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A Apatia Dele, A Aurora da Liberdade Dela
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Capítulo 9

Ponto de Vista: Helena

A tela de entretenimento a bordo era uma pequena janela para o mundo que eu havia deixado para trás. Uma reportagem passou por ela: "Escândalo explode na Torre Montenegro: lançamento do estúdio de Larissa Almeida interrompido por manifestantes furiosos."

Meu coração, que eu pensei ter se transformado em gelo, deu um pequeno e inexplicável palpitar. Inclinei-me para mais perto, meu olhar fixo na filmagem granulada. Os manifestantes eram rostos familiares. Minha equipe. Minha equipe leal e brilhante.

Franzi a testa, uma onda de confusão me invadindo. Por que eles estavam protestando contra Larissa? Eu presumi que estariam com raiva de mim por "abandoná-los", por deixar seu estúdio ser roubado.

Então, um deles, um estagiário de tecnologia que eu havia orientado pessoalmente, pegou seu telefone e iniciou uma transmissão ao vivo. Sua voz, clara e ressonante, cortou o barulho.

"Nós somos a equipe original da Adrenalina Pura Mídia!", ele declarou, seus olhos ardendo de raiva justa. "E estamos aqui para expor a verdade! Esta mulher, Larissa Almeida, é uma fraude! Ela roubou nosso trabalho! Ela roubou o trabalho de Helena Sampaio!"

A tela então mostrou uma montagem. Fotos minhas, em vários estados de foco e determinação, trabalhando até tarde da noite, debatendo ideias, meu rosto manchado de sujeira após uma longa filmagem. Lá estava eu, coberta de lama de uma trilha de mountain bike, depois editando meticulosamente as imagens, a testa franzida em concentração. Minha vida. Minha paixão. Meu esforço.

Uma emoção crua e inesperada apertou minha garganta. Eles se lembravam. Eles se importavam. Mesmo depois de tudo, eles estavam lutando por mim. Meus olhos arderam, um calor se espalhando pelo meu peito.

Na transmissão ao vivo, o rosto de Larissa se contorceu em uma máscara de pura fúria. Ela avançou sobre o estagiário, tentando arrancar seu telefone, sua fachada cuidadosamente construída desmoronando.

"Arthur! Faça alguma coisa!", ela gritou, agarrando seu braço. "Prenda-os! Processe-os! Eles estão arruinando tudo!"

Arthur. Seu olhar estava fixo na tela, não em Larissa. Seus olhos, escuros e intensos, estavam travados na minha imagem. Ele me viu, naquelas fotos, vibrante e viva, imersa em meu ofício. Ele viu a paixão, a dedicação. A realidade.

Ele viu meu trabalho. O pensamento, pequeno e frágil, se formou em minha mente. Ele me viu.

Ele se lembrou dos meus apelos, dos meus gritos desesperados para salvar o estúdio, para salvar minha equipe. Ele se lembrou de descartar isso como um "hobby", uma "indulgência". A cruel ironia de suas palavras agora pairava pesada no ar.

Larissa ainda estava chorando, sua maquiagem escorrendo pelo rosto, uma caricatura grotesca de uma vítima. Mas Arthur não estava olhando para ela. Ele estava olhando para a tela. Para mim.

Então, com um esforço visível, ele se afastou da atração inebriante da minha imagem. Ele respirou fundo, ajeitou a gravata e deu um passo à frente, encarando as câmeras. O CEO. O magnata. O mestre do controle de danos.

"Peço desculpas por esta infeliz interrupção", ele anunciou, sua voz calma e autoritária, cortando o caos. "Garanto a vocês que investigaremos essas alegações minuciosamente. A justiça será feita." Ele fez uma pausa, seu olhar varrendo a multidão. "A cerimônia de inauguração está adiada por tempo indeterminado."

Um suspiro coletivo. Larissa o encarou, horrorizada.

Um de seus seguranças se aproximou dele. "Senhor, como quer que lidemos com os manifestantes?"

Arthur esfregou as têmporas, um brilho de exaustão cruzando seu rosto. Ele pensou nas minhas fotos, no meu rosto sério. Ele pensou no apelo desesperado em meus olhos.

"Não os machuquem", ele ordenou, sua voz baixa. "Apenas... contenham-nos. E garantam que sejam pagos pelos cartazes. Ofereçam-se para comprar as fotos deles. Educadamente."

Larissa, com o rosto uma máscara de incredulidade, bateu o pé. "Arthur! Como você pode? Eles estão me atacando! Eles estão me acusando!" Ela o seguiu até o carro, ainda furiosa.

"Eles estão mentindo, Arthur! Ela os instigou! Helena está tentando me arruinar!", ela lamentou, agarrando seu braço. "Ela simplesmente não me deixa ser feliz! Ela é tão invejosa!"

Arthur suspirou, uma expressão de dor em seu rosto. A voz estridente dela o irritava. Ele sempre a achara... charmosa. Agora, era apenas irritante.

Ele pensou em mim. Meu foco silencioso e determinado quando eu trabalhava. Minha risada fácil com minha equipe. Eu nunca o incomodava quando ele estava trabalhando. Nunca interrompia suas ligações. Nunca exigia sua atenção.

Larissa, sentindo uma mudança, uma distância perigosa, de repente parou seu teatro. Seus olhos se arregalaram, um brilho de pânico em suas profundezas.

"Arthur?", ela sussurrou, sua voz trêmula. "O que há de errado? Você... ainda está bravo comigo?" Ela tentou seu velho truque, um beicinho frágil e lamentável.

Ele se virou para ela, seus olhos frios e distantes. "Não, Larissa", disse ele, sua voz plana, desprovida de emoção. "Apenas... não."

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