E tudo isso seria normal, se a mulher que ele desejasse tanto não fosse sua melhor amiga!
Deus... E ela estava ali, dentro do seu banheiro tomando banho e depois se vestindo. E ele imaginando como seria aquele corpo nu.
Ele sentiu um calor subindo em seu corpo e olhou para a porta, ouvindo o som do chuveiro. Imaginou ela se banhando e passando as mãos naquele corpo que estava sendo seu martírio durante algum tempo atrás.
Eles sempre foram tão amigos! As coisas entre eles sempre havia sido tão inocente e de repente ele estava olhando seus fartos seios, cheio de desejo. Via seu traseiro e sentia forte ímpeto de tocá-lo. Ficava imaginando o quão macia seriam seus lábios carnudos!
Ou como seria possuí-la?
Como Amanda reagiria quando estivesse excitada!
Será que era da mesma forma quando ela assistia a um jogo de futebol e gritava, com olhos brilhando em fogo?
Será que ela o arranharia e gritaria seu nome em êxtase?
Ele balançou a cabeça desesperado.
Olhando de novo para a porta ele saiu do quarto.
Não iria ficar ali e cometer uma loucura.
Queria agir como antes e sentar na cama e esperar ela sair do banheiro enrolada numa toalha e puxar algum papo sobre amenidades.
Não...
Isso não daria mais certo. Aliás, foi num dia assim que ele a viu de toalha e contava sobre sua aula de direito administrativo que ele reparou em suas pernas torneadas. Que viu que seus seios eram fartos, mas que caberiam direitinhos dentro de suas mãos. Que sua cintura era fina e seu quadril era perfeito! Amanda era uma mulher linda e sexy.
Mas sua melhor amiga!
E ela parecia não reparar no tumulto que causava nele, muito menos a forma que ele a olhava e a desejava.
Hoje por pouco ele não fora traído por sua atração por ela e ser visto completamente excitado.
Ele teve que pegar a roupa que ela trouxera e colocar em sua frente, antes que ela visse seu membro reagir a ela.
Ele precisou distrai-la! Seria embaraçoso demais ser visto daquele jeito por ela e não ter como explicar aquele excitamento todo e do nada...
Queria Amanda demais!
E a coisa estava perdendo o controle.
Ele precisava fazer alguma coisa e rapidamente.
Ele pensava nisso quando ela saiu do quarto.
A principio ele pensou que teria um ataque de pânico, pois a amiga simplesmente estava deslumbrante!
O vestido vermelho combinou com sua cor negra. As costas estavam de fora e ele se moldava perfeitamente em seu corpo delgado.
Ela havia colocado as sandálias e feito uma maquiagem que a deixava adorável e sexy.
Amanda estava deslumbrante.
Ela o olhava de um jeito estranho e disse:
- Não vai dizer que estou estranha?
Ele reparou que havia prendido a respiração e a olhava atônito. Rindo tentando parecer normal, disse:
- Você está linda! Eu quase não te reconheci.
Então, ela fez o que ele achou a maior covardia: Deu uma volta lentamente, exibindo o vestido. Mas claro, ele reparava cada detalhe!
Ele reparou no traseiro arredondado, na cintura fina e nas costas nuas. Suas mãos coçaram querendo tocá-la!
- Se meus cabelos estivessem maiores, talvez...
- Talvez nada! Você está perfeita! Será a madrinha mais linda do casamento...
Ela riu nervosa passando a mão na cabeça.
- Mentiroso!
Ele queria estar mentindo, mas sabia que essa era a mais perfeita verdade!
- Eu sabia que você se sentiria assim... Mas o tamanho do cabelo nunca te deixaria mais bonita ou mais feia! Acredite em mim!
Ela olhou para ele grata.
- Obrigada amigo! E você também está lindíssimo! Uauu... Vamos arrasar essa noite!
Ele teria planos melhores para essa noite, mas nada disse. Engolindo em seco, tentou parecer normal quando disse:
- Ficarei de olho em você pra ninguém te atacar! Porque está perfeita!
Ela deu outra girada, com as mãos na cintura fina. Ele reconheceu que naquela noite, se algum homem sonhasse em olhar para aquele corpo maravilhoso, ele cometeria uma loucura.
