O Cientista Oculto: A Vingança da Esposa Traída
img img O Cientista Oculto: A Vingança da Esposa Traída img Capítulo 8
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Capítulo 8

"Dra. Morton?" Guilherme zombou, uma risada estrangulada escapando de sua garganta. "Você está delirando. Elisa é uma estudante de pós-graduação. Ela não poderia ser diretora, ou uma Dra. Morton, ou seja lá o que você está balbuciando. Você claramente foi pago pela família manipuladora dela. Diga a ela que a farsa acabou. Diga a ela para parar com esse jogo ridículo."

O pesquisador olhou para ele com pena, depois um lampejo de desafio. "Sr. Harvey, com todo o respeito, a Dra. Morton deixou um recado para você. Ela disse... ela disse para lhe dizer que, às vezes, as mentiras mais perigosas são aquelas que você conta a si mesmo."

O rosto de Guilherme se contorceu em uma mistura de confusão e fúria crescente. "Mentiras? Que mentiras? Ela é quem tem mentido! O que ela tem contra a Keyla? Por que ela sempre tem que fazer tudo sobre si mesma?" Ele andava pelo laboratório vazio, sua raiva fervendo. "Ela está apenas com ciúmes, não é? Com ciúmes do talento da Keyla, de sua beleza, de seu sucesso. E ela está arrastando todos vocês para o seu draminha patético!"

Ele pegou o celular, seus dedos voando pela tela. `Guilherme: Isso foi longe demais, Elisa. Você acha que eu não sei que você está por trás disso? Estou te avisando. Se você não aparecer, se não parar com isso, vai se arrepender. Não terei piedade.`

Ele saiu furioso do laboratório, quase colidindo com Keyla. Ela estava na entrada, seus olhos fixos no quadro de diretores, seu rosto totalmente sem cor. No quadro, sob a seção "Diretores", uma foto de Elisa, listada como "Dra. Elisa Morton, Diretora de Pesquisa e Inovação".

Keyla rapidamente arrancou o quadro, suas mãos tremendo. Ela agarrou o braço de Guilherme, forçando um sorriso frágil. "Guilherme, querido! O que você está fazendo aqui? Pensei que estivesse esperando a Elisa no hotel." Ela tentou levá-lo para longe, sua voz leve, mas seus olhos estavam arregalados de pânico. A imagem de Elisa, tão composta, tão poderosa, havia sido gravada em sua mente.

Elisa Morton. Diretora. A mais jovem da história do instituto. As palavras ecoavam na mente de Keyla, um sussurro arrepiante. Ela sempre descartara Elisa como uma mulher fraca e despretensiosa. Uma substituta. Um peão. Mas uma diretora? Uma Morton? As implicações eram aterrorizantes. Ela apertou o aperto no braço de Guilherme, puxando-o mais rápido. Ela não podia deixá-lo ver. Ela não podia deixá-lo saber. Ainda não.

Ela se lembrou de fugir do país anos atrás, depois que sua fraude acadêmica foi exposta. Guilherme, tão apaixonado, financiara sua "pesquisa" no exterior, alheio à verdade. Ela se lembrou de criar meticulosamente sua nova persona: a cientista prodígio, a pesquisadora inovadora. Tudo mentira. Tudo para impressioná-lo, para cimentar seu lugar na vida dele e em sua fortuna.

"Você encontrou a Elisa?" Keyla perguntou, forçando um tom de preocupação inocente.

O rosto de Guilherme estava sombrio. Ele tentou ligar para Elisa novamente, mas foi direto para a caixa postal. Sua frustração aumentava.

"Oh, Guilherme", disse Keyla, uma lágrima brotando em seu olho. "Eu vi a Elisa mais cedo. Ela estava com um homem. Ele a estava tocando. Eles pareciam muito... íntimos." Ela apertou seu braço. "Eu sei o quanto ela te machuca, querido. Mas, por favor, não deixe que ela te afete."

Os olhos de Guilherme, escuros de raiva, se fixaram em seu celular. Ele encarou a tela, então, com um rugido gutural, atirou o aparelho contra a parede. Ele se estilhaçou em pedaços. Ele não duvidou de Keyla por um segundo. Sua mente, já envenenada por suas mentiras, agarrou-se a essa nova acusação. Elisa era uma traidora. Uma mentirosa manipuladora e enganosa. Sua última gota de afeto por ela, enterrada sob camadas de amargura e traição, evaporou.

Ele puxou Keyla para seus braços, segurando-a com força. "Está tudo bem, meu amor", ele murmurou, sua voz tingida de uma fúria possessiva. "Ela não é nada. Você é tudo. Você começará no instituto amanhã, certo? Eles têm muita sorte de ter você. Seus dados vão revolucionar tudo."

Os olhos de Keyla piscaram, um lampejo momentâneo de medo em suas profundezas. "Sim, querido. Claro. Amanhã." Ela se inclinou para ele, enterrando o rosto em seu peito. Os dados dele. Os dados que ela tão descuidadamente adulterara. Ela sentiu uma onda de pânico.

"Sabe", continuou Guilherme, um brilho triunfante em seus olhos, "eu estava tão preocupado com minha condição, com a cura. Mas com sua genialidade, Keyla, sei que tudo ficará bem. Mostraremos à Elisa o que uma cientista de verdade pode fazer."

Keyla murmurou uma resposta evasiva, sua mente a mil. Ela tinha que manter Guilherme convencido. Ela tinha que garantir que ele nunca descobrisse a verdade sobre os dados.

Nesse momento, o pesquisador júnior de antes voltou correndo, um arquivo grosso em sua mão. "Sr. Harvey! Você tem certeza absoluta de que quer prosseguir com os dados modificados? A Dra. Morton advertiu especificamente contra isso. Ela disse que estão incompletos, cheios de erros. Ela disse que, se usados, poderiam acelerar sua condição, não curá-la!" Ele entregou um documento a Guilherme. "Ela disse para lhe dar isso. É um termo de isenção de responsabilidade. O instituto não será responsabilizado se você optar por prosseguir com dados não verificados."

O rosto de Guilherme ficou vermelho beterraba. "Não se atreva a acusar a Keyla de incompetência!" ele rugiu, olhando para o pesquisador. "Você está em conluio com a Elisa, não é? Tentando nos sabotar! Vou acabar com seu emprego! Com todos vocês!" Ele arrancou a caneta da mão do pesquisador e, sem um momento de hesitação, rabiscou sua assinatura no termo.

Keyla, ao ver o termo, sentiu um sobressalto de alarme. Ela agarrou seu braço, seus olhos arregalados. "Guilherme, querido, talvez devêssemos apenas... verificar novamente? Só para ter certeza?"

Guilherme olhou para ela, seus olhos cheios de uma adoração cega. "Você acha que eu não confio em você, Keyla? Você acha que algum dia mentiria para mim?"

"Claro que não!" ela protestou, sua voz tingida de falsa sinceridade.

"Então não estou preocupado", ele declarou, sua voz ressoando com uma falsa convicção. Ele assinou o documento com um floreio, depois olhou para o pesquisador, um sorriso triunfante no rosto. "Pronto. Agora, saia. E diga à Elisa que suas tentativas patéticas de me minar acabaram. Confiarei nos dados da Keyla em vez dos dela qualquer dia."

                         

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