Falsa Devoção
img img Falsa Devoção img Capítulo 5 Lembranças e Mágoas
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Capítulo 6 Farpas img
Capítulo 7 O Amor Supera Tudo img
Capítulo 8 A Beleza que a embriaguez nos trás img
Capítulo 9 Dia Estranho img
Capítulo 10 Situações Drásticas Requerem Atitudes Drásticas img
Capítulo 11 Indecência img
Capítulo 12 Desencavando o passado img
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Capítulo 5 Lembranças e Mágoas

Perdoem qualquer erro de ortografia, boa leitura 🥰

Há 7 anos atrás...

Timothée

Eu estava nervoso quando passei na floricultura mais cedo e comprei um enorme buquê de rosas vermelhas, a Laura amava, mas me sentia inseguro se ela iria gostar ou não. Me lembro da primeira vez que a presenteei com uma flor, ela chorou tanto que eu fiquei preocupado, com medo dela não ter gostado do presente barato. É claro que ela estava feliz.

Laura era, de fato, uma garota muito sensível. Uma menina estudiosa que fazia tudo pelos pais.

A garota que eu queria levar pro altar, quem eu queria levar pra conhecer o mundo inteiro ao meu lado.

A mulher que eu queria formar uma família.

Laura e sua família eram chilenos, haviam se mudado há pouco tempo para Nova York, pois seu pai ganhara uma promoção do trabalho. Eu tive que me adaptar a certos costumes que eles tinham, mas depois de um tempo eu achava até divertido fazer.

Chego em sua casa com o imenso buquê quase tapando o meu rosto, e ela ri de mim.

Travei em seu sorriso por alguns segundos, observo o seu cabelo escuro que cai sobre os ombros, sua pele dourada, as sardas do rosto, e a delicadeza com que ela pega o objeto das minhas mãos e cheira suavemente.

Nunca vi mulher mais bonita.

Até esqueci que seus pais também estavam ali, e congelei ao ver que seu pai me olhava com uma expressão esquisita.

- Boa tarde, Sr e Sra García.

- Não gosto quando encara minha filha desta maneira. - o Sr García resmunga. Emilia, a Sra García, o dá um tapa e sorri pra mim.

- Boa tarde, filho. Que rosas lindas!

Emilia sempre apoiou o nosso relacionamento, mesmo que eu ainda não tivesse um trabalho de verdade e ainda estivesse no curso de atuação. Pelo menos ela, acreditava que eu teria um futuro brilhante pela frente. Sou grato à ela por isso, senão eu não estaria onde estou hoje.

Depois do almoço, Laura e eu fomos para um parque de diversões.

Sentamos num dos bancos da roda gigante, e o brinquedo começou a girar.

E naquele clima romântico, eu não esperava que seria o início do fim do meu relacionamento perfeito.

- Timmy. - Laura disse com firmeza.

- O que houve? Você está enjoada?

- Não. - ela sorriu.

- Você sabe que eu te amo, não sabe?

- Claro que eu sei meu amor, eu também amo você.

- E é porque eu te amo que eu quero dar o próximo passo com você. - Me deu um selinho.

- Tem certeza?

- As pessoas dizem que quando você se sente segura com alguém, e esse alguém é uma pessoa que você confia, então é a certa para perder a virgindade.

Eu sorri. Não era como se fosse uma conquista, mas eu estava feliz por ela confiar em mim, e que esse momento da vida que ela irá lembrar pra sempre, seja comigo.

Depois que aquele brinquedo parou, nós fomos para a minha casa, já que meus pais não estavam e pela primeira vez, fizemos sexo. Sexo não, para mim era amor. Puro e sincero.

Uma pena que não posso dizer o mesmo sobre ela.

Depois daquele dia, ela terminou comigo.

- Mas você disse que me amava... - Eu disse trêmulo, em meio ao choro.

- Desculpa, Timmy. Eu só estava com você porque queria perder a minha virgindade.

- Por que você me usou para isso? Conheço uma infinidade de caras que adorariam transar com você!

- Foi o que eu disse na roda gigante... Eu queria fazer com alguém que eu confiasse e me sentisse segura. Não queria que fosse com qualquer um.

- Qual o intuito disso tudo? Do que adiantou me usar e depois me largar?

Ela respirou fundo antes de me responder.

- Agora eu estou livre pra transar com o Estive Wheeler. E com outros caras também.

- Eu nunca pensei que você fosse tão infantil e tão... Imunda. - Fiquei surpreso por dizer aquelas palavras à Laura, mas a frustração que eu sentia me impediu de enxergar qualquer vestígio daquela menina doce e meiga pela qual eu me apaixonei.

- Não é questão de infantilidade, Timmy. E nem imundice. Só significa que eu quero viver a minha vida. Eu perdi minha virgindade tarde, com 18 anos! E agora eu quero curtir. Eu quero, de verdade, transar muito. É, casas de swing, orgias, o que vier pela frente. E me desculpe se eu usei você para isso. Eu preciso me sentir viva. Meus pais já exigem demais de mim e você era o namorado perfeito. Eu cansei de ser perfeita.

- Nossa. É bom saber que eu fui só a resolução do seu "problema"

- Nós ainda podemos ser amigos.

Cínica

- Vai se foder.

