Capítulo 6 Alyssa Sulivam

Alyssa.

Foram os sons de gemidos que me acordaram do meu sono mais tranquilo que eu já tinha tido em dias desde que fiquei doente.

A febre junto com todos os outros sintomas da minha gripe tinha me dado um bom alívio graças aos remédios e a sensação de segurança por ele estar aqui , foi o que me fez dormir tão rápido . Não mais .

Sobressaltada, me sentei no cobertor e olhei para Tristan. Ele estava tremendo. O rosto contraído e suado dele transmitia sofrimento. Devia ser um pesadelo.

Estiquei a mão e toquei o rosto dele afim de acordá-lo e tirá-lo daquele pesadelo que parecia algum tipo de tornura. O meu coração disparou e o meu estômago gelou por dentro.

Ele está queimando. Tristan estava com febre. Febre é o indício de alguma infecção. E a febre dele está muito alta. Sinto que estou tocando em pura brasa.

O que significa que não é uma infecção qualquer.

Merda. Por que ele não ficou quieto como eu pedi enquanto eu não voltava com os remédios ao invés de encher a cara e fumar maconha ?

"Por que ele achou que você não ia voltar.

O meu peito se aperta quando a minha mente se lembra disso. Ele achou que eu não voltaria. Que deixaria ele aqui sozinho e ferido.

Ele resmunga alguma coisa quando eu ergo a camisa dele para verificar se o ferimento está sangrando. Não está. As gazes do curativo estão apenas sujas de sangue quase seco.

Quando fui afastar a minha mão ,ele agarrou o meu pulso ,apertando com força . Eu gemi com a dor da pressão dos dedos dele apertando o meu pulso. O meu gemido fez com que ele abrisse os olhos e olhasse com pânico para mim.

-Está me machucando. -eu o avisei num tom mais calmo que consegui para que ele não achasse que eu estava com medo dele.

Ele soltou o meu pulso. -Eu sinto muito , pequena. Merda. Eu realmente sinto muito. -ele aperta rigidamente os lábios enquanto os seus olhos, meio atordoados , parecem gritar arrependimento.

-Está tudo bem. Você estava tendo um pesadelo ,eu acho. E está com muita febre. Precisa tomar os remédios urgente. -eu disse e no segundo seguinte ,fui até a sacola para pegar os remédios dele. Já com dois comprimidos em mãos ,um antiinflamatório e o outro analgésico ,abro uma garrafa de água e volto para ele. -Aqui , precisa ingerir isso.Sãos os remédios. Vou fazer uma compressa com água fria também pra ver se ajuda.

Ele pega os comprimidos da minha mão e os engole com ajuda de um pouco da água que eu entrego a ele em seguida.

-Obrigado , pequena. Eu preciso de um banho gelado.

Sinto que estou sobre uma maldita fornalha. - Ele fechou fortemente os olhos e deu uma risada baixa e nasalada. -Eu nem fui para o inferno ainda e já estou queimando. O diabo deve estar com muita pressa pra colocar as mãos em mim. - Seu tom brincalhão soou meio grogue.

Era o efeito da febre. Por que ele também está lutando para manter os olhos abertos. Ele precisa de um médico. Mas ele não pode ir pro hospital. O medo que ele piore a ponto de eu não poder fazer nada para ajudá-lo, cai sobre mim ,causando um desconforto no estômago e um nó na garganta.

Ele vai se erguer pra se levantar e resmunga um " inferno ''

E isso me irritou um pouco.

-Você não devia mencionar tanto o diabo e a casa dele quando você precisa tanto de ajuda divina , sabia ? Ao invés disso ,devia pedir pra Deus pra não deixar você morrer já não que pode ir pro hospital.

- Deus já está me ajudando , pequena. Por mais que eu não mereça ,ele está. -Ele segura a minha mão ,entrelaçando os nossos dedos juntos de modo firme antes me encarar nos olhos e acrescentar : -

Por que ele me trouxe até você , pequena. Você é a minha ajuda divina.

Se a intenção dele era me transformar em uma manteiga derretida sobre um forte calor com o que acabou de dizer,ele conseguiu. Estou derretida e com o coração batucando.

-Prometo que vou tentar não falar tanto naquele que só quer me foder.-brincou.

-Isso já é um bom começo. Obrigada. -eu disse.

- Tem água aqui , pequena ? -ele pergunta.

-Sim ,e do tipo que você precisa. Bem gelada.

- Ficando de pé ,eu ofereci a minha mão para ajudá - lo a se levantar do colchão.

-Não , pequena. É melhor ficar longe de mim. Não quero machucar você.

E é provável que eu faça isso porque .... - ele soprou fundo : - A minha cabeça está malditamente girando. Eu posso cair e levar você junto.

O fato de que , mesmo ferido e abatido pela febre alta e ainda assim se preocupar comigo , fez com que os meus olhos se enchessem de lágrimas e o meu peito se apertasse com força . Nunca ninguém se importou tanto comigo como ele está fazendo .