- Vamos? – Perguntou ele pegando as chaves do carro na mesa.
- Sim! Vamos lá...
- Você quer levar algum chinelo para caso de não aguentar ficar a noite toda com essa sandália alta?
Ela ponderou por alguns segundos, mas acabou concordando. Carlos foi até seu quarto voltando com uma sandália de salto baixa e bem mais confortável do que a que estava usando.
- Pronto!
- Ah você sempre me salvando...
- Pois é...
Eles saíram rumo à Capela onde ocorreria o casamento.
Se existia uma coisa que Amanda acreditava era historias de amor com finais felizes. Pelo menos quando não se tratava de sua história. Pensou ela triste olhando para Carlos.
Mas lembrou do irmão Lucas e sua cunhada Débora. Eles haviam se conhecido há anos atrás, mas ela havia se mudado para outra cidade com os pais. Porém o amor deles suportou a distancia e depois de três anos namorando praticamente à distancia, eles decidiram se unir.
Débora era uma tímida professora e seu irmão um marinheiro naval. Eles formavam aquele casal que dava inveja em ver. Seu irmão era completamente apaixonado e costumava fazer todas as vontades de sua noiva. Como eles precisavam se ver a cada três meses, Lucas conversava com ela todos os dias por chamadas de vídeos e Amanda nunca viu nenhuma traição por parte dele. Pelo contrário. Lucas vivia sobre pressão dos amigos que praticamente insistiam que ele arrumasse alguma mulher para se distrair enquanto não se casava.
Amanda por algum tempo havia conversado com Carlos sobre seu irmão e de como ele conseguia ficar tantos meses sem contato com a noiva e mesmo assim, se manter tão fiel.
- Com certeza ele a ama muito! E ela tem muita sorte em ter encontrado um cara igual a Lucas! Eu o admiro.
Amanda teve que concordar. Ela conhecia poucos homens que fossem tão fiéis e leais.
- Você conseguiria manter um relacionamento à distancia?
Carlos pareceu pensar por alguns segundo. Quando respondeu, tinha um lindo sorriso em seu rosto:
- Menina, se perto está difícil pra mim, imagina longe! Claro que não! Eu arrumaria um jeito rapidinho de ficar perto dela. Eu nunca conseguiria ficar longe da pessoa que amo...
Amanda tinha que admitir que ela também não.
Principalmente agora que sua vida e emoções estavam totalmente confusas a respeito dos sentimentos por Carlos.
- Chegamos! -A voz dele a trouxe de volta a realidade. Ela olhou para a pequena igreja aonde seria o casamento. Os noivos decidiram casar ali, pois era a capela mais bonita da Cidade. E Amanda concordava. Mas se um dia ela viesse a se casar, gostaria que fosse numa praia, com palmeiras sob o vento. Ela e o noivo descalços e com roupas bem alegres! Em sua mão um buquê de flores retirado de algum canteiro. A única música o barulho das ondas do mar.
- Hei... Acorda Amanda!
Ela olhou para Carlos sorrindo. Ah se ele soubesse o que ela esteve pensando!
- Estava com a cabeça na lua... Que lindo aqui não é?
Ele olhou para a capela e respondeu:
- Eu preferia casar numa praia... Mas ok. É bonita mesmo.
O coração de Amanda saltou dentro do peito. Era incrível a conexão e gosto mútuo que eles tinham. E ela percebeu que nunca havia conversado com ele sobre casamento. Ou onde gostaria de casar.
Eles saíram do carro e se juntaram aos outros casais que aguardavam a noiva do lado de fora da Capela.
Amanda percebeu os olhares de algumas amigas de Débora, solteiras e que seriam também madrinhas. Todas elas sabiam que Amanda e Carlos eram apenas amigos então de nada adiantava a sua mão segurando a dele.
De nada!
Uma delas se aproximou deles com um sorriso sensual e olhando Carlos de baixo a cima.
- Olha só quem chegou! Só faltava você chegar... E a noiva é claro.
