Braços de amor
img img Braços de amor img Capítulo 2 Um estranho atraente
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Capítulo 6 No quarto dele img
Capítulo 7 Uma crise img
Capítulo 8 Sem registro img
Capítulo 9 Saudades papai img
Capítulo 10 Me desculpa img
Capítulo 11 Noite do baile img
Capítulo 12 Noite linda terminada img
Capítulo 13 Descobertas img
Capítulo 14 Me apaixonei img
Capítulo 15 Piscina img
Capítulo 16 Conflitos img
Capítulo 17 Luta img
Capítulo 18 O beijo img
Capítulo 19 Bônus de Adam img
Capítulo 20 Você por aqui img
Capítulo 21 é você img
Capítulo 22 Algumas descobertas img
Capítulo 23 Desespero img
Capítulo 24 A grande descoberta img
Capítulo 25 Estado de choque img
Capítulo 26 Sumiço img
Capítulo 27 Declarações img
Capítulo 28 Bônus de Adam 2 img
Capítulo 29 Em perigo img
Capítulo 30 Um novo ciclo img
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Capítulo 2 Um estranho atraente

Melissa Charlie

Termino de arrumar minha bolsa, pego meu celular e meu fone, saindo do meu quarto. Eram seis e meia da manhã, hoje seria a abertura dos portões da faculdade para os recém - chegados.

Faço um capuccino rápido de chocolate, com um brioche de chocolate. Como enquanto mexo em meu celular.

"Já estou indo para a faculdade! Nós vemos lá, tô ansiosa ♡!" - Foi a mensagem que recebi de Lavínia.

Escovo meus dentes, checo se não esqueci nada e saio de casa. Vou até o ponto de ônibus, coloco meu fone e fico esperando o horário dele passar. Alguém para do meu lado, fico concentrada olhando meu celular com a música em meus ouvidos, o ônibus chega, me levanto, passo meu cartão e me sento no fundo do ônibus. A pessoa entra logo em seguida e pelos seus pés, vejo andar até o fundo, onde estou, mais se senta na janela esquerda.

"Estou no ônibus, em breve chego aí!" -Mando para Lavínia.

O céu estava limpo, mais não havia vestígios de sol. Meu pai dizia para mim, quando eu era pequena, que quando o sol não aparecia, era porque estava indo atrás do amor da sua vida, a lua.

Amava essa história, ele criou essa teoria no dia que conheceu minha mãe. Um céu limpo e sem sol, ele era o sol e minha mãe a lua, estavam do lado um do outro o dia inteiro e não perceberam. Quando vejo o ônibus parar, saio dos meus devaneios e corro para descer.

- Mel! -Vejo Lavínia me chamar e acenar com a mão.

A rua estava cheia de alunos, esperando os portões serem abertos. Ando até ela rapidamente, dando um abraço forte na mesma.

-Dá próxima vez, eu vou te buscar com meu carro! - Fala ela sorrindo.

- Sabe que não gosto de incomodar! -Falo sorrindo levemente.

- Já falei mil vezes a você que não me incomoda! Você é minha melhor amiga! - Fala ela.

Lavínia era minha amiga desde sempre, crescemos juntas, sua família também me tratava como filha. E agora, a única família que me sobrou, já que a minha se foi.

- Mesmo assim! Sabe como eu sou? - Falo fazendo uma cara de "Isso é meio obvio".

Os portões se abrem logo após eu terminar minha fala. Lavínia solta um grito de animação, sem mais delongas, me puxando para dentro da faculdade.

Essa é uma das melhores aqui do Canadá, meu pai

havia me ajudado a escolher e isso me entristece. Foram excelentes momentos ao lado dele, e sempre construímos planos onde ele estava ao meu lado, me acompanhando. Perdê-lo tão repentinamente foi uma dor para mim, fiquei meses, trancada no meu quarto, sem querer ter contato com o mundo exterior. Não foi fácil voltar a minha rotina normal e ainda com a minha madrasta e seu mais novo namorado, só complicou ainda mais a minha vida.

Os alunos se juntavam em um salão, nos sentando nas cadeiras que estavam espalhadas. Eram muitos alunos, não dava para contar, mais com certeza, eram mais de dois mil alunos, muito mais.

- Bom dia aos mais novos alunos da nossa Universidade e para os antigos também. Eu sou Douglas Adams, sou o Diretor desta Universidade.

Este ano ganhamos muitas parcerias. - Começa ele ao fazer seu discurso.

Desviando minha atenção, fico olhando em volta, procurando algo que nem sei o que é. Estava sentindo ser observada, meus olhos eram falhos em procurar quem estava me olhando. Passo meus olhos por um garoto, mais logo volto, descobrindo quem me olhava.

Um par de olhos verdes escuros, batendo seus cílios cumpridos. O portador dos olhos verdes tinha cabelos negros como a noite, uma pele nem tão clara, mas também nem tão escura, seus lábios eram carnudos, mais não chegavam a ser exagerados. O que me chama atenção é o brilho em seu olhar.

Os olhos dele brilhavam em uma intensidade que me deixava sem ar, parecia conseguir ler todos os meus segredos, como se eu fosse um livro aberto para ele. Um músculo na sua mandíbula contraiu, como se tivesse pensando algo que não o agradou, assim desviou o olhar.