"Não é hora para se render a emotividade , Alyssa. Faça alguma coisa para ajudá -lo.

- Não vai me machucar porque eu não vou deixar você cair. Agora ,pegue logo a minha mão.

Vejo um pequeno sorriso curvar o canto dos lábios dele.

-Você é uma pequena coisinha fofa e mandona ,sabia ? - Ele segura a minha mão , mas não coloca quase nenhum peso para que eu possa ostentar enquanto ele ,com dificuldade ,fica de pé. Eu me apressei levando um braço ao redor da cintura dele e segurei firme , me preparando para o pior caso ele caísse - Tudo bem, pequena. Eu não vou cair. -disse ele e após um suspiro fundo,seguiu para o banheiro ,caminhando com dificuldade enquanto mantinha uma mão no ferimento. -O meu medo é que você caia e se machuque mais do que já está , é mais forte do que o seu orgulho e teimosia em aceitar a minha ajuda. - Jogando um braço dele em volta do meu ombro , segurei firme ali enquanto levava o meu outro braço para a cintura dele.

-Pequena ..-Ele grunhiu.

- Sem chances. -eu digo com firmeza. Ele não volta a reclamar.

Deixei ele no banheiro e fui buscar uma vela e voltei pro banheiro , colocando a vela sobre a pia.

Em seguida, indiquei os minúsculos frascos de sabonete líquido sobre o parapeito da janela do banheiro. Eram amostras grátis que eu sempre pegava de uma loja de cosméticos no centro quando tinha a oportunidade. Assim como creme dental, shampoos e condicionadores. Eles sempre deixavam essas amostras em uma cesta na entrada da loja.

Então era fácil pegar e sair de fininho sem ser abordada.

-Eu preciso me livrar dessas roupas. Se não quiser me ver nu , é melhor você sair. -ele colocou um pouco de diversão na última frase e um sorriso torto.

Oh ,meu santo. É claro que ele precisa se livrar delas para tomar banho.

Chutando o embaraço da minha voz ,eu digo o mais naturalmente possível :

-Está bem. Eu vou esperar lá fora. Você tem uma toalha limpa nas suas coisas ?

- Tenho sim. Está na minha mochila. Pode pegar pra mim , por favor ? E se não for pedir demais , uma roupa também ?

-Claro. Quando terminar,me chame. - Eu disse e após encostar a porta ,fui pegar as roupas e a toalha nas coisas dele . Ele era cuidadoso porque as roupas dele estavam todas limpas e dobradas na mochila. E cheirosas.

Peguei uma calça de moletom ,uma camiseta , cueca e um par de meias. E por último ,a toalha que estava dobrada no fundo da bolsa.

Ouvi ele resmungar alguma coisa seguido por um gemido abafado e depois disso um "caralho ' muito irritado.

Peguei as roupas e a toalha e fui até a porta do banheiro e bati .

-Você está bem, aí ?- Perguntei .

Claro que não , idiota. Como ele poderia estar bem quando

mal consegue se mover ,está com dor e quente como fogo ?

-Sim, pequena ,eu estou bem. -ele respondeu em voz baixa.

A minha pulsação acelerou e o meu coração seguiu o mesmo ritmo quando tomei a decisão de entrar para ajudá-lo. Antes que eu pudesse voltar atrás na minha decisão ,empurrei a porta e entrei. Tristan está apoiado na parede tentando se livrar dos coturnos de couro com cadarços sem ter que se baixar para isso. Um feito meio impossível de se concretizar sem usar as mãos.

Quando ele me viu , os olhos dele ganharam energia.

-O que faz aqui , pequena?

O nervosismo me ataca. Eu estou prestes a ver o homem nú e só de pensar nele nú , fico uma pilha de nervos e a minha pulsação vai a mil. Deixando as roupas e a toalha na pia ,eu olho para ele.

- Eu vim te ajudar.

Se quiser , é claro. É só fingimos que eu sou uma enfermeira e você o doente . Merda. Você é o doente. -A minha voz saiu atropelada, denunciando o nervosismo.

-Não precisa se isso a deixa nervosa , pequena.

- Eu não estou nervosa. -eu minto e me abaixo para tirar as botas e as meias dele. Não me surpreendendo quando encontro uma faca protegida por um suporte de couro preso em uma das portas . Tiro o suporte com faca e deixo de lado e depois faço o mesmo com as portas e meias. Suspiro fundo. Agora é a vez da calça.

Ele se adianta e abre o botão e o zíper. Tudo que eu tenho que fazer é puxá-la para baixo.

Por mais que eu tente não demonstrar o meu nervosismo ,os meus dedos trêmulos me entregam quando seguro nas duas laterais do Jeans preto e deslizo devagar pelas pernas musculosas ,deixando a cueca box também preta visível. Com a calça nos pés ,ele sai dela sem a minha ajuda. Dobrei a calça e coloquei na pia e voltei para tirar a cueca.

A cueca.

Sim ,eu estou mesmo indo fazer isso. Eu vou tirar a cueca dele.

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