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A Apatia Dele, A Aurora da Liberdade Dela
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Capítulo 6

Ponto de Vista: Helena

Minhas mãos, moles e inúteis, caíram ao meu lado. Minha garganta ardia. As lágrimas haviam parado. Não havia mais nada. Nada além de uma dor oca no meu peito.

Arthur apenas ficou ali, o rosto indecifrável, os olhos fixos em mim. Ele não disse nada. Não ofereceu conforto. Sua preocupação era com Larissa, sempre com Larissa.

Lembrei-me de um ditado. Lágrimas só funcionam com quem te ama. Ele não me amava. Ele nunca amou.

Uma calma estranha se instalou em mim. Limpei meu rosto, a frieza da minha pele um contraste gritante com o fogo interior. Acabou. A farsa. A ilusão.

Peguei meu telefone, meus dedos trêmulos. Minha equipe. Eu tinha que ajudá-los. Comecei a fazer ligações, contatando cada pessoa que conhecia, movendo cada pauzinho, tentando encontrar novos empregos, novas oportunidades para eles. Eles mereciam mais do que ser dano colateral no jogo distorcido de Arthur.

Arthur me observava, um brilho de confusão em seus olhos. Ele provavelmente esperava que eu gritasse, chorasse, implorasse. Que me agarrasse a ele, como ele pensava que eu sempre fazia. Ele esperava a antiga Helena, aquela que lutava por sua atenção, que acreditava nele.

Ele estava enganado.

Terminei minhas ligações, minha voz rouca. Então, caminhei para o canto mais distante do quarto, peguei uma revista e comecei a folheá-la, de costas para ele. Eu tinha parado de lutar. Parado de me importar.

Um arrepio de inquietação começou a florescer no peito de Arthur. Ele não conseguia identificar. Este silêncio, esta indiferença... era aterrorizante.

"Helena", disse ele, com a voz hesitante. "Eu providenciei uma compensação para você."

Eu não levantei o olhar. "Compensação?"

"Sim." Ele pigarreou. "Aquela cobertura de luxo no Leblon que você sempre admirou. É sua. Apenas no seu nome." Ele fez uma pausa, esperando uma reação. "Vale uma fortuna."

Eu apenas dei de ombros, virando uma página. "Fique com ela."

Seu queixo caiu. "Ficar com ela? Helena, vale milhões!" Ele pensou que eu estava sendo difícil. Teimosa. Ele pensou que eu ainda me importava com coisas materiais.

"Eu não quero", eu disse, minha voz plana.

Ele caminhou até mim, um tom desesperado em sua voz. "Helena, por favor. Apenas assine os papéis do divórcio. Você terá tudo. Metade dos meus bens. Tudo." Ele empurrou uma pilha de papéis para mim.

Olhei para cima, um sorriso lento se espalhando pelo meu rosto. "Papéis do divórcio?"

Ele assentiu, o alívio inundando seu rosto. "Sim. Apenas... assine. E podemos seguir em frente."

"Ok", eu disse, pegando os papéis. "Vou lê-los com atenção."

Um sorriso genuíno tocou seus lábios. Ele pensou que tinha vencido. Ele pensou que eu finalmente estava cedendo, que o incentivo financeiro havia funcionado.

Virei-me de costas para ele, fingindo examinar os documentos. Meu coração não sentia nada. Nem raiva, nem tristeza. Apenas um vazio profundo.

Então, seu telefone tocou. Seu rosto se iluminou. "Larissa? O que foi?" Sua voz, suave e terna, foi uma punhalada no meu coração. Ele murmurou garantias, seus olhos cheios de calor.

Ele desligou, sua expressão de repente sombria. "Helena, eu tenho que ir. Larissa... ela não está se sentindo bem." Ele começou a ir em direção à porta.

"Arthur", eu disse, minha voz cortando sua partida apressada. Mostrei os papéis do divórcio. "Assine."

Ele olhou para mim, irritado. "Mais tarde, Lena. Eu disse mais tarde. Apenas vá para a cama. Não me espere." Ele rabiscou sua assinatura na última página, seus olhos já na porta. Ele nem olhou para o que estava assinando. Ele só queria sair.

Ele saiu. Fiquei ali, segurando os papéis do divórcio assinados. Os verdadeiros. Não o acordo de compensação. Não o acordo pré-nupcial. O decreto de divórcio final e irrevogável.

Lembrei-me do dia do nosso casamento. A esperança ingênua no meu coração. A crença de que sua proteção, nascida daquela corrida de rua, era amor. Eu fui uma tola.

Fiquei acordada naquela noite, a casa silenciosa ao meu redor. O silêncio era pesado, sufocante. Eu não conseguia dormir. Minha mente disparava, repassando cada palavra cruel, cada gesto desdenhoso.

De repente, a porta se abriu com um estrondo. Arthur estava lá, seus olhos ardendo de fúria. Ele caminhou até a cama, suas mãos agarrando meu braço, me puxando bruscamente para cima.

"Que diabos você fez?!", ele rugiu, sua voz grossa de raiva desenfreada.

Gritei, a dor percorrendo meu braço. Lágrimas brotaram em meus olhos, quentes e involuntárias. Ele as viu e, por uma fração de segundo, seu aperto afrouxou. Seus olhos piscaram, um indício de algo - culpa? arrependimento? - em suas profundezas.

Mas então, sua raiva voltou, mais feroz do que antes. "Não se atreva a chorar! Você não tem o direito! Como pôde ser tão cruel?"

Eu sabia. Eu sabia exatamente do que ele estava falando. Larissa. Sempre Larissa.

"O que sua preciosa Larissa disse que eu fiz desta vez?", perguntei, minha voz plana, desprovida de emoção. "Eu a empurrei escada abaixo? Envenenei o chá dela?" Uma risada sarcástica escapou dos meus lábios.

Seu rosto se contorceu em um rosnado. "Você mandou e-mails ameaçadores para ela! Coisas horríveis, vis! Você ameaçou expor o passado dela, arruiná-la!"

"Eu não fiz tal coisa", eu disse, minha voz fria. "Eu não me rebaixaria a táticas tão patéticas."

"Não minta para mim!", ele berrou, enfiando o telefone na minha cara. A tela exibia uma série de e-mails maliciosos, cheios de detalhes pessoais sobre o passado de Larissa, detalhes que poucas pessoas sabiam. E no final, meu endereço de e-mail.

Encarei a tela, um medo gelado me dominando. "Esse não é meu endereço de e-mail", eu disse, minha voz trêmula. "É falso. Alguém está tentando me incriminar."

Ele riu, um som áspero e sem humor. "Incriminar você? Ah, por favor, Helena. Quem mais teria acesso a toda essa informação? Quem mais estaria tão desesperado para machucar a Larissa?" Ele balançou a cabeça, seus olhos cheios de nojo. "Você finalmente mostrou suas verdadeiras cores. Você não passa de uma vadia ciumenta e manipuladora."

Suas palavras foram um golpe físico. Minha visão embaçou. Cambaleei, minha mente girando. Era isso. A traição final. Ele realmente acreditava nela. Ele realmente acreditava que eu era capaz de tal crueldade. Eu havia perdido tudo.

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