Promessas Quebradas, O Retorno de um Coração Vingativo
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Capítulo 5

Ponto de Vista: Analu Moretti

"Tirem isso do ar", ordenei ao telefone, minha voz tensa com uma raiva que parecia me sufocar. "Agora."

Meu chefe de segurança, Marco, já estava cuidando disso. "Conseguimos derrubar a matéria em alguns blogs menores, Analu, mas as grandes redes não estão cedendo. Este é um ataque de mídia coordenado."

Bati o telefone na mesa, esfregando minhas têmporas. Isso era mais do que apenas má publicidade; era uma declaração de guerra. Uma acusação pública tão vil era o pretexto perfeito para a PF lançar uma investigação em larga escala, sem restrições, em todos os cantos da minha vida. Eles estavam vindo atrás de mim.

Como se fosse um sinal, minha assistente entrou correndo no escritório, seu rosto pálido. "Analu... é ele. Agente Mendonça. Ele está aqui com uma força-tarefa especial. Eles estão exigindo acesso aos nossos registros financeiros."

Claro. A tinta nas manchetes falsas mal havia secado, e Caio já estava na minha porta.

"Ele tem um mandado?", perguntei, minha voz perigosamente calma.

"Não. Ele diz que se não cooperarmos, ele conseguirá uma ordem de emergência e congelará tudo."

Levantei-me, alisando as rugas da minha saia. Eu não o deixaria me ver desmoronar. "Tudo bem. Eu mesma o receberei."

Saí para o salão principal. O lugar estava fervilhando de agentes federais, seus ternos escuros um contraste gritante com a decoração opulenta do clube. Caio estava no centro do caos, uma ilha de autoridade fria. Ele já havia ordenado que seus homens bloqueassem todas as saídas.

"Senhorita Moretti", disse ele, sua voz desprovida de qualquer calor. "Preciso que venha comigo."

"Você está me prendendo, Agente Mendonça?", perguntei, minhas sobrancelhas arqueadas em um desafio.

"Ainda não", disse ele. "Mas uma conversa está muito atrasada. Aqui, ou em algum lugar mais privado?" Ele olhou ao redor para os funcionários e membros do clube boquiabertos.

Eu conhecia aquele olhar. Era o mesmo que ele usara uma vida atrás, me oferecendo uma escolha que não era escolha alguma.

"Tudo bem", disse eu, com os dentes cerrados. "Seu carro."

Segui-o até a calçada, os olhares de seus agentes como golpes físicos em minhas costas. A viagem foi silenciosa, a tensão no carro tão espessa que mal conseguia respirar. Ele não me levou para a sede da federal. Em vez disso, dirigiu para os arredores da cidade, para um cais desolado e abandonado que já fora o coração das operações de transporte da minha família. Os armazéns em decomposição pareciam esqueletos contra o céu cinzento, um monumento à nossa queda.

Ele desligou o motor, o silêncio quebrado apenas pelo som das ondas batendo nos pilares podres.

"Pare sua investigação sobre a origem dessas notícias", disse ele, sua voz plana.

Olhei para ele, incrédula. "Você orquestra uma campanha de difamação para destruir minha reputação, e agora está me ordenando para recuar?"

"Se você largar isso", disse ele, virando-se para me encarar, seus olhos azuis intensos, "eu vou parar as batidas em seus negócios restantes. Por enquanto."

Soltei uma risada amarga. "Desde quando o grande Caio Mendonça negocia?"

"Desde que se tornou necessário", disse ele, um músculo se contraindo em sua mandíbula. "Isabela arranjou para que as matérias fossem publicadas. Ela é... impulsiva. Estou limpando a bagunça dela."

A admissão me atingiu como um golpe físico. Ele não estava apenas protegendo-a; ele estava encobrindo seus crimes. Tudo isso, por ela. Senti uma frieza familiar se infiltrar em minhas veias, congelando os últimos vestígios do meu coração partido.

Cerrei os punhos, minhas unhas cravando-se em minhas palmas. "E se eu não fizer?", sussurrei, as palavras uma ameaça. "E se eu tiver provas do que ela fez? E se eu as divulgar?"

Seus olhos se estreitaram. Ele sabia que eu estava blefando, mas a possibilidade, por mais remota que fosse, foi suficiente para fazê-lo hesitar.

"Eu quero mais uma noite", disse eu, as palavras saindo antes que eu pudesse detê-las. A ideia era insana, autodestrutiva, mas eu não me importava mais. Se ele ia queimar meu mundo até o chão, eu queria sentir o calor uma última vez. "Mais uma noite, Caio. Pelos velhos tempos. E então você cancela seus ataques."

Seus olhos escureceram, um lampejo de surpresa seguido por um brilho familiar e predatório. "Você acha que está em posição de fazer exigências?"

"Não é uma exigência", disse eu, minha voz baixando, inclinando-me para mais perto. "É um último pedido louco. Deixe-me ter esta última coisa, e eu desaparecerei."

Ele me encarou por um longo momento, o silêncio se estendendo entre nós. Então, sem uma palavra, ele se lançou sobre o console, sua mão se enroscando em meu cabelo, puxando meu rosto para o dele. Sua boca se chocou contra a minha, um beijo que não era terno, mas brutal, uma reivindicação selvagem.

Ele me empurrou contra a porta do carro, seu corpo me pressionando contra o assento de couro. A luz da lua que se filtrava pelo para-brisa sujo era fria e implacável, iluminando uma dança desesperada e feia de poder e dor.

Na manhã seguinte, voltei ao meu escritório me sentindo como um fantasma. Troquei de roupa, tentando apagar o cheiro dele da minha pele. Minha cabeça latejava, uma dor surda e persistente atrás dos meus olhos.

Eu estava me sentando na minha mesa quando minha assistente entrou correndo novamente, seus olhos arregalados de pânico. "Analu... ela está aqui. Isabela Almeida. Ela forçou a passagem pela segurança."

Antes que eu pudesse reagir, a porta do escritório se abriu. Isabela estava lá, vestida com um terno branco impecável, seus olhos vermelhos e furiosos.

Ela atravessou a sala e, sem uma palavra, me deu um tapa forte no rosto.

A força do golpe virou minha cabeça para o lado, minha bochecha ardendo, o gosto de sangue forte na minha língua.

"Sua vadia", ela sibilou, sua voz tremendo de raiva. Ela ergueu a mão esquerda, o diamante em seu anel de noivado brilhando como uma arma. "Você acha que pode tê-lo? Ele é meu."

Eu me endireitei, tocando minha bochecha latejante. Meus dedos saíram vermelhos. "Eu não o quero, Isabela", disse eu, minha voz perigosamente quieta. "Você pode ficar com ele."

Virei-me para ir embora, mas ela agarrou meu braço, suas unhas bem-feitas cravando-se em minha pele. "Não minta para mim! Eu sei o que você é. Uma puta patética e desesperada que não consegue superar."

            
            

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