Destino...
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Capítulo 2 No escritório

- Cara cognata, posso entrar? – Stefania tirou-me dos meus desvaneios.

- Lógico, entra.

- Então, que cara é essa? – perguntou com as sobrancelhas – o meu irmão fez-te alguma coisa?

- Calma, não fez nada.

- Então...?

- Relembrar o passado. – Fiz uma pausa e reparei a expressão da sua face demonstrando compreensão. – Faz hoje sete anos que fugi.

- Sei o que passaste, mas sabes que tinha que ser assim. A vida muda, as pessoas mudam e os sentimentos também. És uma lutadora por estares onde estás. Sabes bem o valor que tens e o orgulho que os teus pais devem ter neste momento. – Stef sempre reconforta e me dá uma palavra amiga.

- Sei bem disso. A única coisa que me arrependo foi ter abandonado a minha Tia.

- Compreendo, mas acredito que o destino tinha que ser assim. – e então, para não ficar um ambiente apático, mudou de conversa. – Hoje á noite é noite de Signoras, vens? Vou falar com Vitória.

Vitória é uma amiga nossa que conhecemos numa pastelaria do centro. Esta trabalhava como empregada de mesa nas horas vagas e frequentava a faculdade. Também ela associou-se á empresa, porém, na sua área, o Marketing. A ligação prevalece ainda hoje. Vi, é a mais extrovertida do grupo, sempre com energia positiva para dar e vender.

- Não precisa. Eu aceito a proposta. – disse Vitória enquanto entrava, sorridente.

- Mio amore, a tanto tempo que não te via. Até já estava a arranjar conversa para te ver. – Stef falou na brincadeira. – Bem, cognata, só faltas tu.

- Irei avisar Alex e irei com vocês.

Após as meninas saíram da sala, liguei para Alessandro. Confesso que tenho saudades dele. Este está numa viagem de negócios a França, á quase uma semana. As saudades já apertam.

- Amore, tudo bem?

- Sim, cielo, tenho saudades tuas. Quando voltas?

- Também, morro de saudades. Ainda tenho uma reunião amanhã pela manhã. Em princípio, amanhã a tarde.

- Mal posso esperar. Hoje vai haver noite de signoras, decidi avisar.

- Foi a minha irmã que propôs, não foi? – Alessandro não gosta muito das nossas saídas, mas não tem coragem de contrariar a irmã. Ele é o estilo de irmão que protege a sua irmã mais nova e não tolera os homens próximos dela. Porém, Stef sempre demonstra uma atitude independente da sua vida. Quanto a mim, confesso que há um bocadinho de ciúmes, mas a confiança tem reinado no nosso relacionamento.

- Sim. Na verdade, já não tínhamos uma noite de meninas a muito tempo. Não te zangues. Stef tem a mesma idade que eu e é bastante responsável. Confia.

- Eu confio. Só não confio nos homens a babar-se nela. – tentei controlar o riso. – Porque estás a rir? Falo a verdade.

- Imagino quando Stef decidir casar -se. Ainda gostava de ter um sobrinho. – Brinquei um pouco com o limite.

- Isso ainda vai demorar. Mas já que falas nisso, que tal começarmos a pensar em dar um sobrinho para a minha irmã? – aposto que tem um sorriso maldoso no seu rosto.

- Um caso a pensar. – A ideia de ter um bebé começou a nascer dentro de mim. Quiçá fosse uma ideia a por em prática a curto prazo. Já estou casada a dois anos, o suficiente para dar o próximo passo.

- Amore, esse nosso projeto terá que ser discutido depois. Estão a chamar. Tenho que ir. Ti amo.

- Tudo bem, Anch'io ti amo.

            
            

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