Capítulo 4 Festa de gente rica

Perdoem qualquer erro de digitação, boa leitura 🥰

A escola sempre foi insuportavelmente entediante, sempre fui como um móvel de sala de aula, nunca falava com ninguém e ninguém falava comigo, sempre ficava com os grupos que estavam sobrando na hora de fazer trabalho, (e sinceramente não eram as pessoas mais agradáveis de se juntar) e nunca tinha com quem lanchar na hora do recreio.

Um dia uma garotinha maluca entrou na minha escola, e desde então, eu nunca mais fiquei sozinha. Julie e eu tínhamos apenas 7 anos quando pulamos o muro da escola pela primeira vez, foi inesquecível. Principalmente porque tomei uma surra quando cheguei em casa.

No ensino médio tinha a Hannah com o grupo dela, que eram Hannah, Érica e Nathaly. Patricinhas, se sentiam superiores à qualquer pessoa existente e se achavam ricas, esquecendo que se tratava de uma escola pública.

Hannah sempre foi afim de Henry.

Ela ficou possessa quando descobriu que estávamos juntos e fez de tudo para acabar com a gente.

Em uma de suas tentativas fracassadas, ela inventou uma mentira junto com o seu melhor amigo, Jack, alegando que eu estava saindo com ele, na frente de toda a escola, mas Henry não acreditou e discutiu com ela.

Hannah ficou com tanta vergonha que saiu da escola e ninguém nunca mais a viu na cidade depois de todos esses anos.

O primeiro dia de aula na tão sonhada faculdade não foi perfeito, mas foi bom. Tivemos dificuldade na hora de se deslocar das salas, pois não estávamos acostumadas com isso no Brasil. A professora Odette não parece ir muito com a minha cara, mas o professor Reginald pareceu gostar bastante de mim. Eu fiquei surpresa pelas pessoas nos encararem como se fôssemos atrações de circo, mas ao passar o tempo, me acostumei.

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Uma semana se passou e era o aniversário de Anthony, mas Anya teria que prestigiar o seu mais novo filme em um evento e não suportava a idéia de passar o aniversário de seis anos do seu próprio filho no trabalhando.

- Você quer ir no parque de diversões hoje, filho? - Anya pergunta e a criança diz que sim. - Mas a mamãe vai chegar tarde hoje.

- Não, mamãe, hoje é meu aniversário. Me deixa ir com você?

- Bebê, entenda que é o trabalho da mamãe - Anya diz acariciando o rosto de Anthony.

- A tia Aimee pode me levar, e eu posso ficar perto de você e do tio Josh!

- Mas a titia Aimee está de folga hoje.

- Por favor, mamãe... - fez bico.

- Tudo bem. Meninas, eu não costumo fazer mais isso, mas eu preciso que uma de vocês venha comigo. Ele não quer passar o aniversário longe de mim, então...

- Não tem problema. Alguém aqui é louca pelo Chris Evans.

- Julie! - a repreendo.

- Ok, mas não quero que fiquem em cima deles, já tive problemas com isso.

- Pode deixar, ela vai ficar bem quietinha, né Lizzie?

Sinceramente, se eu ver aquele homem na minha frente, não iria dar nem tempo pra fazer alguma coisa, por que o desmaio é garantido.

- Porquê está fazendo isso? Lá vão artistas que você também gosta... - cochichei para Julie num canto da sala.

- Eu não aprecio tanto esse meio quanto você. Você merece isso.

- Obrigada. eu te amo muito, você sabe disso não sabe?

- Claro que eu sei, docinho. Agora vai se arrumar por que você tem uma festa de gente rica para ir! - Julie fala me arrastando para o quarto.

Visto minhas roupas e o maquiador que Anya contratara faz a magia acontecer em meu rosto, não pude deixar de ficar me admirando no espelho por alguns minutos, este capítulo tem tudo para ser o melhor no livro da minha vida. Eu só teria que aprender a escrever corretamente.

Dou alguns suspiros antes de passar pela grande entrada, flashes iluminam meu rosto e Anya me puxa para posar para as fotografias com ela e Anthony. Me sinto um pouco desconfortável no início, mas depois me acostumo.

Meus olhos rolavam incessantemente pelo enorme salão, fixando em todos aqueles rostos conhecidos, e grandes nomes do cinema, os quais eu jamais pensara conhecer. Anya é chamada por um homem simpático que pega Anthony no colo, então deduzi que este é o tal 'Tio Josh'. Anya logo depois volta com uma expressão divertida.

- Tenho uma notícia muito trágica para dizer a você.

- Hum? - Enrijeço meu corpo e uma tensão toma conta de mim.

- Chris Evans infelizmente não pôde comparecer esta noite. - Anya gargalhou.

- Não zombe de mim! - Gargalhei junto à ela.

A mulher foi dar as honras do seu trabalho e levou a criança consigo, entregando-o para Josh. E eu me sentei ao lado de algumas pessoas famosas que esperavam o início da premiação, e logo notei uma conversa estranha... Que se referia a mim.

- Você viu a garota que estava com a Srta Smith? - o louro pergunta.

- Vi, deve ser a nova empregada. Ela tem coragem de trazer gente desse tipo até aqui de novo, depois que aquilo aconteceu. - O rapaz de cabelo preto e comprido respondeu. Disfarcei para notá-lo e a pessoa que eu vi não me surpreendeu.

