Gênero Ranking
Baixar App HOT
A Apatia Dele, A Aurora da Liberdade Dela
img img A Apatia Dele, A Aurora da Liberdade Dela img Capítulo 5
5 Capítulo
Capítulo 11 img
Capítulo 12 img
Capítulo 13 img
Capítulo 14 img
Capítulo 15 img
Capítulo 16 img
Capítulo 17 img
Capítulo 18 img
Capítulo 19 img
Capítulo 20 img
Capítulo 21 img
img
  /  1
img

Capítulo 5

Ponto de Vista: Helena

A tela gigante atrás de Arthur ganhou vida. Uma montagem de vídeo brilhante e produzida profissionalmente começou a ser exibida. Mostrava a 'Adrenalina Pura Mídia' – minha empresa, meu projeto de paixão, o trabalho da minha vida. Mas o rosto na tela não era o meu. Era o de Larissa.

Cada acrobacia ousada, cada paisagem de tirar o fôlego, cada salto cheio de adrenalina – tudo havia sido meticulosamente editado para apresentá-la. Minhas narrações foram substituídas pelas dela. Meu nome, conspicuamente ausente, substituído pelo dela. Foi um apagamento digital, um roubo brutal da minha identidade.

Lembrei-me das noites sem dormir, das horas intermináveis que passei editando, do medo que engoli antes de cada salto. O orgulho que senti ao ver minha visão ganhar vida. Esta galeria representava quatro anos do meu trabalho – minha alma – pendurada nessas paredes brancas e imaculadas. E agora, era dela.

Larissa, radiante, deu um passo à frente quando o vídeo terminou. "E com esta nova direção", ela anunciou, sua voz doce e açucarada, "faremos algumas mudanças emocionantes. Começando com... a reestruturação da equipe. Todos os contratos existentes serão, infelizmente, rescindidos."

Um murmúrio de confusão percorreu a sala. Os membros da minha equipe, muitos dos quais estavam aqui esta noite, olharam para mim, seus rostos marcados por choque e traição. Eles eram minha família. Meu sistema de apoio. E ela os estava desmantelando, sem esforço, impiedosamente.

A raiva, fria e pura, surgiu dentro de mim. Meu coração martelava contra minhas costelas, uma batida desesperada. Eu tinha que falar. Eu tinha que expô-la.

"Isso é mentira!", gritei, avançando. "Ela é uma ladra! Esta é a minha empresa! O meu trabalho!"

Mas antes que as palavras saíssem completamente dos meus lábios, uma mão tapou minha boca, abafando meus gritos. Arthur. Seu aperto era como um torno, seus olhos frios e inflexíveis. Lutei, arranhando seu braço, mas ele me segurou firme.

"Helena, acalme-se", ele sussurrou no meu ouvido, sua voz tensa com raiva mal contida. "Você está fazendo uma cena."

Debati-me, desesperada para me libertar, desesperada para alcançar minha equipe, para avisá-los. Mas então, senti uma mão no meu braço, e logo em seguida, uma sonolência avassaladora me atingiu.

Minhas lutas enfraqueceram. Minha visão embaçou. A sala girou. Uma sonolência pesada me envolveu, me arrastando para um abismo escuro e sufocante.

Quando acordei, o quarto estava mal iluminado. Minha cabeça latejava, meus membros pareciam pesados, como chumbo. Arthur estava sentado ao lado da cama, o rosto sombrio.

O pânico me dominou. O estúdio! Minha equipe! Eu tinha que me levantar. Eu tinha que detê-la.

"Arthur!", grasnei, tentando me sentar. "O estúdio! Ela está pegando! Minha equipe! Eu tenho que ir!"

Ele me empurrou gentilmente de volta, sua mão repousando na minha testa. "É tarde demais, Lena. Já está feito."

"Não!", gritei, lágrimas escorrendo pelo meu rosto. "Não pode ser! Faça-a parar! Diga a eles a verdade!"

Ele apenas olhou para mim, um olhar estranho e vazio em seus olhos. "Não há nada a dizer, Helena. É tudo legal. Tudo dentro da lei."

Um novo horror me atingiu. Suas palavras. Seus olhos. O jeito como ele evitava meu olhar. Ele sabia. Ele fazia parte disso.

"Você sabia", sussurrei, as palavras presas na minha garganta. "Você a ajudou." Minha mente voltou às muitas vezes em que compartilhei minhas ideias, minhas senhas, minha visão com ele. Ele sempre fora tão solidário, tão interessado.

Ele estava coletando informações. A percepção me atingiu com a força de um golpe físico. Ele havia dado tudo a ela. Meu coração se partiu em um milhão de pedaços.

Encarei-o, meus olhos arregalados de incredulidade, depois com uma decepção esmagadora e profunda. Ele tentou estender a mão, para cobrir meus olhos, como se não pudesse suportar ver a verdade refletida ali. Mas eu me afastei, meu olhar inabalável.

Meu peito se apertou, uma dor sufocante. Eu não conseguia respirar. "Por quê?", engasguei, lágrimas escorrendo pelo meu rosto. "Por que, Arthur? Depois de tudo?"

Ele enxugou gentilmente uma lágrima da minha bochecha, seu toque surpreendentemente terno, mas totalmente desprovido de compreensão. "Helena, você não precisa daquele pequeno estúdio. Era apenas um hobby, uma indulgência." Sua voz era suave, mas suas palavras eram uma traição. "Vou te dar algo melhor. Uma rede de butiques de luxo. O que você quiser."

Ele se inclinou, sua voz baixando para um murmúrio. "Larissa... ela precisa disso, Lena. A família dela perdeu tudo ajudando a minha. O casamento dela foi um desastre. Eu devo a ela. Nós devemos a ela." Ele olhou para mim, seus olhos implorando por compreensão. "Este é um preço pequeno a pagar, considerando."

Minha mente girava. Um preço pequeno? O trabalho da minha vida. Minha identidade. Meu senso de eu. Tudo por sua culpa mal colocada, seu senso distorcido de dívida.

Olhei para ele, minha esperança, meu amor, desaparecendo em uma resolução fria e dura. Ele nunca ficaria do meu lado. Ele nunca me escolheria.

"Minha equipe", sussurrei, um apelo final. "Por favor, Arthur. Não deixe que ela os demita. Eles são boas pessoas. Talentosos. Eles têm famílias."

Ele suspirou, passando a mão pelo cabelo. "Helena, não posso interferir nas decisões de Larissa. O estúdio é dela agora."

A finalidade de suas palavras foi uma sentença de morte. Minha garganta se fechou. Minhas mãos caíram moles ao meu lado. Ele os havia condenado. Ele havia me condenado. O mundo, antes uma tapeçaria vibrante de possibilidades, havia se encolhido a uma gaiola escura e sufocante.

Anterior
            
Próximo
            
Baixar livro

COPYRIGHT(©) 2022