas para Cássia.

"Cássia! Você está bem?", ele gritou, levantando-a nos braços e correndo para a porta. Ele nem me deu um segundo olhar.

Uma empregada teve que chamar uma ambulância para mim.

No hospital, o médico disse a Adriano que as queimaduras de Cássia eram graves. Ela precisaria de enxertos de pele. Mas não havia doadores adequados disponíveis.

Os olhos frios de Adriano pousaram em mim.

"Use a dela", disse ele.

Olhei para ele, incrédula. "O quê?"

"A culpa é sua", disse ele, sua voz perigosamente baixa. "Você a derrubou de propósito. Você merece pagar o preço."

Ele me arrastou em direção à sala de cirurgia.

"Adriano, você não pode fazer isso! Eu também estou ferida!", gritei, lutando contra ele.

"Ela é mais importante", ele rosnou, me empurrando para uma maca.

Na sala de cirurgia, o cirurgião hesitou. "Sr. Paes, só temos anestésico suficiente para uma pessoa."

Adriano nem hesitou. "Dê para a Cássia."

Meu sangue gelou. Observei, de olhos arregalados, enquanto o cirurgião se aproximava de mim, um bisturi brilhando em sua mão.

Eu vi a lâmina descer.

A dor era inimaginável. Um grito cru e animal foi arrancado da minha garganta. Eu me debati na mesa, minhas unhas quebrando contra as restrições de metal. Mas ninguém se importou. Ninguém parou.

Desmaiei de dor.

Acordei mais tarde, uma pulsação agonizante na minha perna. Adriano estava sentado ao lado da minha cama.

"Doeu?", ele perguntou, um sorriso cruel no rosto. "Que bom."

Fechei os olhos. Eu não tinha mais nada a dizer a ele.

"Você vai pedir desculpas à Cássia quando ela acordar", ele ordenou.

Abri os olhos, o vermelho dos meus olhos injetados de sangue encontrando os dele. "Ok", sussurrei. "Vou me desculpar."

Ele olhou para mim, um lampejo de incerteza em seus olhos. Meu tom estava... estranho.

Nesse momento, uma enfermeira entrou. "Sr. Paes, a Senhorita Telles está acordada."

Ele se levantou. "Não se preocupe", disse ele, dando um tapinha na minha cabeça como se eu fosse um cachorro. "Não vou terminar com você por causa disso. Você ainda é minha namorada."

No momento em que a porta se fechou atrás dele, varri o braço pela mesa de cabeceira. Um vaso se estilhaçou contra a parede.

Meu telefone vibrou. Era uma mensagem de texto.

Seu visto foi aprovado.

Lágrimas escorreram pelo meu rosto. Lágrimas de alívio. De libertação.

Mordi o lábio com tanta força que senti o gosto de sangue.

Finalmente acabou.

Ignorei as ordens do médico e dei alta a mim mesma. As empregadas na cobertura evitaram meus olhos. Andei pelos quartos vazios e ri uma risada oca e quebrada.

Eu ia deixar um presente de despedida para Adriano.

Contratei uma equipe de trabalhadores. Em poucas horas, toda a mansão foi transformada. Todas as paredes foram rebocadas com pôsteres gigantes.

ADRIANO PAES, ACABOU.

PARABÉNS PELO SEU TÉRMINO!

Uma faixa enorme pendia sobre o portão da frente, visível da rua: FELIZ TÉRMINO, ADRIANO!

Peguei minha mala e saí pela porta pela última vez.

Estou chegando, Kael. Estou indo te buscar de volta.

                         

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