Promessas Quebradas, O Retorno de um Coração Vingativo
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Capítulo 8

Ponto de Vista: Analu Moretti

Um pensamento horrível se solidificou nos destroços da minha mente: Caio havia vazado o vídeo. Era a única explicação. Quem mais poderia ter acessado as imagens de segurança do hotel com tanta facilidade? Quem mais seria tão cruel?

Uma parte de mim, uma parte pequena e tola, se recusava a acreditar. Mas as evidências eram condenatórias.

A porta do meu escritório se abriu com um estrondo, e um enxame de repórteres inundou o local, suas câmeras piscando como uma barragem de tiros. A luz era ofuscante, desorientadora.

"Senhorita Moretti, é verdade que você ofereceu favores sexuais a um agente da PF?"

"Você está usando seu corpo para obstruir uma investigação federal?"

"O que seu pai tem a dizer sobre o comportamento depravado de sua filha?"

As perguntas eram como pedras, afiadas e brutais. Recuei cambaleando, minhas costas batendo na beirada da minha mesa enquanto eles me pressionavam, uma matilha de lobos famintos sentindo o cheiro de sangue. Minha equipe de segurança finalmente conseguiu empurrá-los para fora, mas o estrago estava feito.

Minha assistente correu para o meu lado, seu rosto uma máscara de preocupação. "A Federal acabou de dar uma coletiva de imprensa", disse ela, sua voz tremendo.

Meu coração parou. Procurei meu celular, minhas mãos tremendo. A tela estava rachada, mas ainda funcionava. O vídeo mais popular em todas as redes sociais era dele. Caio Mendonça.

Ele estava em um pódio, ladeado pelo selo da PF, seu rosto sério e resoluto. Ele olhou diretamente para a câmera, seus olhos azuis frios e inflexíveis.

"Em nossa linha de trabalho, frequentemente encontramos pessoas desesperadas", disse ele, sua voz ressoando com falsa sinceridade. "Pessoas que farão qualquer coisa, se rebaixarão a qualquer nível, para escapar das consequências de seus atos. O elemento criminoso não medirá esforços para corromper a integridade do nosso sistema de justiça. Não seremos intimidados. Não seremos influenciados."

Ele não mencionou meu nome. Não precisava. O mundo inteiro sabia de quem ele estava falando. A seção de comentários era um poço de ódio, todo ele direcionado a mim. Puta da máfia. Criminosa imunda. Ela merece tudo o que está recebendo.

Deixei o celular cair e corri. Não sabia para onde estava indo, só sabia que precisava chegar até ele. Precisava olhá-lo nos olhos e ouvi-lo dizer.

Esperei por horas do lado de fora do prédio da federal, encostada em seu carro enquanto o vento frio da noite soprava ao meu redor. Quando ele finalmente saiu do elevador, estava ladeado por seus subordinados. Um deles murmurou: "Doutor, a Isabela está esperando o senhor para o jantar."

Ele nem sequer reconheceu minha presença. Passou direto por mim, como se eu fosse invisível, e estendeu a mão para a porta do carro.

Parei na frente dele, bloqueando seu caminho. "Aquela coletiva de imprensa", disse eu, minha voz rouca. "Como você pôde?"

Ele olhou para mim, sua expressão de pura e arrepiante indiferença. "Eu estava simplesmente declarando os fatos, Senhorita Moretti."

Minha garganta apertou, meus olhos ardendo com lágrimas não derramadas. "O vídeo, Caio", sussurrei, as palavras rasgando minha alma. "Foi você? Você o vazou?"

Ele não respondeu. Apenas sustentou meu olhar por um longo e agonizante momento. Então, ele se inclinou, sua voz um sussurro baixo e ameaçador. "Você deveria ter ficado nas sombras, onde pertence. Você está fora do seu alcance."

Ele passou por mim, entrou no carro e foi embora, o brilho de seus faróis um insulto final e ofuscante.

Fiquei ali, congelada, enquanto o frio se infiltrava em meus ossos. Parecia que meu coração estava fisicamente se partindo em meu peito. A dor era tão intensa, tão avassaladora, que mal conseguia respirar.

Então, meu telefone tocou. Era a governanta da mansão, sua voz frenética. "Senhorita Analu! É a sua avó! Ela desmaiou! A ambulância está a caminho!"

Minha avó. A única pessoa na minha vida que sempre me mostrou amor incondicional. Ela era a matriarca, a rocha inabalável da nossa família.

Corri de volta para a mansão, minha mente um borrão de pânico e medo. Uma ambulância estava estacionada na entrada circular. E ao lado dela, com o rosto sombrio, estava Caio.

"O que você está fazendo aqui?", gritei, minha voz crua de dor e raiva.

Ele olhou para mim, sua expressão indecifrável. "É melhor você entrar", disse ele, sua voz estranhamente quieta. "Se quiser vê-la uma última vez."

As palavras me atingiram como um golpe físico. Passei cambaleando por ele e corri para dentro de casa, meu coração batendo em meus ouvidos. Encontrei-a em seu quarto, uma equipe de paramédicos trabalhando freneticamente sobre seu corpo frágil.

Caí de joelhos ao lado de sua cama, pegando sua mão fria e enrugada. "Vovó", chorei. "Vovó, estou aqui."

Seus olhos se abriram tremulamente. Estavam turvos, mas encontraram os meus. Um lampejo de reconhecimento, de amor, passou por eles.

"Analu", ela ofegou, seu aperto em minha mão surpreendentemente forte. "Deixe-o... Saia... Esta vida... não é para você..."

Sua voz se perdeu. Sua mão ficou frouxa na minha.

O bipe constante do monitor cardíaco ao lado de sua cama se tornou uma linha reta, substituído por um único tom agudo e interminável. Um som que ecoou o grito que rasgava minha alma.

            
            

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