Braços de amor
img img Braços de amor img Capítulo 3 Pequena órfã
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Capítulo 6 No quarto dele img
Capítulo 7 Uma crise img
Capítulo 8 Sem registro img
Capítulo 9 Saudades papai img
Capítulo 10 Me desculpa img
Capítulo 11 Noite do baile img
Capítulo 12 Noite linda terminada img
Capítulo 13 Descobertas img
Capítulo 14 Me apaixonei img
Capítulo 15 Piscina img
Capítulo 16 Conflitos img
Capítulo 17 Luta img
Capítulo 18 O beijo img
Capítulo 19 Bônus de Adam img
Capítulo 20 Você por aqui img
Capítulo 21 é você img
Capítulo 22 Algumas descobertas img
Capítulo 23 Desespero img
Capítulo 24 A grande descoberta img
Capítulo 25 Estado de choque img
Capítulo 26 Sumiço img
Capítulo 27 Declarações img
Capítulo 28 Bônus de Adam 2 img
Capítulo 29 Em perigo img
Capítulo 30 Um novo ciclo img
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Capítulo 3 Pequena órfã

Melissa Charlie

Termino de fechar minha terceira mala, deixando somente o básico na minha casa de feriado. Minha madrasta até o momento está na porta do meu quarto, me observando pegar minhas roupas.

Ela já havia falado que me queria aqui, eu não a respondi, apenas comecei a guardar minhas coisas.

- Já falei! Me obedeça! - Fala ela se desencostando da porta.

Não respondo novamente, tiro as malas de cima da cama, as colocando no chão.

- Melissa, eu já falei que não! -Fala bloqueando minha passagem.

Solto minhas malas, cruzo meus braços e olho nos olhos dela.

- Você não é minha mãe, Gabriela! Você nunca fez esse papel, não vai me impedir de ir para minha faculdade! -Falo.

Pego minhas malas, empurro a mesma liberando espaço para passar. Escuto ela bufar atrás de mim, abro a porta da frente e vejo Lavínia esperando com o carro dela.

-Demorou! - Reclama pegando uma das malas.

- Tive que aturar a minha suposta "mãe", não me deixando vir. - Falo colocando minhas malas em seu porta mala.

- Pelo menos, só vai ver a cara deles no sábado e domingo. -Fala e em seguida fecha o porta mala.

Entramos no seu carro, Lavínia dá partida e começa a seguir em direção da faculdade.

- Já falei para você, eu quero ter meu próprio apartamento, não precisar ser grande. Cuidar do meu próprio nariz, sem ver aquela mulher na minha frente! -Falo e solto um suspiro.

- Seu trabalho é em qual bar? - Perguntou ela.

- Um que abriu recentemente. Irei começar hoje a tarde, até às sete da noite. - Explico.

Chegamos na faculdade, pegamos minhas malas e entramos. Uma garota de cabelos loiros, olhos azuis e um jeitinho de fofa se aproxima de nós.

- Bom dia meninas, aqui está, - Disse ela nos entregando um convite. -Sempre fazemos um baile de boas-vindas, apareçam lá! Vestidos de galã hein! - Termina saindo sem falar mais nada.

- Mal chegamos e já vai ter baile? -Pergunto olhando o convite prateado.

Subimos as escadas.

- Se acostume, geralmente faculdades são cheios de festas e bailes. -Fala Lavínia quando paramos em frente ao meu quarto.

Pego a chave, destranco e entramos logo em seguida.

- Eu não vou participar. - Falo deixando minhas malas no meio do quarto e me jogando na cama.

- Ah! Mais você vai sim! Eu vou não vou participar de nada sem a minha melhor amiga. - Fala ela cruzando os braços.

- Você sabe cuidar do seu próprio nariz. - Falo me sentando.

-Amiga, você vai comigo! Precisa se enturmar, depois de tudo aquilo você nunca mais se enturmou... nunca mais se apaixonou. - Fala ela se sentando na minha frente.

Meu pequeno bloqueio que vaga comigo. Lavínia tinha razão, desde que meu pai se foi não sou mais a mesma garota, que faz amizades fáceis, faz tempo que não me abro a nenhum garoto, não olho nenhum homem com outros olhos.

- Você sabe do meu bloqueio. - Falo tocando na cicatriz do meu ombro.

- Eu tenho aula agora e você também, mas não deixe seu bloqueio te impedir de ter amizades, de amar. -Fala pegando sua bolsa e saindo do meu quarto.

Solto um suspiro, pego meu celular e vejo serem mais de dez da manhã, minhas aulas iriam começar às onze. Arrumo minha bolsa, amarro meus cabelos em um rabo de cavalo. Mesmo com o rabo de cavalo alto, meus cabelos ainda ficavam um pouco a baixo dos ombros.

Saio do quarto. Quando vou me virar acabo esbarrando em alguém que segura minha cintura, não me deixando cair.

- Opa, cuidado boneca. - Escuto uma voz masculina.

O garoto ainda não soltava minha cintura, ergo meu olhar e me deparo com um par de olhos cinzas claros. Nunca vi um olho assim pessoalmente, era realmente encantador essa cor.

-Se machucou? - Perguntou.

