O Sacrifício Dela, O Ódio Cego Dele
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Capítulo 4

Duas noites depois, uma nova ordem de Augusto.

"Traga o vestido personalizado para Helena para a Gala Starlight. Esteja lá às nove."

Cora, com os joelhos ainda enfaixados e doloridos, fez o que lhe foi mandado. Ela encontrou Helena em uma suíte privativa, se exibindo em frente a um espelho.

Ela entregou o vestido. "Aqui está, Sra. Hughes."

Ela se virou para sair, querendo nada mais do que escapar daquele lugar.

"Fique," disse Augusto de uma cadeira no canto. Ele nem sequer olhou para ela.

Cora congelou, seu coração afundando.

Um momento depois, um homem fedendo a uísque tropeçou em sua direção. Era Dênis Pavan, um dos parceiros de negócios desprezíveis de Augusto.

"Ora, ora, vejam o que temos aqui," Pavan arrastou as palavras, seus olhos percorrendo o corpo dela. "Augusto, meu caro, você não me disse que estava trazendo entretenimento."

Ele passou um braço pesado sobre os ombros dela. "Augusto disse que você ficaria feliz em me fazer companhia para alguns drinques. Ele é um chefe muito generoso."

Cora olhou para Augusto, seus olhos arregalados de incredulidade. Augusto apenas girou o líquido âmbar em seu copo, seu rosto uma máscara fria e indiferente. Ele estava permitindo isso. Ele a estava punindo novamente.

O cheiro do álcool fez seu estômago revirar. Sua doença a tornava extremamente sensível a ele. Uma dor aguda atravessou seu intestino.

"Vamos, querida, não seja tímida," disse Pavan, agarrando seu braço e puxando-a em direção ao bar. Ele enfiou um copo de uísque em sua mão. "Beba."

"Eu não bebo," disse Cora, tentando se afastar.

"Não seja assim," riu outro homem, juntando-se a eles. Ele a agarrou por trás, segurando-a firme enquanto Pavan forçava o copo em seus lábios.

O licor forte queimou sua garganta. Ela tossiu, engasgando, a dor em seu estômago se intensificando para uma agonia lancinante.

Mais homens se reuniram ao redor, rindo, tratando-a como um brinquedo. Eles a passavam de um para o outro, forçando-a a beber cada vez mais álcool.

Ela olhou desesperadamente para Augusto, um apelo silencioso por ajuda em seus olhos.

Ele a viu. Ela sabia que sim. Ele encontrou seu olhar por uma fração de segundo, sua expressão indecifrável, antes de voltar para sua conversa como se ela não existisse.

Aquele único olhar quebrou a última lasca de esperança em seu coração.

Pavan ficou mais ousado, suas mãos começando a vagar, apertando sua cintura, seus dedos cravando em seu quadril. Ela sentiu uma onda de náusea e nojo.

Os olhos de Augusto piscaram em direção a eles novamente, um aviso silencioso, quase imperceptível. Pavan percebeu e suas mãos congelaram por um momento.

Era a única chance que ela precisava.

Cora se libertou e correu, abrindo caminho pela multidão risonha, seu único pensamento era fugir.

Ela invadiu o banheiro feminino e desabou em frente à pia, seu corpo tremendo.

Ela vomitou violentamente, o uísque e a bile queimando sua garganta. E então ela viu.

Sangue vermelho vivo, gritante contra a porcelana branca da pia.

Uma dor como um golpe físico explodiu em seu peito. Parecia que suas entranhas estavam sendo rasgadas.

Ela agarrou a borda da pia, os nós dos dedos brancos, ofegando por ar. Olhou para seu reflexo no espelho. Seu rosto estava branco como papel, suas roupas desarrumadas, e havia uma mancha de sangue em seus lábios. Ela parecia um fantasma.

A porta se abriu e Helena Hughes entrou. Ela parou de repente, seus olhos se arregalando em choque ao ver Cora, o sangue na pia.

Cora rapidamente procurou em sua bolsa por seus remédios, suas mãos tremendo demais para abrir o frasco. Ela finalmente conseguiu pegar um comprimido e o engoliu seco, bem na frente de Helena.

Os olhos de Helena se moveram do rosto pálido de Cora para o frasco de comprimidos em sua mão. Um brilho escuro e malicioso apareceu em seus olhos.

"Oh, coitadinha," disse Helena, sua voz pingando falsa simpatia. Ela se aproximou e colocou a mão nas costas de Cora. "Você parece péssima. Venha comigo, há um lounge tranquilo onde você pode descansar."

Cora estava fraca e desorientada demais para resistir. Helena a levou para uma pequena sala privada no corredor e a ajudou a se deitar em um sofá.

"Vou pegar um pouco de água para você," disse Helena, sorrindo docemente.

Mas Helena não pegou água. Ela pegou o celular e enviou uma mensagem.

Para Dênis Pavan: *Ela está esperando por você no lounge oeste. Disse que quer ficar a sós com você.*

Alguns minutos depois, as próprias bochechas de Helena começaram a corar, um calor estranho se espalhando por seu corpo. Ela mesma havia tomado uma pequena dose de algo, apenas o suficiente para interpretar o papel.

A porta rangeu ao se abrir.

Dênis Pavan estava lá, um sorriso lascivo no rosto. "Recebi sua mensagem, querida. Ansiosa, estamos?"

Ele entrou na sala, seus olhos fixos nas duas mulheres.

"O que você quer?" perguntou Helena, sua voz afiada, escondendo-se atrás da forma exausta de Cora.

"O que eu quero?" Pavan riu. "Ela me convidou aqui," ele disse, apontando um dedo sujo para Cora.

"Eu... eu não convidei," sussurrou Cora, sua voz quase inaudível. Ela tentou se levantar, mas uma onda de tontura a dominou.

Antes que pudesse dizer outra palavra, a porta foi escancarada com um estrondo ensurdecedor.

Augusto estava na porta, seu rosto uma máscara de pura fúria.

            
            

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