Falsa Devoção
img img Falsa Devoção img Capítulo 3 Deixando as coisas claras
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Capítulo 6 Farpas img
Capítulo 7 O Amor Supera Tudo img
Capítulo 8 A Beleza que a embriaguez nos trás img
Capítulo 9 Dia Estranho img
Capítulo 10 Situações Drásticas Requerem Atitudes Drásticas img
Capítulo 11 Indecência img
Capítulo 12 Desencavando o passado img
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Capítulo 3 Deixando as coisas claras

Perdoem qualquer erro de ortografia, beijos da autora e boa leitura. ❤️

Timothée

- Cara, você está na merda! - Peter fala ao passar pela porta, enquanto me vê virar uma garrafa de vinho na boca.

- Você não sabe de nada. - Eu disse seco.

- Não diga coisas que você sabe que não são verdade. É ela, não é?

Eu fiquei em silêncio.

- Até quando vai deixar que ela te maltrate desse jeito?

- Rosalie fodeu com a minha vida. - pigarreei, batendo com o fundo da garrafa no vidro da mesa.

- É claro. Mas nós dois sabemos que não é só por isso que você está assim. Você ainda a ama.

- Está sendo estúpido. Como poderei amá-la depois do que fez comigo?

Peter gargalhou

- Não sei, me diga você! Como pode amar aquela mulher depois de tudo o que ela fez?

- Será que você pode deixar de citá-la para mim por pelo menos um dia? Não vê que estou muito bem com a Bárbara? - gritei, estressado.

- Meu amigo, não me leve a mal, mas ela não está no nível de mulheres que você costuma se relacionar, se é que me entende.

- Eu posso ter mudado.

- Não acredito que uma prostituta seja o seu tipo, mesmo agora.

- A Bárbara não é uma má pessoa, ela só teve um passado difícil.

- Tudo bem, mas você só está sujando a sua imagem vivendo desse jeito, todos comentam sobre o seu estado, depois que tudo aconteceu. E sobre as mulheres com quem você anda saindo. Já viu que está sendo chamado de 'acessível'?

- Eu não me importo com o que as pessoas pensam.

- Deveria, afinal, você é uma figura pública. Se você gosta dessa garota, peça para que ela mude, e se ela realmente te ama, mudará. Você sabe que precisa de alguém que te erga, que limpe sua reputação, e que principalmente te faça feliz.

- Eu detesto clichês.

- Falou o homem dos filmes de romance. Apenas deixe de ser chato e pense no que eu estou te dizendo.

Peter então se retirou da sala e me deixou em um silêncio insuportável, preso em minha própria mente e refém de meus pensamentos incessantes.

É claro que eu sabia que não poderia amar Bárbara, nem sequer pensara nisso. Mas como meu amigo disse, precisava me recompor e retomar a minha vida, mesmo que isso precisasse envolver outra pessoa.

Mesmo que tivesse que ferir os sentimentos de alguém para isso.

Depois de procrastinar um pouco, peguei minha jaqueta clássica de couro e fui encontrar com Bárbara em sua pequena suíte, a qual dividia com mais três amigas. Eu não gostava de estar naquele lugar, pois sabia que muita libertinagem acontecia ali, me sentia como num chiqueiro de mulheres, todas porcas e fáceis. Bárbara era a menos rodada daquele grupo, e era a que eu podia pelo menos sentir empatia e um pouco de desejo.

Bárbara foi o meu refúgio depois do meu trágico fim de relacionamento com a Rosalie, eu estava acabado, e mesmo estando de um lado torto da vida, ela foi capaz de me entender e me ajudar. Ela me contou a sua história de vida e para quem visse de fora era fácil julgar, mas por trás da maquiagem e das roupas curtas, havia uma mulher que passou por muitas coisas e que era muito forte.

Ela pode ser uma boa vítima, caso se esforce direito.

Eu também meio que estava num lado torto do mundo, saindo com várias garotas de programa, me embriagando, cheguei até a xingar algumas pessoas da imprensa e recusar entrevistas. Devo minha vida ao Peter por consertar tudo pra mim, e por um milagre conseguiu me manter na mídia sem ser fixado como o maior idiota do mundo.

- Meu amor! - Bárbara correu para mim com um sorriso no rosto.

- Eu já pedi pra você não me chamar assim! - Pedi.

- Tudo bem. A que devo a honra?

- Preciso de um favor seu.

- Eu sou toda sua - piscou.

- Não é nada disso. Quer ser minha namorada?

