O Cientista Oculto: A Vingança da Esposa Traída
img img O Cientista Oculto: A Vingança da Esposa Traída img Capítulo 4
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Capítulo 4

Guilherme voltou, um buquê de rosas vermelhas vistosas em uma mão, uma pequena caixa de veludo na outra. Ele tentou me oferecer um sorriso apaziguador, mas não alcançou seus olhos. Seu olhar percorreu nervosamente o quarto de hospital estéril, evitando o meu.

"Amor", ele disse, sua voz excessivamente animada. "Comprei isso para você. E isto." Ele apresentou a caixa de veludo. Dentro, um pingente de diamante, brilhando sob as luzes fluorescentes. "Uma coisinha para compensar... tudo."

Olhei para as rosas, depois para o pingente, depois para ele. Seu rosto era uma máscara de sinceridade forçada. "Não os quero", eu disse, minha voz plana. "Quero ir para casa."

Sua mandíbula se contraiu, mas ele assentiu. "Claro. Vamos providenciar sua alta."

Enquanto íamos para o carro, minha visão, ainda um pouco embaçada, captou um vislumbre de movimento perto de um carro estacionado. Keyla. Ela estava encostada no capô, rolando casualmente em um tablet. Seus olhos, no entanto, estavam fixos em mim, um leve sorriso zombeteiro brincando em seus lábios. Ela não fez nenhum esforço para se esconder. Ela estava esperando por mim. Por nós.

"Esse é o seu aparelho?" perguntei, minha voz cortando o silêncio tenso no carro. "Aquele com minha propriedade intelectual nele?"

Keyla apenas ergueu uma sobrancelha, uma imagem de despreocupação. "Minha querida, não tenho ideia do que você está falando." Ela olhou para Guilherme, seu sorriso inocente. "Você sabe, querido?"

Guilherme pigarreou. "Elisa, por favor. Não faça uma cena. Keyla estava apenas me ajudando a organizar alguns arquivos." Ele enfiou a mão na minha bolsa, tirando outra pequena e pesada caixa de veludo. "Aqui, eu também comprei isso para você. Um relógio novo. É o último modelo, importado da Suíça. Você vai adorar."

Olhei para o relógio, depois de volta para Keyla, que continuava a sorrir. "Meus dados, Guilherme. Quero saber onde estão. Se algo acontecer com eles, vou processar vocês dois. Por roubo de propriedade intelectual, por má conduta profissional e por tudo mais que eu puder pensar." Minha voz era baixa, mas cada palavra era afiada, precisa.

Keyla riu, um som tilintante e frágil. "Nos processar? Oh, querida, você realmente acha que tem alguma chance? Você é uma ninguém. E além disso," ela se virou para Guilherme, sua voz escorrendo doçura artificial, "Guilherme, querido, você vai mesmo deixar ela nos ameaçar assim? Ela está claramente instável."

Os olhos de Guilherme se estreitaram. Ele olhou para mim, depois para Keyla, depois de volta para mim. Ele estava claramente dividido, mas sua lealdade, como sempre, pendia para a mulher por quem ele estava totalmente obcecado. Ele se aproximou, sua mão alcançando meu braço.

"Elisa, não force a barra", ele avisou, sua voz baixa e perigosa. "Você está sendo irracional."

Afastei sua mão. "Irracional? É irracional proteger o trabalho da minha vida? É irracional exigir responsabilidade por ser drogada e jogada de uma varanda?"

Keyla ofegou, sua mão voando para a boca em choque exagerado. "Do que ela está falando, Guilherme? Ela está inventando coisas! Ela está claramente delirando!"

"Ela está mentindo!" Guilherme rugiu, seu rosto contorcido em uma máscara de raiva. Ele deu outro passo em minha direção, seus olhos ardendo. "Você é uma mentirosa, Elisa! Uma trapaceira manipuladora e enganosa!"

Minha respiração falhou. "Do que você está falando?"

"Disso!" Keyla gritou, tirando o celular. Uma foto brilhou na tela. Era uma foto minha, no quarto de hotel, com Caio. Minha mão estava em seu ombro, um gesto terno e inocente. Mas o ângulo, o enquadramento, torcia a imagem em algo escandaloso. "Ela está tendo um caso! Com o 'irmão' dela! Ela está te traindo esse tempo todo, Guilherme!"

Guilherme encarou a foto, seu rosto passando de um tom doentio de branco para escarlate. Seus olhos, inicialmente cheios de choque, rapidamente se transformaram em uma fúria aterrorizante. "Você... você me traiu?" Sua voz era um rosnado baixo, tingido de descrença e uma raiva arrepiante. "Depois de tudo? Depois que eu te dei tudo?"

"Não é o que parece!" protestei, minha voz subindo. "Caio é da família! Ele é filho do meu tutor! Ele sempre esteve lá para mim!"

"Família?" Keyla gritou, agarrando-se ao braço de Guilherme. "Ah, por favor! Todo mundo sabe como essas relações 'familiares' funcionam nos seus círculos de elite! Ela está dormindo com ele, Guilherme! Ela está te usando pelo seu dinheiro enquanto tinha um amante secreto!"

