O Sacrifício Dela, O Ódio Cego Dele
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Capítulo 5

A mente de Cora ficou em branco. Tudo o que ela conseguia ver era a raiva nos olhos de Augusto enquanto ele passava por ela.

Ele foi direto para Helena, que agora soluçava, seu corpo tremendo. Ele a envolveu em seus braços, puxando-a para um abraço protetor.

"Augusto, eu..." Helena chorou. "Cora... ela o trouxe aqui... ela..."

"Eu sabia," Augusto sibilou, sua voz um rosnado baixo. Ele olhou para Cora com total nojo. "Você é ainda mais patética do que eu pensava. Tentando armar para que minha noiva seja agredida por esse porco."

Uma onda de náusea e o gosto metálico de sangue subiram pela garganta de Cora. "Não," ela sussurrou, balançando a cabeça. "Não fui eu. Eu juro."

Pavan, vendo a tempestade no rosto de Augusto, começou a recuar. Augusto lançou-lhe um olhar que poderia matar, e Pavan saiu correndo da sala como o rato que era.

Então Augusto voltou toda a sua fúria para Cora.

"Saia," ele disse, as palavras frias e finais. "Você está demitida. Nunca mais quero ver seu rosto."

As palavras a atingiram com a força de um golpe físico. Seu coração parecia estar se partindo. "Demitida?"

"Augusto, por favor," ela implorou, lágrimas escorrendo por seu rosto. "Você tem que acreditar em mim. Foi a Helena, ela..."

"Chega!" ele rugiu. Ele virou as costas para ela, concentrando toda a sua atenção em consolar sua noiva chorosa. Ele se afastou, deixando Cora sozinha na sala silenciosa.

Enquanto o som de seus passos desaparecia, Pavan, encorajado pela partida de Augusto, deslizou de volta para a sala.

"Agora, onde estávamos?" ele sorriu, avançando sobre ela.

O corpo de Cora estava fraco pela doença, pelo álcool, pelo choque. Ela recuou até suas costas baterem na parede fria. Estava encurralada.

Quando ele a alcançou, um instinto primal de sobrevivência tomou conta. Ela se lançou para frente e mordeu a mão dele, com força.

Ele uivou de dor e raiva. "Sua vadia!"

Ele balançou o braço para trás e deu um tapa no rosto dela.

A força do golpe a fez cambalear. Seus ouvidos zumbiam, e sua bochecha ardia com uma dor de fogo. Sangue escorria do canto de seu lábio.

Seus olhos percorreram a sala, desesperados. Sua mão se fechou em torno do gargalo de uma garrafa de vinho vazia em uma mesa próxima.

Sem pensar, ela a balançou.

Houve um baque surdo quando a garrafa atingiu o lado da cabeça de Pavan. Ele grunhiu, seus olhos reviraram, e ele desabou, seu peso morto caindo sobre ela.

Cora gritou, empurrando-o para longe. A garrafa, agora uma arma, caiu de seus dedos dormentes. Ela se levantou cambaleando, seu corpo tremendo incontrolavelmente, e fugiu.

Ela correu pelo corredor, seu único pensamento era escapar. Mas parou de repente.

De uma sala próxima, ela os ouviu.

O som do murmúrio baixo de Augusto e os suspiros suaves e satisfeitos de Helena.

Seu corpo ficou rígido. Ela não conseguia se mover. Não conseguia respirar.

O som foi uma adaga se torcendo em seu peito, uma dor tão profunda que eclipsou todo o resto.

Ela se dobrou, agarrando o estômago enquanto tossia mais sangue no tapete impecável.

Uma sala continha seu inferno pessoal. A outra, o paraíso particular deles.

Ela era um fantasma assombrando o espaço entre eles.

Lágrimas e suor frio escorriam por seu rosto. Ela se afastou cambaleando, passando pelos olhares chocados dos hóspedes do hotel, e correu para a noite.

Na manhã seguinte, a polícia estava à sua porta.

"Cora Salazar? Você está presa pela agressão a Dênis Pavan."

Ela ficou ali, entorpecida, enquanto liam seus direitos.

"O Sr. Augusto Ortega registrou a queixa pessoalmente," acrescentou o policial.

Seu coração, que ela pensava que não poderia se quebrar mais, se estilhaçou em um milhão de pedacinhos. Ele havia mandado a polícia atrás dela.

Ela os deixou levá-la como uma boneca de madeira, seu espírito completamente esmagado.

Na delegacia, um advogado que Augusto havia enviado - não para ajudá-la, mas para dar o golpe final - a informou dos detalhes.

"O Sr. Ortega não está pedindo pena de prisão," disse o advogado friamente. "Ele simplesmente quer isso em seu registro. Ele também encerrou oficialmente seu contrato de trabalho. Seus pertences pessoais serão enviados para você."

Acabou. Tudo tinha acabado.

Ela foi colocada em uma cela. As outras mulheres lá a olhavam com desprezo.

"Olha só essa aí," uma mulher de aparência durona zombou. "Tentando subir na vida dormindo com o chefe e se deu mal. Ouvi dizer que ela tentou arruinar o noivado de Augusto Ortega."

"Vadia," cuspiu outra.

Os insultos choveram sobre ela, mas Cora mal os ouviu. Ela estava perdida em uma névoa de dor e desespero.

            
            

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