Sua Obsessão, a Segunda Vida Dela
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Capítulo 5

Cristina parou na porta, seus olhos varrendo a festa luxuosa com desdém. Ela olhou para as flores, a comida, os convidados sorridentes, e seu lábio se curvou. Então seu olhar afiado me encontrou.

- Helena - disse ela, a voz pingando falsa preocupação. - Eu não acredito em você. Como pôde ser tão egoísta?

A música parou com um rangido. A sala ficou em silêncio. Todos olharam.

- Ricardo acabou de te tirar do hospital - ela continuou, a voz subindo, acusadora. - Você quase foi morta! E você o força a dar uma festa para você? Você não se importa com a saúde dele? O estresse, o barulho... é terrível para a recuperação dele!

Ela era uma mestra manipuladora, torcendo a realidade em uma arma.

Um dos amigos de Ricardo, mais corajoso que os outros, falou. - Cristina, você entendeu errado. Não foi ideia da Helena. Ricardo planejou isso como uma surpresa para ela.

Ricardo assentiu, dando um passo à frente. - Ela está certa, Cristina. A Helena não sabia de nada. - Seu tom era apaziguador, mas havia uma frieza nele. Ele estava irritado por seu pequeno show estar sendo interrompido.

A compostura de Cristina vacilou por um segundo. Ela não esperava ser contrariada. Mas se recuperou instantaneamente, seus olhos se enchendo de lágrimas.

Ela se virou para Ricardo, sua voz um sussurro magoado. - Então o que eu sou para você, Ricardo? Apenas a terapeuta que você chama quando precisa de ajuda? Eu me dedico totalmente à sua recuperação. Eu te disse para evitar estresse, para descansar. E você ignora meu conselho por... por isso!

Ela gesticulou descontroladamente para a sala. - Eu não aguento mais. Vou embora.

E lá estava de novo. A ameaça final.

O rosto de Ricardo se contraiu com a ansiedade familiar. Ele precisava dela. Ou pelo menos, acreditava que precisava. Ele começou a se mover em direção a ela, um olhar frenético nos olhos.

- Cristina, espere...

Ele lançou um olhar rápido e apologético por cima do ombro para mim. - Surgiu um imprevisto no trabalho. Tenho que ir.

Era uma mentira patética e transparente.

Eu apenas o observei, meu rosto uma máscara de indiferença. Não o confrontei. Não lutei. Qual era o sentido?

- Estou cansada de qualquer maneira - eu disse, levantando-me. - Acho que vou para casa.

Saí, deixando a festa moribunda para trás. Não fui para casa. Em vez disso, caminhei pelo corredor e parei em uma esquina, escondida nas sombras. Eu sabia que ele a seguiria.

Um momento depois, eles apareceram. Ricardo tinha Cristina prensada contra a parede, sua expressão uma mistura de frustração e desespero.

- O que você quer, Cristina? - ele implorou.

Ela apenas o encarou, o queixo tremendo, uma única lágrima traçando um caminho por sua bochecha. Era uma performance perfeita de uma mulher injustiçada.

A frustração dele se dissipou. Ele suspirou, sua voz suavizando. - Não seja assim. Você sabe que eu preciso de você. - Ele prometeu a ela qualquer coisa que ela quisesse, como sempre fazia.

Ela finalmente falou, sua voz um sussurro infantil e emburrado. Ela olhou por cima do ombro de Ricardo e seus olhos encontraram os meus do outro lado do corredor. Um sorriso vitorioso e cruel brilhou em seus lábios antes que ela escondesse o rosto no peito dele.

Ela sussurrou algo em seu ouvido. Eu não consegui ouvir as palavras, mas vi seu rosto mudar. Ele parecia em conflito, depois resoluto. Ele assentiu.

Eu não sabia o que ela tinha pedido, mas um pavor frio percorreu minha espinha.

Ricardo a deixou lá e caminhou de volta em minha direção. Ele apareceu na minha frente tão de repente que eu pulei.

Seus olhos estavam cheios de um estranho e conflituoso pedido de desculpas. - Helena - disse ele, a voz baixa. - Vá me esperar no carro. Eu já vou.

Assenti, sem questioná-lo. Eu estava entorpecida demais para sentir qualquer coisa além de um cansaço profundo e exaustivo. Peguei o elevador para a garagem.

No momento em que as portas do elevador se abriram, uma mão tapou minha boca por trás. Outro braço envolveu minha cintura, me levantando do chão.

Lutei, mas o aperto era como ferro. Um cheiro forte e doce encheu minhas narinas de um pano pressionado contra meu rosto.

Minha visão ficou turva. Meus membros ficaram pesados.

O último pensamento que passou pela minha mente antes de eu desmaiar foi que isso era obra de Ricardo. Este era o preço de Cristina.

            
            

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