Depois daquele dia, nunca mais nos vimos. Eu não fui na casa dela nem sequer para buscar minhas roupas. Fiquei abalado, minha autoestima estava baixa e eu afundei em trabalho, resolvi me dedicar totalmente na minha profissão dos sonhos.

E foi aí que eu conheci Rosalie.

Quem foderia a minha vida por completo, mas por quem eu viria a ficar totalmente apaixonado.

LIZZIE

- Lizzie, o que está acontecendo aqui?

Rodei os pés dando meia volta para olhar Anya, que me observava com uma expressão assustada, e estava acompanhada por um jornalista e mais dois seguranças altos e fortes.

Os três ficamos em silêncio por alguns segundos e então eu tive que abrir a boca:

- Boa noite, senhores, é... O Timothée só estava me ensinando as técnicas que ele geralmente usa quando está em frente as câmeras atuando.

- Uau. Você tem talento, menina, porque não investe? - O jornalista caiu na minha mentira, juntamente com os seguranças que estavam mais relaxados, mas Anya pareceu não engolir a história.

- Eu tenho outros sonhos, mas quem sabe eu não tente algum dia? - sorri nervosa para o moço.

- A senhorita Lizzie sabe mesmo como fingir. - Timothée forçou simpatia e eu revirei os olhos ao perceber a ironia dele.

- Acho que terei que roubar a Lizzie um pouco de vocês, o Anthony está louco para vê-la.

Me despeço das pessoas, e quando fui dar um abraço por educação no moreno, ele sussurra em meu ouvido:

- Adeus, Lizzie. Bom trabalho, não volte a me incomodar.

Apesar da provocação que a insinuação carregava, eu senti um arrepio percorrer da minha nunca até à espinha. A voz dele era incrivelmente sexy e eu estava... Excitada?

****

Já era a quinta vez que eu ligava para Henry e caía na caixa postal. Quando chegamos todos os empregados obviamente já haviam dormido, então deduzi que ele também estava, embora Henry não fosse de dormir cedo, mas lembrei da viagem que ele me informou e deduzi que ele estivesse cansado demais para madrugar. Pobrezinho, o sr Silva pegava muito pesado com ele.

- Lizzie? - Anya fala após bater na porta.

- Estou aqui. Pode entrar.

- Eu acho que devo te agradecer por hoje. E te expressar minha admiração.

Franzi o cenho, confusa.

- Desculpe, eu não entendi.

- Timothée te estressou, não foi?

Esmoreci, jogando os ombros pra frente e respirando fundo.

- Ele disse coisas horríveis. - mordi o lábio inferior, e meus olhos lacrimejavam.

- Oh, querida. - Anya me abraçou.

- Timmy costumava ser um rapaz incrível. Tratava todos muito bem e era sempre muito gentil, mas aquela Rosalie fez muito mal pra ele.

- Ele fez muito mal pra mim também.

- Eu sei, querida, nada justifica qualquer ofensa que ele tenha feito à você. Eu quero agradecer pelo que fez por mim hoje, mesmo com as provocações dele você se manteu firme apenas para não causar problemas para mim, isso te faz uma pessoa muito nobre. Me conta o que ele disse.

- Basicamente ele disse que eu sou uma puta fútil e que sou ingênua, que sou um monte de lixo e que mudar de país não resolve isso. Como ele pode dizer tais coisas horríveis à pessoas que ele nem conhece?

- Ele tem muitas mágoas guardadas em si. As pessoas o machucaram muito e ele sempre foi só, nem mesmo a mãe dele esteve presente em sua vida.

- Ele deve ter um sério problema com garotas pobres que se mudam de país.

- Ignore-o, senão não vai conseguir viver aqui.

- Como assim? Eu achei que o veria pela última vez hoje.

Anya mostrou os dentes, como se tivesse falado algo que não devia.

- Eles não te contaram? Timothée mora neste condomínio!

Pronto. A minha noite acaba de ficar pior.

- Anthony gosta muito de você. - A mulher foge do assunto. - Eu vejo a maneira como você o trata, dá pra ver que você teve uma ótima educação.

Eu sorri. Esquecendo completamente da zona em que eu havia me metido.

- Meus pais sempre foram muito cuidadosos comigo, apesar da falta de dinheiro, nunca deixamos de sair pra curtir em família. Meu pai sempre dava um jeito de levar a gente pra curtir, e depois que ele se foi minha mãe ficou mal, mas ela não desistiu nem sequer por um segundo de nós. Então fomos só nós duas até o momento em que eu resolvi vir pra cá. Ela está... Só... - abaixei o rosto.

Pensando no que eu acabei de dizer, eu me senti mal. Mal por ter deixado a minha mãe sozinha mesmo depois de tudo o que ela passou, com as condições financeiras atuais, mesmo com o jeito dela de lidar com as coisas.

- Ei - Anya levantou minha cabeça com os dedos, segurando no meu queixo. - A culpa não é sua. Não é sua culpa o seu pai ter morrido, nem é sua culpa vocês não terem dinheiro. Você veio porque era seu sonho. As vezes, certas coisas tem que acontecer para que a felicidade venha a prevalecer.

Eu sorri olhando em seus olhos.

- Sabe com o que minha mãe estava preocupada?

Anya deu de ombros.

- Que eu chamasse uma estranha de mãe e ela me tratasse mal. Acho que agora posso aliviar o coração dela. - Ela sorriu.

- Agir como mãe eu não posso garantir, mas como amiga, pode contar comigo!

                         

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