Rejeitado pelo Ômega: O Arrependimento do Alfa
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Capítulo 4

Ponto de Vista: Helena

Três semanas.

Foi o tempo que levou para o osso se consolidar e os hematomas desaparecerem.

Minha perna finalmente havia sarado, embora não graças à enfermaria da Alcateia. Foram os elixires de alta qualidade enviados discretamente pela minha família que fizeram o trabalho.

Esta noite era o Leilão de Caridade - um playground para os ricos, os poderosos e os farsantes.

Eu não entrei com Caio.

Eu entrei com Luan.

Beta Luan.

Ele era o herdeiro da Alcateia do Crescente, uma facção rival notória por sua imensa riqueza e tecnologia de ponta. Ele estava na entrada, uma figura de elegância sombria, e me ofereceu o braço.

"Você parece a própria guerra, Helena", ele murmurou, seu olhar demorando-se com apreço no corte afiado e violento do meu vestido carmesim.

"Eu me sinto como ela", respondi, minha voz firme.

Sentamo-nos em uma mesa VIP diretamente em frente a Caio e Lia.

Lia estava envolta em seda branca, posando como uma flor frágil e inocente. Ao lado dela, os olhos de Caio se estreitaram instantaneamente, fixando-se na mão de Luan, que repousava possessivamente nas costas da minha cadeira.

A tensão era espessa o suficiente para sufocar.

O leiloeiro subiu ao palco, revelando o item final da noite.

"A Lágrima da Deusa da Lua."

Um silêncio coletivo caiu sobre a sala. Era um colar de safiras, as gemas brilhando com uma luz interior, que diziam aumentar o laço espiritual entre Companheiros Destinados.

Lia ofegou, a mão voando para a garganta. "Oh, Caio... é de tirar o fôlego."

"O lance inicial é de cinquenta mil", anunciou o leiloeiro.

"Cem mil", eu disse, levantando minha placa antes que as palavras tivessem saído completamente de sua boca.

A cabeça de Caio virou-se bruscamente em minha direção. Seu olhar era letal. "Cento e cinquenta."

"Duzentos", eu contrapus, sem piscar.

Lia se inclinou para Caio, sua voz alta o suficiente para ser ouvida. "A irmãzinha realmente quer. Talvez devêssemos deixá-la ter... mesmo que ficasse muito melhor em uma Luna."

A mandíbula de Caio se contraiu. Ele não podia deixar o desafio passar. Ele precisava provar que Lia era a verdadeira rainha daquela corte.

"Trezentos mil."

"Quinhentos mil", eu disse calmamente.

A sala ofegou. Sussurros irromperam como fogo em palha seca. Era uma quantia insana por uma joia, mesmo para lobos.

"Um milhão", Caio rosnou.

Ele se levantou, abotoando o paletó com uma lentidão deliberada e predatória. "E como Alfa, estou congelando os ativos das contas da família de Helena mantidas no sistema bancário da Lua de Sangue."

A sala ficou em silêncio mortal.

Ele estava usando sua autoridade de Alfa para cortar minha linha de vida financeira no meio de um leilão público.

"O pagamento é exigido imediatamente após a vitória", o leiloeiro gaguejou, olhando para mim com olhos arregalados e nervosos.

Verifiquei meu celular. Uma notificação brilhou na tela em vermelho:

Status da Conta: CONGELADA.

"Parece que você não pode pagar", Caio sorriu, a crueldade em seus olhos dançando. "O colar vai para Lia."

Ele subiu ao palco, autorizou a transação com os fundos ilimitados da Alcateia e prendeu a corrente de safira no pescoço de Lia.

Ela sorriu radiante, tocando as joias frias, e olhou para mim com um sorriso triunfante e piedoso.

"Fica melhor nela de qualquer maneira", Caio anunciou para a multidão silenciosa. "Joias são para quem brilha."

A humilhação queimou em minhas bochechas. A multidão sussurrava atrás das mãos.

A companheira rejeitada. A herdeira falida.

Luan se levantou, sua cadeira raspando ruidosamente no chão.

"Eu pagarei por ela", ele declarou, sua voz retumbando.

"Seu dinheiro não vale nada aqui, Beta Luan", Caio retrucou, virando as costas para nós. "Este é um evento da Lua de Sangue. Nosso firewall bancário rejeita todas as transferências externas. Você conhece as regras."

Ele havia manipulado o sistema. Ele queria me esmagar completamente, deixando-me apenas com a roupa do corpo.

Eu me levantei.

Eu não chorei.

Eu não corri.

Olhei Caio diretamente nos olhos, canalizando cada grama do orgulho da minha linhagem.

"Aproveite o colar, Lia", eu disse, minha voz cortando o silêncio como uma lâmina.

Ela piscou, confusa.

"Parece uma coleira em um cachorro."

Virei-me de costas e saí, de cabeça erguida. Luan me seguiu de perto, sua presença uma parede sólida às minhas costas.

Lá fora, sob o pálido luar, parei e olhei para o salão iluminado onde eles celebravam minha derrota.

"Ele acha que é o dono do mundo", murmurei, a raiva fervendo em minhas entranhas.

"Ele é dono de um pequeno pedaço de terra", disse Luan, sua voz profunda e perigosa ao lado do meu ouvido. "Nós podemos comprar o resto."

Olhei para a lua, fazendo um voto silencioso.

"Alfa Caio", jurei para a noite.

"Sua arrogância é o seu epitáfio."

            
            

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