Promessas Quebradas, O Retorno de um Coração Vingativo
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Capítulo 7

Ponto de Vista: Analu Moretti

Em menos de uma semana, meu mundo implodiu. Caio cumpriu sua palavra. Agentes federais invadiram nossos negócios, colando avisos de fechamento nas portas sob o pretexto de "inspeções de rotina". Os parceiros que ainda não haviam fugido agora se apressavam para cortar todos os laços, suas ligações frenéticas inundando meu escritório. Eu era uma ilha, e a maré estava subindo rápido.

Voltei para a mansão da família tarde da noite, derrotada, depois de uma reunião inútil com o secretário de segurança, que praticamente riu de mim em seu escritório. Meu pai estava me esperando no grande salão mal iluminado, seu rosto uma máscara sombria à luz da lareira.

"E então?", ele perguntou, sua voz rouca.

Balancei a cabeça, o gesto parecendo pesado, final. "Eles não vão recuar, pai. Estão determinados a nos destruir."

Seus nós dos dedos estavam brancos enquanto ele agarrava os braços de sua cadeira de rodas. "O que você fez, Analu?", ele exigiu, sua voz rachando com uma rara demonstração de emoção. "O que você fez para aquele rapaz Mendonça nos odiar tanto?"

Suas palavras foram um soco no estômago. Eu? Eu queria gritar. Eu não fiz nada além de amar o homem errado. Eu queria dizer a ele como Caio me chantageou, me usou, me quebrou, e agora estava nos destruindo para provar sua lealdade à sua nova noiva. Mas as palavras não saíam. Tudo o que eu sentia era uma dor oca no peito.

"Não foi minha culpa", sussurrei, as palavras parecendo finas e inúteis.

"O jeito do nosso mundo é simples", disse meu pai, sua voz recuperando sua familiar dureza. "Você mostra fraqueza, você perde tudo. Você nunca, jamais, os deixa te ver de joelhos."

Sua lição de moral era a última coisa que eu precisava. Eu conhecia as regras. Eu só não sabia como vencer um jogo que estava tão brutalmente manipulado contra mim.

Naquela noite, fiquei na janela do meu quarto, observando as luzes vermelhas e azuis piscando interditarem mais uma de nossas boates na rua. Parecia que eu estava assistindo ao meu próprio cortejo fúnebre.

Em um último ato desesperado, mandei uma mensagem para Caio.

Me encontre. Por favor.

Ele respondeu com o número de um quarto de hotel.

O ar no quarto era viciado e sufocante. Ele estava perto da janela, um cigarro pendurado nos lábios, a fumaça se enrolando em sua cabeça como uma auréola de pecado.

"O que você quer, Analu?", ele perguntou, sem se dar ao trabalho de se virar.

Respirei fundo, engolindo o último resquício do meu orgulho. "Nos deixe ir", implorei, minha voz quase um sussurro. "Pegue o que quiser, mas deixe minha família com alguma coisa. Qualquer coisa."

Ele se virou então, um sorriso cruel brincando em seus lábios. "Ora, ora. Analu Moretti, finalmente aprendendo a implorar."

"Eu farei o que você quiser", disse eu, as palavras com gosto de cinzas na minha boca. "Qualquer condição."

Ele deu uma longa tragada no cigarro, seus olhos me percorrendo com uma avaliação fria. "E o que você possivelmente ainda teria para me oferecer?"

Meus joelhos tremeram, mas eu os forcei a se mover. Caminhei em sua direção e me ajoelhei no chão, minhas mãos tremendo enquanto eu alcançava o couro polido de seus sapatos. Um último e desesperado ato de submissão.

Ele deu um passo brusco para trás, seu sapato escapando do meu toque. A rejeição foi mais brutal do que um golpe físico.

"Por favor, Caio", solucei, as lágrimas que eu segurei por tanto tempo finalmente se libertando. "Não faça isso. Estou te implorando."

Ele se agachou, seu rosto no mesmo nível que o meu. Sua voz era uma carícia suave e venenosa. "A questão é, Analu", ele murmurou, "estou entediado deste jogo. Você não é mais divertida de brincar."

Ele se levantou, pairando sobre mim. "Você nem é digna de ser meu brinquedo."

As palavras estilhaçaram os últimos e frágeis pedaços da minha compostura. "Você não se importa nem um pouco?", gritei, olhando para seu rosto implacável. "Eu já fui alguma coisa para você?"

Ele riu, um som totalmente desprovido de calor. "Me importar com você? A filha de um mafioso? Não seja absurda."

"Isso é por causa dela, não é?", engasguei. "Por causa da Isabela."

Seu rosto endureceu. "Não se atreva a dizer o nome dela", ele rosnou, sua voz baixando para um rosnado perigoso. "Vocês escolheram essa vida. Deveriam estar preparados para as consequências."

Ele se virou e caminhou até a porta, sem sequer olhar para trás. "Você vive nas sombras, Analu. É hora de alguém acender as luzes."

A porta se fechou, me deixando sozinha no chão, meus soluços ecoando no quarto vazio e silencioso. Eu pensei que estava imune à sua crueldade, mas esta era uma dor nova e mais profunda. Ele não tinha apenas partido meu coração; ele havia aniquilado minha alma.

Na manhã seguinte, veio o golpe final. Minha assistente entrou correndo no meu escritório, seu rosto pálido, estendendo o celular.

"Analu... você precisa ver isso."

Peguei o telefone, minha mão tremendo. Um vídeo estava viralizando. Era da câmera de segurança do corredor do hotel da noite anterior.

Mostrava eu, de joelhos, rastejando em direção ao quarto de Caio. O ângulo era deliberadamente baixo, lascivo, fazendo parecer que eu estava realizando algum ato degradante. O rosto dele estava borrado, mas sua figura alta e autoritária era inconfundível. O título do vídeo era "Princesa da Máfia Seduz Agente da PF por Clemência".

Meu celular caiu no chão com um baque. Estava acabado. Ele não tinha apenas destruído minha família; ele tinha me destruído total e completamente.

            
            

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