Ela ignorou completamente Amanda que estava ao lado dele. Antes isso era totalmente normal para ela, não ligava, mas naquela noite sentiu uma raiva misturada com posse. Ou seria ciúme?
- Nós tínhamos que terminar algumas coisas antes de virmos para cá... – Respondeu Carlos olhando e piscando para Amanda.
Quando eles eram mais novos e ele queria se safar de alguma menina, eles simulavam serem namorados.
Entendendo a mensagem, ela se aproximou mais dele e deu um sorriso sensual.
- Sim... E quase que a gente se atrasa mais...
Ela jogou as palavras no ar e viu que a outra arregalou os olhos, vendo a intimidade entre eles. Sem dizer mais nada ela se afastou, cochichando algo para a outra madrinha que os olhou desconfiada.
Amanda apertou a mão de Carlos que retribuiu o gesto sem se olharem.
Lucas chegou perto deles e estava extremamente nervoso.
- Calma querido!- Pedia sua mãe logo atrás dele.
Ele chegou perto da irmã e Carlos e os abraçou rapidamente.
- Será que ela desistiu? Está demorando muito...
Carlos riu dando lhe tapas suaves nos ombros:
- Noivas se atrasam meu amigo...
Lucas olhou aflito para a irmã, Carlos e depois para a mãe, sem falar nada.
- Ele está assim desde ontem. Vocês acreditam que ele queria ir dormir no Hotel onde Débora e os pais estão hospedados?
- Ah não acredito... - Riu Amanda olhando carinhosamente para o irmão.
- Eu insisti que eles ficassem lá em casa, mas os pais dela não aceitaram... E tinha aquela coisa não poder ver a noiva antes... Essas bobagens...
- Irmão, calma! Ela vai chegar!
- E se ela desistiu? E se aconteceu alguma coisa?
- Nada pode ter acontecido meu querido... Tenha calma. Respira.
Amanda segurou sua mão e constatou que estavam frias. Nunca tinha visto ele tão nervoso.
- Venha, vamos lá dentro...
Amanda piscou para Carlos e levou o irmão para dentro, procurando algum lugar para lhe dar um copo de água. Temia que ele tivesse uma crise de ansiedade ali.
Mary a mãe de Amanda e Lucas viu os dois se afastarem com um sorriso nos lábios.
- Eu sempre achei que ele não ia aguentar esse momento! Mas ele está se superando!
Carlos riu.
- Você está lindíssima! Aliás as mulheres da família do noivo estão arrasando nessa noite!
Ela sorriu agradecida.
- Eu vi que Amanda está linda! Ela não reclamou do vestido e do sapato?
Carlos fingiu surpreso e ela gargalhou:
- Mas é claro que sim... Ela nunca gostou dessas roupas... Mas pode dizer: Fiz uma bela escolha não foi? – Perguntou Mary divertida.
Ele concordou:
- Belíssima! Eu até trouxe uma sandália mais baixa, porque sei que em breve ela começara a reclamar.
Mary olhava para ele com um olhar indagador e disse:
- Quando que vão entender que existe muito mais que uma amizade de criança entre vocês?
Carlos foi pego de surpresa. Ele conhecia a mãe de Amanda há anos e ela nunca havia tocado naquele assunto. Sentiu que estava sendo sufocado e mexeu na gravata, nervoso.
- Não entendo! O que quer dizer Mary?
A mãe de Amanda apenas sorriu e disse:
- Salvo pelo gongo rapaz... A noiva acabou de chegar. Mas o dia que você quiser falar sobre isso, sabe onde me encontrar. Afinal trabalhamos no mesmo hospital... - Dito isso ela se encaminhou para a entrada da Capela.
Carlos engoliu em seco. Será que a mãe de Amanda havia percebido alguma coisa em seu comportamento? Seria obvio que ele a desejasse?
Ele procurou Amanda com o olhar e viu quando ela se aproximou com um sorriso nos lábios. Chegou perto segurando sua mão.
- Está tudo bem? Você parece esquisito? Aconteceu alguma coisa?
Ela olhava para ele preocupada.
- Que nada! Só essa gravata bendita! Nunca irei me acostumar com isso...
Ela sorriu e o puxou para a entrada da Capela.