Aquela sexta-feira estava perfeita para fazer uma festinha sem problemas, enquanto Alice preparava uns coquetéis de frutas, a galera chegava trazendo vários petisco e bebidas, e finalmente começaram a beber e conversar ao som de várias músicas com volume nas alturas.
Entre uma conversa e outra, fiquei meio incomodada com toda aquela agitação, misturada ao barulho do som, disfarcei saindo para o jardim. Fabrício me olhava estranho o tempo todo, mas não percebi que vinha atrás. Ao me encontrar sozinha, começaram os assédios, quanto mais tentava me envolver numa conversa, mais cortes eu dava nele, que nojo, garoto escroto. Em seguida, após várias tentativas sem sucesso, ele se irrita e quase comete uma atrocidade, primeiro tentou segurar em um de meus braços.
- Gabriella, me deixa falar com você!
- Fabrício, não quero saber desse assunto, só saí de lá porque o som está muito alto e não estou me sentindo bem! Me deixe em paz, por favor, só para esclarecer: eu não estou a fim de ficar com você! Me solta!
- Não, não vou te soltar, eu sei que você também quer tanto quanto eu, só está se fazendo de difícil pra dar um charme a mais - falou, pegando mais pesado tentando me imobilizar à força.
- Para com isso, garoto, para agora! Você está maluco? Se não parar vou gritar pra valer! - assustada gritei!
- Grita, pode gritar. Eu disse que você ia ser minha e você vai ser! - disse meio bêbado, babando em meu pescoço.
- Socorro, Alguém me ajuda, Socorro! - gritei, completamente desesperada. Sem dar a mínima para o meu desespero, começou a passar a mão embaixo da minha roupa, mais precisamente da minha blusa, em seguida acaricia um de meus seios, beijando meu colo, implorei. - Pelo amor de Deus, para! Para! Pelo amor de Deus, não faça isso!
Ele não parava, ao contrário, continuava, eu já sem força, comecei a chorar suplicando para que ele não fizesse aquilo. Eduardo, ciente do descontrole de Fabrício e desconfiado de seu súbito sumiço, vai procurá-lo e chega bem na hora.
- Para já com isso, Fabrício! Você está louco? Sai de cima dela agora!
- Sai daqui, você Edu não se mete porque ela está gostando, além disso, não te falei que eu ia pegar ela - disse Fabrício, completamente cego e meio louco.
- Larga ela agora! - falou, puxando-o de cima de mim, começando uma luta entre os dois, saí correndo para dentro de casa totalmente exposta, com a blusa toda rasgada e aos prantos, deixando todos sem entender nada.
- O que aconteceu, gente? O que aconteceu com ela? - perguntou Karen, amiga de Alice, desligando o som. Alice e Karen tentam me socorrer sem entender nada sobre o que teria acontecido comigo.
- O que aconteceu, amiga, quem fez isso com você? Por favor, explica que não estou entendendo nada. Não, deixa pra lá e vem, entra no banho que vou pegar uma roupa para você. - Alice vai até seu guarda-roupa e pega uma de suas roupas para eu vestir. Após o banho, pede para que eu me deite um pouco em sua cama, mais tranquila pergunta: - O que houve? Pare de tremer e diga o que aconteceu.
- Foi o Fabrício! Foi Fabrício... - respondi ainda meio trêmula.
- O quê?
- Fabrício fez isso comigo! Pensei que fosse morrer, ele está louco, queria me violar à força! Não quero mais falar sobre esse assunto e também não quero papo com esses garotos, agora só quero ir embora e tentar esquecer tudo isso, segunda a gente se fala.
- Não posso acreditar que eles chegaram a esse nível, e cadê Edu e Fabrício?
Rapidamente todos saem correndo na tentativa de descobrir algo.
- Meu Deus! Alguém ajuda lá, eles vão se matar! - gritou alguém, ao ver Eduardo e Fabrício cortando-se na porrada. Logo duas pessoas correm para separar os dois.
- Que é isso, cara? Por que vocês estão nessa? Porra, cara, somos todos amigos! - dizia um dos garotos separando Fabrício e Eduardo.
- Qual é a de vocês? O que houve afinal?
- Esse arrombado tentou estuprar a Gabriella!
- Não posso acreditar, tem alguma coisa errada, Fabrício seria incapaz de fazer isso com alguém - falou outra amiga de Alice, desdenhando de Gabriella. - Essa garota pela qual vocês ficam babando, pra mim não passa de uma sonsa.
- Cala a boca, Milena, ele fez isso sim! A menina não iria se rasgar toda do nada! - falou Alice, indignada com as atitudes de Fabrício. - Não sabia que você seria capaz de fazer isso. Não quero mais você aqui! Saia agora da minha casa. Gente a festa acabou!
A festa acabou e todos foram embora, menos Eduardo, que tentou falar comigo, pois queria saber como eu estava, sem sucesso em suas tentativas, desculpa-se com Alice pelo acontecido e pediu para que ela converse comigo, Alice o repreendeu.
- Não esperava isso de vocês! Abri minha casa com todo carinho pra gente se divertir na socialzinha, e vocês aprontam uma dessa?
- Só tentei ajudá-la, juro! - justificou Eduardo. - Se eu não chegasse a tempo, teria acontecido algo muito pior.
- Está bem, vou conversar com a Gabriella, mas ela está muito assustada, agora é melhor você ir embora também, segunda a gente se fala na escola, Edu.