As palavras de Keyla, cheias de veneno, inflamaram a raiva já fervente de Guilherme. Seu rosto era uma máscara de puro ódio. Ele se lançou sobre mim, sua mão disparando. O tapa ecoou pela rua silenciosa, um estalo agudo e ensurdecedor. Minha cabeça estalou para trás, uma dor lancinante explodindo em minha bochecha. Tropecei, caindo no chão.

"Você me enoja!" Guilherme rosnou, seus olhos ardendo com uma fúria fria. Ele agarrou meu braço, me levantando com força. "Você mentiu! Você traiu! Eu te dei meu nome, minha casa, meu futuro, e você jogou tudo fora por um caso ilícito!" Ele me arrastou em direção à casa, seu aperto como faixas de ferro em volta do meu braço. "Você é uma desgraça! Uma vagabunda manipuladora!"

"Eu não traí!" gritei, as palavras rasgando minha garganta. "Eu nunca te traí! Você é quem-"

"Silêncio!" ele rugiu, sua voz ecoando na rua agora vazia. "Você vai pagar por isso, Elisa. Você vai se arrepender do dia em que me cruzou." Ele me empurrou para a sala de estar, em direção ao pequeno e mal iluminado depósito embaixo da escada. "Você mentiu para mim sobre seus pais! Você mentiu sobre tudo! Eu pensei que te conhecia!"

Ele me jogou lá dentro, a porta batendo com um baque retumbante. O quarto era pequeno, escuro e sufocante. O ar estava pesado com o cheiro de poeira e desuso. Meu corpo doía, minha cabeça girava. A traição, a violência física, as falsas acusações - era tudo demais.

Do lado de fora, eu podia ouvir a voz de Keyla, doce e triunfante. "Oh, Guilherme, querido, ela provavelmente está nos gravando secretamente aí dentro! Ela sempre foi tão calculista! Ela sabia o quão importante era sua cura. Ela sabia que aqueles dados valiam milhões!"

"Ela estava planejando te sabotar, Guilherme!" Keyla continuou, sua voz subindo em falsa indignação. "Ela ia roubar os dados, roubar sua cura e vendê-la para seus rivais! Ela confessou para mim! Ela disse que sabia exatamente como ajustar os algoritmos, como fazer parecer que meus dados eram os defeituosos! Ela disse que garantiria que você perdesse tudo, especialmente com sua condição progredindo. Ela até mencionou algo sobre sua família ficar furiosa se algo desse errado com a cura em que ela estava trabalhando!"

Meu sangue gelou. Ela estava confessando tudo. Tudo o que ela tinha feito, ela agora estava distorcendo e atribuindo a mim. Meus dedos tatearam pelo pequeno, quase invisível dispositivo de gravação que eu sempre mantinha no meu sutiã. Um hábito dos meus dias em pesquisa de campo perigosa, uma salvaguarda oculta. Ainda estava lá. Ainda ligado. Capturando cada palavra.

As horas se arrastaram na escuridão sufocante. Guilherme ocasionalmente empurrava um prato de pão seco e uma garrafa de água por uma pequena fenda na porta, mas ele nunca falava. Ele nunca encontrava meus olhos. Seu silêncio era mais frio, mais condenatório do que qualquer acusação.

Finalmente, a porta rangeu ao se abrir. Guilherme estava lá, seu rosto sombrio. "Você vai admitir suas mentiras, Elisa?" ele exigiu, sua voz baixa e perigosa.

"Não tenho nada a admitir", eu disse, minha voz rouca. "Sou inocente."

Seus olhos brilharam de raiva. Ele agarrou meu braço novamente, me arrastando para fora do depósito e subindo as escadas. "Então talvez um tipo diferente de lembrete refresque sua memória."

Ele me empurrou para o nosso quarto, o cômodo que antes fora nosso santuário, agora um campo de batalha. O cheiro do perfume de Keyla era avassalador aqui, misturando-se com o cheiro persistente de sua colônia. A cama, desfeita, trazia os sinais inegáveis de intimidade recente.

Meu estômago se revirou. Uma onda de nojo me invadiu. "Afaste-se de mim", engasguei, empurrando-o para longe.

Ele se lançou, me agarrando, forçando meu rosto contra os lençóis amassados. "Olhe para isso, Elisa! Olhe para o que você perdeu! Olhe para o que você jogou fora!" Ele riu, um som áspero e sem alegria. "Você se acha tão pura, tão intocável? Você acha que é melhor que eu? Melhor que a Keyla? Você não é nada!"

"Você é nojento", cuspi, lágrimas de puro desprezo escorrendo pelo meu rosto. "Você é uma desculpa vil e patética para um homem!"

Ele agarrou meu queixo, forçando-me a olhá-lo. Seus olhos estavam frios, desprovidos de qualquer calor. "Você costumava implorar pelo meu toque, Elisa. Você costumava me dizer que eu era o único."

"Isso foi antes", sussurrei, as palavras pesadas de dor, "antes de você tirar tudo de mim. Antes de você assassinar meu filho. Não se atreva a me tocar. Não depois do que você fez. Não depois do que perdemos."

Minha voz falhou na última palavra, a dor crua me rasgando.

            
            

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