- Amor, você não vai acreditar! - disse eufórica.
- Que foi, paixão, o que está acontecendo?
- Adivinha, meu pai liberou, finalmente podemos viajar, meu pai foi à escola hoje, durante a aula, e me fez uma surpresa, quando cheguei, encontrei um envelope em cima da mesinha de cabeceira aqui no meu quarto com tudo que precisava para ir à viagem.
- Jura, Gaby, você está falando sério?
- Sim, amor, muito sério!
- Então temos que correr para arrumar as nossas coisas, porque a viagem é amanhã, vamos sair bem cedo e só temos essa tarde pra arrumar tudo!
- Sim, Edu, mas e agora? Nem me organizei, queria comprar algumas coisas que preciso para levar, mas não dá tempo e já tive a sorte de conseguir a autorização deles, não posso nem me dar o luxo de reclamar. - Não sei quem Edu queria enganar já que é visível que ele ficou extremamente feliz com a notícia.
- Não precisa se preocupar com nada, meu amor, pode deixar tudo por minha conta, nem precisa levar muita roupa, o que faltar a gente compra depois - diz empolgado.
- Está bem, amor, beijos, mais tarde a gente se fala então! - encerro a conversa.
- Ok, minha linda, beijos, te amo, tá.
- Também te amo, nossa estou com o coração nas mãos, nem acredito que isso está acontecendo, meu Deus, estou muito feliz! - gritei eufórica, enquanto me jogava na cama novamente, só que dessa vez sem acreditar que finalmente ia fazer algo que nunca fiz.
EDUARDO
Gabriella e eu estávamos completamente entusiasmados com essa viagem, não fazíamos ideia do que estava por vir, estávamos nos encaminhando para o acontecimento que mudaria por completo a trajetória de nossas vidas. Com tudo preparado, finalmente chega o grande momento, fiquei muito ansioso e mal consegui dormir direito, acordei pela madrugada, antes de fazer qualquer outra coisa, liguei para Gabriella, na tentativa de acordar ela também, estava com o maior medo que ela não acordasse a tempo, me enganei completamente, pois Gaby já estava totalmente pronta, só aguardando a hora de sair.
GABRIELLA
Pouco tempo antes da partida, tomei meu café aproveitando para me despedir do meu pai e da minha irmã Marina, que ao sentir meu abraço, disse algo que não esperava ouvir:
- Gaby, não vai nesse retiro!
- Há, Marina, eu te adoro irmã, você sabe disso, me peça qualquer coisa menos isso!
- Pode ser loucura da minha cabeça, mas estou sentindo uma coisa ruim, meu coração está pedindo pra você não ir.
- Calma, mana, é só uma viagem com a escola, pede esse seu coraçãozinho pra sossegar que eu estou muito feliz. - Olhei para Marina sorrindo, tentando lhe passar tranquilidade. - Você só está preocupada assim porque eu nunca saí de perto de vocês, vai dar tudo certo.
- Vai sim maninha! É isso, é bobeira da minha cabeça, depois que a mãe se foi, era praticamente só eu e você, sempre foi assim, uma pela outra, né? Te amo, Gaby, vai com Deus e vai ser feliz.
Ainda sorrindo, corri até o quarto, dei um breve beijo em meus irmãozinhos dormindo e fui ao encontro de Eduardo, chegando no carro éramos só felicidade, estávamos contando os minutos e segundos para finalmente ficarmos a sós, no local combinado próximo ao colégio a galera da escola estava em peso na espera da partida, todos muito animados e a bagunça era enorme, os coordenadores da excursão não demoram muito para reunir a turma para passar algumas instruções, começamos o embarque e haviam três ônibus para nos levar, mas o destino parecia estar conspirando contra ou a favor de Edu e eu, enfim, o ônibus que estávamos foi liberado e rumamos a tão esperada viagem, a galera na maior euforia, quando de repente o ônibus para lentamente, a turma, na maior algazarra, começa a gritar:
- Por que parou? Parou por quê?
O motorista se levanta e dá uma notícia inesperada.
- Galerinha, sinto muito! Mas tivemos um pequeno impasse aqui, vamos ter que adiar a partida para amanhã.
EDUARDO
Todo mundo ficou puto da vida, tão chateados que alguns até desistiram, Gaby e eu descemos e fomos para o carro, que ia ficar no estacionamento ali próximo ao colégio durante a viagem.
- É, amor, não vai ser hoje que ficaremos sozinhos. - Ela sorriu me encarando.
- Quem falou que vamos para casa? - Eu olhei para ela com a cara de quem já havia pensado em tudo.
- Não? O senhor pode me explicar isso direito, como assim não vamos para casa? E vamos ficar sozinhos de que jeito, se vamos viajar só amanhã? - Gaby pergunta confusa.
- É simples, não vamos com eles amanhã, vamos para outro lugar hoje - respondo.
- Está maluco, Edu? - diz temerosa.
- Não, marrentinha, já tinha pensado em tudo, só faltava falar contigo a respeito, estava querendo te propor de a gente marcar para ir com o colégio nesse retiro, a fim de conseguir a permissão de seus pais, mas ao invés de irmos com eles, iríamos viajar para outro lugar, era só um pretexto para você sair de casa, minha gatinha, você achou mesmo que eu queria ir com essa turma pra lá? Já havia pensado em tudo, tanto que já tinha preparado tudo, vamos para casa de campo na serra! Só não disse nada antes porque seus pais não haviam deixado você ir, como deixaram agora em cima da hora, resolvi não falar nada de ir pra lá e decidi ficar com você nessa viagem com a escola.
- Ah, Edu, não sei não, será que isso é uma boa ideia? - respondeu surpresa.
- Lógico que sim, meu amor! Vamos, minha marrentinha, pensa aí com carinho, vai - tento tranquilizá-la. Pela cara que Gaby está fazendo pensei que não ia rolar, vendo sua indecisão falei meio cabisbaixo: - Ok, meu amor, não vou forçar a barra, tudo bem se você não quiser ir.
- Está bem, me convenceu, vamos então! - Gaby sorri.
- Ufa...