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Capítulo 6 Investigação

Capítulo 7 O reencontro

Capítulo 8 Falar demais


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A noite estava agradável. Eu e as meninas entramos num bar que costumamos frequentar. Sentamos e pedimos as nossas bebidas. Vários homens estavam vidrados na nossa mesa. Para não sermos incomodadas, o truque é falarmos que não temos atração por homens. Quase sempre resulta, a não ser que o homem seja insistente. Nesses casos costumamos ter o meu marido que, sim, faz questão de nos acompanhar. Sozinhas, temos que nos virar. Uns homens perto do balcão, continuam a olhar e pouco depois vejo eles a aproximar.
- Parece que vamos ter companhia. -aviso e já vejo os olhares que Vitória e Stefania ao encontro do alvo.
- Estratégia do costume? – sussurra Stef para nós. Assentimos.
Eram exatamente três homens. Um loiro de olhos azuis e dois gêmeos morenos com olhos castanhos. Após estarem a dar em cima de nós, aplicamos a nossa técnica, mas o estilo macho alfa característico deles não deixou passar a nossa desculpa. Chegou a um certo ponto que se tornou sufocante a cola deles. Um dos gêmeos reparou na minha aliança.
- Zangada com o marido? – disse o gêmeo mostrando um sorrisinho nojento de lado.
- Nem por isso. Amo bastante o meu marido. – respondi seca.
Tanto a minha paciência como a das meninas estava a esgotar-se. A ideia era sair para descontrair e não para levar com três marmanjos que só pensa em levar a primeira mulher que vir para a cama.
Do nada, senti a presença de dois homens a aproximar. Quando ergui a cabeça, entrei em choque por um momento e desviei o olhar o mais rápido que pude. Por ironia do destino, na minha frente estava o melhor amigo e o irmão de Theodore, Logan Duncan e Steve Foster. O medo de me reconhecerem era enorme. Porém, Logan pareceu analisar-me enquanto Steve afastava os brutamontes da nossa beira. Formei uma expressão natural como se nada tivesse acontecido e tão pouco os tivesse reconhecido.
- Sarah, és mesmo tu? – a minha respiração travou por um momento. O meu olhar pousou em Stef que percebeu a encruzilhada que estava. Reuni forças e adotei amnésia do meu passado.
– Desculpe, nos conhecemos?
- Não finjas que não me conheces . Sabes, perfeitamente, quem sou eu e o que fizeste. Pensávamos que tinhas morrido. Estivemos no teu velório. Não sabes como Theo sofreu estes anos todos. E agora encontro-te aqui, viva. Tens noção do que fizeste. Tu quase acabaste com a vida do meu amigo. – A raiva e visível e a vontade de me estrangular parecia ser o próximo passo. Steve agarrou-o ao mesmo tempo que lançava um olhar de julgamento para mim. Vitória era a única que não sabia o que se estava a passar. Nunca existiu uma conversa que fizesse eu lhe contar acerca do meu passado. Já Stef sabia de tudo, apesar de não conhecer os intermediários, e decidiu tomar o controlo da situação.
- Acho, simplesmente, uma falta de respeito chegar a beira de uma pessoa que nunca viu na vida e descarregar atrocidades como se a conhece-se. A minha cunhada nunca os viu na vida. Só para terem noção que acabaram de estragar a nossa noite. Magda e Vitória, vamos embora e deixar os senhores e as suas especulações. – ao mesmo tempo faz um gesto para nos levantarmos.
- A sua amiga sabe bem o que digo , e não me venha com outros nomes. O nome dela é Sarah...
- O meu nome é Magda. Pare lançar comentários obscenos a uma pessoa que nunca viu na vida. Não sou a pessoa que busca. Peço que reveja o vocabulário que usou e que se controle. Agora, tal como disse a minha cunhada, acabou de estragar a noite. Agradeço a ajuda com aqueles homens. Meninas, vamos. – arranjei forças onde não existiam e contornei a situação. Sabia, perfeitamente, que caso não tomasse uma atitude cederia á pressão e revelaria a minha antiga identidade.
Enquanto contornava-o, o meu braço foi agarrado. Voltei o meu olhar para Logan.
- Em breve saberemos quem você é. Magda. – Soltei o meu braço e voltei para a saída.
Quando chegamos ao carro, havia tensão nos nossos rostos.
- Alguém me explica o que acabou de acontecer? – perguntou Vitória atoa que se passava. Stef e eu nos entreolhamos e eu assenti a sua pergunta muda. Era necessário contar para Vi. É nossa amiga e tem todo o direito a saber. Sabemos o caráter dela e confiamos sem margem de dúvidas.
- Ficamos todas no meu apartamento. Lá te contaremos. – disse Stef.
Assim que chegamos, mandei uma mensagem a Alex a dizer que já tínhamos chegado em casa da irmã dele e que ficaríamos cá. Depois de vestir os pijamas emprestados, sentamo-nos em cima da cama. Contei o meu passado observando a sua expressão. Expliquei também quem eram os homens que me confrontaram. Vi olhou-me com pesar. Nunca pensou que já tinha passado por muito na vida até chegar onde estou.
Depois das revelações, para descontrair da tensão acomodada, decidimos assistir a um filme com a companhia de vinho e queijo aos cubinhos. Melhor terapia para relaxar.
Porém, mesmo que me mostra-se tranquila, sentia medo das sombras do meu passado. Tinha receio de magoar-me e magoar os meus ao meu redor. Todos seguimos em frente e nos reconstruindo, mas confesso que voltar a ver os próximos de Theo fez nascer em mim, incerteza e insegurança.
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Vi os feedbacks positivos do último capítulo. Obrigada por tudo. É gratificante receber a vossa apreciação. Colocarei novidades no insta nos próximos dias. @kathyera_Destino, inclusive os dias de publicação.
Beijinhos 🕊