Saio do meu transe, me afasto, fazendo ele soltar minha cintura. Passo a mão em meu rabo de cavalo.

- Me desculpa, não prestei atenção onde estava indo. - Respondo dando um leve sorriso.

- Se você sempre esbarrar em mim, eu vou passar mais vezes aqui! - Fala dando uma piscada.

Solto uma risada sem graça. Um garoto parecido com esse a minha frente, se aproxima. Seus olhos também eram cinzas, mais desta vez, escuros.

- Mal começou o ano e já está tentando agarrar as meninas, Domínic? - Perguntou o outro garoto.

Dominic, deu nome combinava com sua aparência. Os dois rapazes lembravam muito um ao outro, a grande diferença é que Domínic tinha um estilo mais solto, tipo aqueles garotos de filme que não cuidam do seu próprio nariz. Já o garoto ao seu lado, cujo ainda não sei o nome, tem um estilo mais intelectual, mais 'nerd', mais isso não o deixava menos bonito.

- Eu não! Essa boneca acabou esbarrando em mim e eu só quis ajudar. -Fala e ergue sua mão para me tocar.

O garoto ao seu lado segura sua mão e revira os olhos.

- Por que não vai ao seu time de futebol americano, fica se achando para as líderes de torcida e deixa que com os alunos novos eu me resolvo? - Perguntou ele. Parecia estar acostumado com o jeito de Domínic.

- Estraga prazeres! Até mais tarde, baby! -Diz.

Quando passa por mim, deixa um beijo na minha bochecha e sai correndo.

Escuto o outro garoto que ainda estava ali comigo, soltar um suspiro.

- Me desculpe! Meu irmão pensa que pode ter todas as garotas do mundo, só por ser o capitão do time. - Ele explica.

Agora tudo faz sentindo.

- Tudo bem! De qualquer forma, badboy, "playboy" não faz meu estilo. - Falo ajeitando minha bolsa em meu ombro.

Ele dá um leve sorriso e acena com a cabeça.

- Sou Jonathan. Estudo gastronomia e sou representante da faculdade. - Diz e estende sua mão.

- Sou Melissa, estudo Medicina. Pensei que em faculdade não tinha essa coisa de representante. -Falo dando um leve aperto em sua mão.

- Tem sim! Mais aqui é complexo o trabalho do representante. Sou eu quem organizo passeios e viagens, sou eu quem dou advertências e entrego a diretora, entre essas coisas.

- Nossa! Você é quase um vice-diretor.

- Bom, não irei tomar mais seu tempo. No intervalo, eu te mostro algumas coisas que você pode fazer aqui na escola. Até mais, Melissa. -Se despede ele indo em direção as escadas.

Logo em seguida, também desço e procuro minha sala. Entro na mesma, me sentando na terceira fileira, bem no centro. Já haviam vários alunos ali e todos pareciam bem animados.

Com a medicina vem também, ciências, inglês e a própria medicina. Hoje seria o início de tudo, com a aula de inglês.

Três garotas entram na sala, como se estivessem desfilando na sala, às três eram loiras, inclusive a garota que entregou os convites da festa estava com elas. Às três tinham olhos azuis e pele branca, mais não pareciam nada uma com a outra, então descarto que poderiam ser irmãs.

Logo em seguida, um garoto entra, meu vizinho, o portador dos olhos verdes mais intensos que já vi. Ele passa por elas, mais a suposta líder agarra seu braço, o fazendo parar de andar.

- Oi gatinho! Sou Alexa e você? -Perguntou ela passando a mão no pescoço dele.

Alexa, eu bem que estava reconhecendo ela. Fiz jardim de infância com ela, até o quarto ano do ensino fundamental. Sofria 'bullying', ela sempre teve um grupinho em seus pés e era a famosinha da sala.

O garoto de olhos verdes segura a mão dela, fazendo a mesma o soltar, assim virando de costas para ela e andando para as arquibancadas. O mesmo passa por mim, deixando seu perfume no ar. Era forte, marcante e bem no final, um cheiro suave. Ele sabia deixar sua presença registrada.

Às três garotas começam a subir, quando passam por mim param e voltam até ficar bem a minha frente.

- Hora, hora, hora! Se não é a Órfã do quarto ano! Que surpresa tê-la aqui! Você mudou muito em, está até mais... bonitinha, não, bonitinha não, aceitável! Você é muito pálida, isso estraga você.

Sem falar que sim, seu corpo é bonito, mais falta definição aí. Talvez algumas plásticas te deixe mais atraente. - Fala se sentando em uma das mesas.

Todos estavam olhando, uns cochichavam. Ela tinha que falar para todos escutarem que sou órfã.

- Bom vê-la novamente, Alexa! Você não mudou nada. - Falo baixo.

- Bom dia! Todos em seus lugares! -Fala o professor entrando na sala.

A mesma sai da minha mesa, deixando meu estojo cair no chão.

- Opa, sem querer! -Fala e passa pisando por cima.

Abaixo-me e pego o mesmo. Sinto minhas costas queimaram, quando olho para trás, aqueles olhos verdes estavam me observando. Fico sem graça, minha bochecha esquenta, tenho certeza que estou vermelha no momento.

Ajeito-me na mesa, olho para o professor e solto um suspiro.

            
            

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