Capítulo 5 Dimitri

Eu desligo o telefone batendo-o com força. Bufo irritado com a ligação. Thomas acaba de me informar que a polícia pretende interromper as buscas por Annabelle. Segundo eles, não há indícios de que ela tenha sido sequestrada ou esteja morta. O investigador do caso alega ter coisas mais importantes pra fazer do que procurar uma garota mimada que fugiu de casa.

Respiro fundo tentando me controlar. Eu queria tanto machucar alguém agora. Um soco na cara deste investigador incompetente ou umas cintadas na velha que perdeu minha menina.

Tenho certeza que ela tem culpa na situação. Annie só ficaria com a avó por apenas dez dias, faltava apenas quatro pra eu ir buscá-la. A velha aprontou algo que deixou minha garota desesperada. Se fosse alguma coisa não muito séria, ela só precisaria ter me ligado. Eu nem perguntaria a razão antes de trazê-la de volta. Ela sabia disso.

Pelo menos há algo positivo em a polícia se afastar. Vou dizer a Thomas pra dar um aperto naquela velha interesseira. Ela vai ter que me dizer o que aconteceu que causou a fuga da Annie.

O telefone em minha mesa toca. Tenho vontade de jogá-lo na parede, mas preciso tentar me focar no trabalho. Atendo a contragosto.

- O que foi agora, Eduarda? - Minha secretária já tinha me incomodado três vezes hoje perguntando como fazer trabalhos que são da rotina dela. Por que eu ainda não a demiti?

- É pra avisar que Andressa ligou. Ela perdeu a hora por ter esquecido de ligar o despertador. Daqui a pouquinho, ela está saindo de casa.

Olho meu relógio. São 9h20 e minha melhor secretária acabou de acordar! Ela tinha que estar aqui às 8h.

- Ligue de volta pra ela e diga pra entrar às 11 horas. Ela cumpre a jornada de 6 horas hoje e não faz pausa pro almoço. Você pode ir almoçar quando ela estiver aqui.

- Está bem, senhor Sinclair. O Samuel do jurídico pediu pro senhor entrar em contato assim que possível.

- Por que você não me passou a ligação na hora?

- A sua linha estava ocupada, senhor.

Eu suspiro, estou tão irritado que quero achar defeitos em Eduarda até quando ela não está errada.

- Certo. Eu tenho algum compromisso agora?

- Não, senhor.

- Ótimo, diga a Samuel pra vir até minha sala. Eu vou atendê-lo. - desligo antes que ela diga qualquer outra coisa.

Essa manhã dá pra ficar pior?

Hoje eu acordei excitado. Fiz umcarinho pra acordar minha linda esposa, e o que aconteceu?

Nada.

Ela me disse não! Dá pra acreditar? Só porque eu me casei com ela, ela age como se não fosse uma das minhas submissas. Vou ter que esperar o fim de semana pra resolver isto, mas ela não vai ficar sem punição.

Pior que não parou aí. Amélia queimou meus waffles, esta manhã. E não percebeu! Eu pago a essa mulher quase o triplo do salário normal e ela me serve comida queimada!

Depois do café, eu soube que a babá do Thedy estava doente e faltaria ao trabalho. Ela enviou uma substituta, porém a mulher teve a capacidade de deixar meu filho cair de seu colo. Ele chorou tanto, que eu tive que ficar mais tempo em casa pra acalmá-lo. Não houve jeito de convencer meu garotão de voltar pro colo da moça. Ele parecia apavorado com ela, o jeito foi ligar para minha mãe e pedir pra cuidar dele.

Levei Theodore para casa dos meus pais antes de vir para empresa. Quando cheguei, Eduarda estava atrapalhada com o trabalho por causa do atraso de Andressa. Aí eu recebi a ligação de Thomas e agora o chefe do departamento jurídico quer falar comigo. Obviamente, sobre mais problemas.

Decido que preciso relaxar ou eu não vou aguentar até o fim do dia. Olho para o meu celular pensando em ligar pra Jéssica. Na mesma hora, eu desisto. Ela anda tão frágil com o desaparecimento de Annie que provavelmente seria uma péssima companhia. Decido então, ligar pra Suzzana. Ela atende no segundo toque.

- Bom dia, meu senhor.

- Bom dia. Você está livre hoje?

- Marquei de ir ao cinema com algumas amigas, esta noite. Mas eu posso desmarcar, senhor.

- Não quero esperar até a noite. Quero você na hora do almoço. Tem algum compromisso de tarde?

- Nenhum, meu senhor. A que horas eu devo chegar?

- O apartamento está em reforma. Posso ir à sua casa?

Eu tenho um apartamento de quatro quartos equipado pra jogar. Sempre encontro minhas submissas ali. Mas estava com vazamento em um dos banheiros e por isso está passando por reforma.

A casa da Suzi foi um presente meu depois de cinco anos de contrato. Eu não costumo jogar na casa delas, mas o sobrado dela é relativamente afastado dos vizinhos. Podemos fazer o barulho que quisermos sem preocupações. Ainda assim era a casa dela. Se ela dissesse não, eu escolheria outro lugar.

- É claro que pode vir, sr Sinclair. O senhor deseja que eu faça o almoço? Podemos comer antes de...

- Apenas esteja pronta pra me servir. Eu peço comida pra gente depois que usar você.

É, eu estou falando como um cretino. Mas ouço a respiração dela ofegante. Aposto que ficou molhada. Provoco um pouco mais.

- Eu vou machucar você, Suzzana. É melhor desmarcar o cinema pra descansar a noite e se recuperar do que vou fazer.

- Sim, meu senhor. - ela soa excitada e assustada.

- Chegarei aí entre 11h30 e meio dia. Até lá. - desligo sem esperar resposta.

As 11h15 passo pelas minhas secretárias e digo que talvez eu não retorne, após o almoço. Elas concordam e entro no elevador. Aaron já deve estar me esperando na entrada do prédio.

Passo pela porta e ao sair do ar condicionado, eu sinto o calor do dia me atingir.

Caminho apressado pro carro e percebo um movimento ao meu lado. Alguém se aproxima se atirando em minha direção, mas o segurança de empresa derruba a pessoa antes que possa me alcançar.

Sinto meu corpo travar em choque.

Aaron está com o corpo a minha frente, me protegendo, enquanto ele aponta uma arma pra pessoa que o segurança está imobilizando no chão.

- Tira as mãos dela, agora! - grito na direção deles, tentando me aproximar.

Aaron me impede de avançar. Ainda em posição de defesa na minha frente.

- É ela. Annabelle, Aaron. - explico pra ele. - Eu mandei soltá-la, porra!

            
            

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