Das Cinzas à Fênix: Um Amor Renascido
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Capítulo 6

O céu se abriu enquanto ela corria, uma chuva fria e encharcadora que espelhava a tempestade dentro dela. Quando chegou em casa, estava encharcada até os ossos, tremendo incontrolavelmente.

Ela desabou na cama, o mundo se dissolvendo em uma névoa febril. Tentou ligar para Júlio, um último instinto desesperado que não conseguiu suprimir. A ligação caiu na caixa postal. A voz dele, alegre e distante, foi a última coisa que ela ouviu antes de desmaiar.

Ela acordou em uma cama de hospital. Não a que estivera antes, mas uma diferente. Uma empregada de rosto gentil da mansão dos Alencar estava sentada ao seu lado.

"A senhora está com um caso grave de pneumonia, Srta. Tucker. Ficou inconsciente por dois dias."

Dois dias. Júlio não veio. Ele nem mesmo ligou.

Seu celular estava na mesa de cabeceira. Quando o ligou, foi inundado de mensagens. Não de Júlio, mas de Estela.

Dezenas delas. Fotos dela e de Júlio rindo na lanchonete do hospital. Uma selfie deles de mãos dadas, uma pulseira de diamantes no pulso de Estela. "Um presente de melhoras do meu querido Júlio", dizia o texto.

Outra mensagem: "Júlio me disse a coisa mais engraçada. Ele disse que só te pediu em casamento por pena. Ele disse que suas cicatrizes o arrepiam, mas ele se sentiu culpado demais para dizer não. Coitadinha."

E outra, uma foto de Estela usando um lindo e simples vestido branco. "Júlio me levou para ver o local do casamento hoje. Ele disse que este é o vestido que ele sempre imaginou sua noiva usando. É uma pena que seja o seu casamento."

A mensagem final era um vídeo. Júlio e Estela, em um penhasco com vista para o mar, o local onde o casamento deveria acontecer. Estela estava em seus braços.

"Eu te amo, Tela", dizia a voz de Júlio, clara como o dia. "Sempre amei."

Aurora assistiu, o rosto inexpressivo. A dor se foi, substituída por um vazio vasto e frio. O amor que ela nutria por ele, o amor teimoso e resiliente que sobrevivera a um incêndio, um coma e inúmeras traições, estava finalmente, irrevogavelmente morto.

Ela não apenas não o amava mais. Ela não sentia absolutamente nada por ele.

Ele voltou para a cobertura naquela noite, parecendo revigorado e feliz. O tempo com Estela claramente lhe fez bem.

"Você voltou", disse ele, notando-a pela primeira vez. "Eu estava preocupado."

"Estou bem", disse ela, a voz monótona.

"Bom", disse ele, aliviado por ter se livrado desse dever. "Vamos nos mudar para a mansão da minha família amanhã até o casamento. É mais seguro. Ah, e Estela será uma de suas madrinhas. Achei que seria um belo gesto de união."

Ele estava colocando sua amante em sua festa de casamento. A audácia era de tirar o fôlego.

Aurora apenas olhou para as mãos. "Ok."

"Você está com raiva?", ele perguntou, um toque de irritação em sua voz. Ele não conseguia entender por que ela não estava desempenhando seu papel, a noiva grata e perdoadora.

"Não", disse ela. "Não estou com raiva."

E ela não estava. Estava completa e totalmente entorpecida.

No dia seguinte, eles dirigiram para a mansão dos Alencar. Uma mansão gótica e extensa que sempre pareceu mais uma prisão do que um lar.

Estela já estava lá, esperando nos grandes degraus de pedra. Ela correu para o carro quando eles pararam, seu rosto uma imagem perfeita de alegria e afeto.

As pesadas portas de carvalho da mansão se abriram, e Aurora entrou de volta na cova dos leões.

            
            

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