Voltei a olhar para frente, ainda desestabilizada com a intensidade de seu olhar.

- Você está bem? - Perguntou Lavínia baixinho.

Apenas aceno com a cabeça. Volto a olhar para sua direção, mais ele não estava mais lá, como se nunca estivesse ali. Minha mente ficava me dando flashbacks de seu olhar.

- Os dormitórios foram abertos gratuitamente a todos, sábados e domingos, vocês ficam em suas casas. Na saída entregaremos os livros ques irão usar no semestre e a chave do dormitório. É isso, um bom primeiro dia de aula a todos. - Fala.

Assim todos começam a aplaudir, assobiar e até a gritar em comemoração. Todos foram em direção a saída, nas categorias separadas por: veterinária, medicina, literatura, entre outros.

Ando até medicina, a mulher me entrega meus livros com um sorriso lindo e as chaves do dormitório. O número do meu dormitório era cento e dez.

- Cento e vinte, o seu...? - Perguntou Lavínia correndo toda desengonçada, com seus livros na mão. Ela iria estudar psicologia.

- Cento e dez! - Falo mostrando a chave com o número.

- Ah! Não, vamos ser vizinhas!? - Fala ela batendo seus pés no chão.

- Ainda vamos estar perto uma da outra. - Falo dando risada de sua pequena birra.

- Mais não vamos ser vizinhas. Se eu pegar um vizinho ou vizinha chata, essa faculdade vai me expulsar de tanta briga que eu vou arrumar! - Fala ela revirando seus olhos.

- Ok! Que tal você pegar a minha bolsa, ai? Preciso guarda essas coisas no quarto e ir busca minhas coisas na minha casa de final de semana! - Falo mostrando minha bolsa no chão.

Havia colocado ela ali para conseguir pegar os mais de dez livros de estudo do curso de medicina, ainda com a chave do dormitório que estava segurando, eu me equilibrava para não cair com esses livros. Lavínia fica me olhando para ver como iria colocar em mim com tudo aquilo, assim ela coloca a chave na minha mão esquerda.

- Não quer uma ajudinha? - Perguntou ela com uma expressão desastrada no rosto.

- Não, eu consigo! -Digo com dúvida de mim mesma.

- Ok! Vou arrumar minhas coisas também, até mais amiga. - Fala ela dando um beijo rápido na minha bochecha.

Tento ajeitar os livros nas minhas mãos e começo a ir em direção aos dormitórios. Um grupo de meninos passa correndo por mim, quase me fazendo derrubar os livros.

- infantis! -Falo rolando meus olhos.

Subo as escadas com dificuldade, chego no número cem, assim começando a procurar meu dormitório. Rapidamente acho o meu, tento arruma a chave na minha mão. Sem conseguir ver, começo a procurar o encaixe da chave, tentando abrir a porta, mas isso só me faz derrubar a chave no chão.

- Ah que maravilha! -Falo jogando minha cabeça para trás.

Abaixo - me mais isso faz um dos livros começar a escorregar, seguro ele e me ergo novamente. Solto um suspiro alto.

Escuto passos se aproximando, pronta para pedir ajuda, vejo ser o dono dos olhos verdes que estavam me observando na reunião. Ele estava com alguns livros na mão também, mais não tantos como os meus e com sua mochila nas costas. Ele abre a porta do seu quarto, que era do lado direito do meu, me olha rapidamente e entra, fechando a porta.

É sério que ele viu meu estado e não me ajudou?

Não vendo mais ninguém se aproximar, faço mais uma tentativa falha de tentar pegar as chaves. A porta do meu mais novo vizinho direito se abre, ele já estava sem suas coisas nas mãos.

Assim, o mesmo se abaixa, pega minhas chaves e abre a porta do meu quarto, segura minha mochila e alguns livros, entrando no quarto. Entro logo em seguida, coloco as coisas em cima de uma escrivaninha que tinha lá dentro, ele faz o mesmo e coloca minha bolsa no chão.

- É... obrigado! Foi muita gentileza da sua parte. -Falo tentando dar meu melhor sorriso.

O portador dos olhos verdes apenas me olha, anda até a porta e sai, fechando - a Atrás dele.

Isso me faz pensar: "Será que ele é mudo? Não falou nada"

Passo as mãos em meus cabelos, olho em volta do quarto. Era um lugar simples mais bem aconchegante. Uma escrivaninha, cama, guarda-roupa, criado mudo, banheiro e uma janela que dava vista para o pátio da faculdade.

Ando até a cama e me sento na mesma, o colchão era confortável, não fazia barulho, parecia até novo. Vou em direção ao banheiro, acendo a luz clara que tinha para ver como era por dentro.

Paredes brancas, chão branco, teto branco, o banheiro era completamente branco. Tinha um box, a parede do box era a única diferente, de azulejo bege bebê, bem claro, combinando com o resto do comodo.

Volto para o quarto, eu poderia decorar da minha forma. Ja estava mentalizando tudo que eu poderia fazer para deixar a minha cara. Escuto um toque calmo, parecia um teclado, ou piano, tocava baixo e suavemente. Era uma melodia triste, mais emocionante.

Logo percebo vir do meu vizinho de olhos verdes.

Ele sabe tocar?

            
            

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