A garota ficou um tempo em silêncio, incrédula e com a boca aberta.

- O que me diz? - pressionei.

- Assim do nada? Sem nenhuma surpresa?

- Você não merece isso. E é sobre isso que eu tenho que falar com você. - a garota exibiu um semblante triste, parecendo decepcionada.

- Timmy, você sabe que isso não é um favor. Eu jamais imaginei que você me pediria, mas sempre sonhei com esse momento. É claro que eu quero namorar você!

- Para isso você precisa deixar a vida fácil e ficar só comigo, no entanto, eu poderei ficar com outras pessoas. Você vai ganhar uma boa quantia pelo tempo que estivermos juntos, acredito que não seja muito.

- Timothée, você está me ofendendo. Eu não preciso de dinheiro para estar ao seu lado. E porque você pode ficar com outras pessoas? Não sei se posso ficar bem com isso...

Ah pronto, a prostituta dizendo que não precisa de dinheiro para fazer sexo, era o que me faltava.

- Não é bem um relacionamento de verdade, você só tem que cumprir a sua parte. E desde quando recusa dinheiro de seus clientes?

- Se é um namoro, não é um trabalho, e eu não te considero um cliente.

Mas sempre me cobrou por hora, hipócrita.

- Para mim é um grande trabalho. - Eu disse seco.

Ela fechou os olhos, respirou fundo e concordou com a cabeça.

- Tudo bem, precisamos tirar uma foto e mandar pra imprensa.

- Já? Que entusiasmo!

- Está na hora de virar a página! - depositei um beijo em sua testa.

LIZZIE

Meu relacionamento com Henry já passava dos quatro anos, namoramos desde o terceiro ano do ensino médio. Temos uma parceria, e eu não poderia deixar que uma besteira levasse embora tudo o que construímos juntos.

Fiz várias voltas pelo quarto antes de decidir ligar para Henry, e assim que estava prestes a ligar, recebi a sua chamada.

- Meu amor, precisamos conversar...

- Sim, Henry, eu já iria ligar pra você...

- Olha, meu amor, me desculpa. Eu fui um idiota com você, não deveria ter dito aquilo, eu estava estressado com os treinos, mas eu prometo que vou fazer isso dar certo. - Ele disse me interrompendo.

- Eu fui idiota também, fui muito egoísta com você. Você tem os seus sonhos e eu quero que viva eles intensamente. Eu estarei aqui pra te ajudar quando você precisar.

- Falando nisso, eu tenho que ir à uma viajem pra outra cidade nesse final de semana, e eu queria que você me ajudasse, sabe, financeiramente... Eu sei que você acabou de chegar e ainda não recebeu nem o primeiro pagamento, mas se tiver umas economias sobrando... É que é muito importante pra mim, sabe? É sobre o futebol.

- É Claro, Henry! Se é importante pra você, eu vou te ajudar! O que eu tenho não é muito, mas eu faço questão de te dar.

Eu fiz a transferência, e naquela noite fui dormir bem mais tranquila por ter feito as pazes com o meu namorado e ainda tê-lo ajudado.

No outro dia, Julie e eu estávamos roendo as unhas de nervoso (não literalmente). Era o nosso primeiro dia de aula e não podíamos negar que estávamos um pouco inseguras com tudo. Pegamos o carro que Anya cedeu para o nosso uso e fomos conversando assuntos aleatórios para quebrar o galho e diminuir nervosismo.

Ao chegarmos na universidade, uma onda nostálgica nos atingiu, olhando para todas aquelas pessoas cheias de livros nos braços, gente bagunceira, grupos de fumantes, outras ouvindo músicas e outros estudando.

- Isso me lembra o ensino médio. - Julie disse olhando fixamente a frente da instituição.

- Espero que não seja tão ruim quanto.

- Acho que não, aqui não tem a Hannah. - sorrimos.

- Pelo menos aquela vadia não ficou lá até o final. Eu não suportaria.

- Se você levasse um fora do Henry publicamente, também iria querer sumir do planeta.

- Pra onde será que ela foi?

- Não faço a mínima ideia. Espero que esteja bem longe da minha vida.

- Somos adultas agora, Lizzie. Acho que ela não vai mais pegar no nosso pé.

- No mundo em que vivemos hoje, todo cuidado é pouco. Agora vamos, por que é o nosso primeiro dia e não podemos nos atrasar.

E entramos na faculdade, como duas crianças que viam o papai-Noel pela primeira vez.

            
            

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