Timothée Chalamet.

- Ela é muito boa.

- Ela deve ser só uma garotinha pobre e ingênua que acha que se mudar de país vai passar a ser alguém importante na vida.

- Você fala como se a conhecesse. Ela não me parece ser uma coitada, reagiu muito bem às câmeras.

- Você é um idiota. Qualquer garota que queira ser comida por artista rico vai querer tentar impressionar. - Franzi o cenho em indignação, mas resolvi ficar calada para não causar confusão para Anya.

- Ela parece ser latina, elas tem um jeito especial para serem vulgares. Espero que não polua o ambiente de gente decente e volte para o buraco de onde veio. - Timothée completou.

Não pude evitar que lágrimas escorressem pelo meu rosto, nunca havia sido tão humilhada na minha vida, ainda mais por alguém que não me conhecia. Com um estereótipo ridículo formado na cabeça e como eu já esperava desse ser, o machismo é predominante. Não me sentia assim desde o ano em que houve um baile de boas vindas no ensino médio e eu não tinha dinheiro para comprar um vestido decente, então pedi ajuda da minha tia que trabalha em uma loja de vestidos, peguei um dos que haviam lá para devolver depois. Hannah, de alguma forma conseguiu ver a etiqueta e a puxou, e fez questão de mostrá-la a todos que estavam presentes.

Eu sentia o ódio esquentar os meus nervos, e fechei o punho para não acertá-lo no meio de tanta gente.

Respirei fundo. Foda-se, ele é um lixo. Eu não devo me importar.

Então por que as minhas lágrimas ainda continuam caindo?

Engulo em seco e me levanto do assento, procurando um local onde eu pudesse beber água ou respirar ar fresco.

Era para ser uma noite perfeita, a realização de mais um sonho da minha vida, e um idiota que não tem idéia de quem eu seja estraga isso. Eu só queria ver o Chris Evans, era só isso, universo, será que é pedir demais?

Fiquei sentada num banco de pedras do jardim do local por mais de três horas, rezando para que tudo acabasse logo e eu enfim pudesse ir pra casa. Ouço a voz do apresentador indicando que o evento já havia acabado e eu suspiro em satisfação.

- Você está bem? - O rapaz louro que conversava com Timothée mais cedo fala ofegante, após chegar correndo.

- Veio rir de mim? Me ofender? - grito

- Não, pelo contrário! Eu vim assim que pude, e... Desculpa pelo que você ouviu, o Timmy tem alguns problemas agora, ele não costuma ser assim.

- Você deve ser acessor dele, não? Por isso está tentando limpar a barra.

- Não é isso, é que...

- Peter, o que está fazendo com essa... Estranha? - Aquela voz me contorceu o estômago, e eu respirei fundo antes de encará-lo.

- Peter... Por que você anda com esse animal? Deveria ter cuidado, a doença pode ser contagiosa!

- Além de puta ainda tem um gênio forte... Pelo menos o seu inglês é bom, pra qual rico teve que dar para conseguir pagar um curso de qualidade?

- Certamente não foi para você. E ao contrário de certas pessoas, eu consegui por mérito próprio, não precisei de ninguém para conseguir o que eu queria.

- Você não sabe de nada. - Timothée falou entre dentes.

- Cadê o seu prêmio? Deveria ter ganhado um se fosse tudo o que se acha ser.

- Eu estava entre os indicados à ganhar essa nominação. E você, onde estava durante todo esse tempo? Se escondendo porque eu falo a verdade?

Apesar de ser um babaca, eu tinha que confessar que o idiota é muito bom no que faz, sempre está arrancando elogios das pessoas e tem ganhado muitas premiações nos últimos anos.

Mesmo assim, olhei de cima para baixo, com desprezo.

- A Rosalie fez bem em terminar com você. Você não passa de um egoísta, convencido e machista. Eu tenho nojo de você, Timothée.

- E você não passa de uma garota infantil e metida, que acha que se mudar de país a sua vida vai deixar de ser uma merda, mas advinha? Não se pode mudar a vida pra melhor quando o lixo aqui é você!

- Cala a boca, você não me conhece!

- E você acha que me conhece? Você é do tipo de pessoa que acha que sabe tudo e fica julgando as pessoas, é uma completa megera e burra o suficiente pra se basear na vida dos outros, deveria rever o quão medíocre a sua vidinha é! O que você faz? Sai por aí vagando para que as pessoas falem "coitadinha, você quer uma esmola?" Porque você acha que a Smith está com você? Ela só quer mão de obra barata pra manter os luxos dela, você é cega?

- Eu não te conheço, mas a Rosalie conhecia. E que bom que ela saiu a tempo antes que esse animal que existe dentro de você se tornasse algo pior. Você me chamou de lixo, mas acho que se esqueceu de se olhar no espelho, você é um monte de merda, Timothée. Eu tenho pena de você. Acha que sair por aí chamando as mulheres de fúteis e prostitutas vai te livrar do peso de ter perdido uma mulher extraordinária? É claro que não vai. Você nem sequer merece ser amado. Tenho pena das garotas que são iludidas por você, eu queria que elas soubessem quem você é como eu sei e como a Rosalie sabe. Mas, sinceramente, eu não vou me dar o trabalho.

- Lizzie? O que está acontecendo aqui?