Séria, como sempre, tenho certeza que fiquei com as bochechas vermelhas, mesmo assim não consegui esconder o sorriso e a satisfação ao dizer:
- Meu par é ninguém mais, ninguém menos que você, Eduardo.
EDUARDO
Também surpreso, não me contive e acabei gritando:
- Jura? Está falando sério?
Levantei-me do meu lugar indo praticamente correndo até a frente, só para ver o papel que estava nas mãos de Gabriella e confirmar, com os meus próprios olhos, o que ela dissera, todos na sala começaram a zoar com a minha cara.
- Olha isso, galera! Edu está apaixonadinho, gente! - Aproveitando a ausência do professor, Diego grita e em seguida solta uma gargalhada.
Nicole quis destilar seu veneno mostrando que, na realidade, não gostava da ideia de um possível romance entre mim e Gaby, falou ironicamente, com a maior cara de deboche:
- Tem gosto para tudo nessa vida, né, Edu.
Percebi que a Gaby ficou totalmente envergonhada diante de toda aquela situação, ficou cada vez mais constrangida com as brincadeiras sem graça, brincadeiras essas que estavam passando dos limites, quando o professor voltou, para o meu alívio, colocou ordem na bagunça, só assim acabaram as gracinhas da turma, pois mandou que todos fossem para seus lugares.
GABRIELLA
Graças a Deus, o professor chegou bem a tempo antes de eu entrar em colapso, de vermelha já estava ficando roxa depois daqueles idiotas me tirarem do sério. Com a chegada do professor fui para o meu lugar e Edu para o dele, assim que me sentei senti algo cair sobre mim, era Edu com um daqueles bilhetes, dessa vez olho para ele e vejo um brilho diferente em seu olhar, mas eu estava com coração apertado porque percebi que estou perdendo o controle dos meus sentimentos, já não tenho como escapar dessa paixão, definitivamente é mais forte do que eu. Diante dos últimos acontecimentos tomei uma decisão instantânea: eu gosto dele, isso é fato, gosto desse playboyzinho desde o primeiro dia em que o vi, não vou dar mais o gostinho de perturbar o meu juízo a esses imbecis, então o primeiro passo a ser dado, é ignorar por completo esses idiotas; segundo passo é dar uma oportunidade de conhecer o que é o amor ao lado de Eduardo. Afinal quase fui abusada sexualmente por alguém por quem não sinto nada, mereço ser feliz, chega de fugir! Abri o mais belo sorriso que ele já tinha visto, abaixei até o chão pegando o bilhete, em seguida coloco as mãos sobre o rosto, o encarando.
- Você é maluco! - falei, admirando cada expressão do seu sorriso quando viu que havia lido o que estava escrito no bilhete, o qual dizia assim:
Agora não tem como você fugir de mim marrentinha?❤️
Em seguida agi de uma forma inesperada para ele, peguei um papel e caneta respondendo o bilhete e lançando-o rapidamente para o outro lado, ele, por sua vez, abaixou-se pegando minha resposta e abrindo com aquele olhar mais safado e lindo do mundo. No meu bilhete estava escrito:
Quem ousou falar que eu quero fugir de você dessa vez, playboyzinho? ❤❤☺".
Chegou a hora do intervalo e todos estavam saindo da sala, Nicole já estava na porta, deu uma breve parada, se virando e observando que nós ficamos para trás. Então voltou até a mesa de Eduardo, pegando em sua mão enquanto me lançou um rabo de olho e disse em voz alta:
- Vem, Edu, vamos, o que você está esperando?
Enquanto isso, ao perceber as provocações de Nicole, fechei a cara, peguei meu livro e fui ao Pátio.
EDUARDO
- Ahahaha, não! Dessa vez você não vai conseguir fazer ela se afastar de mim de novo - disse angustiado, até porque mesmo sendo amigo, já não estou mais suportando as ironias, vendo que Gabriella estava saindo, me levantei rápido, pedindo licença para Nicole deixando-a roxa de ódio, saí ligeiramente rápido chamando Gabriella. Segurei firme em uma de suas mãos.
- Que é isso, marrentinha, se esqueceu do nosso encontro?
- Não esqueci, Sr. Eduardo! Só não te esperei porque vi que estava ocupado, e nosso encontro é na saída após a aula, não é?
GABRIELLA
No momento em que senti a mão quente de Eduardo colada à minha até pensei em soltar, mas diante da cara de tacho que Nicole ficou com seu olhar nos atravessando ao meio, me deixou confiante nas intenções de Edu comigo, por isso decidi segurar ainda mais firme em sua mão, só pra contrariar aquelas meninas assanhadas. Sorrindo das graças de Eduardo, resolvi encostar a testa em seu peitoral, em seguida fomos andando juntos até o pátio e ao chegarmos, vou me soltando, mas ao perceber que estava escapando, ele me puxa contra o peito me abraçando bem forte entre risos.
- Vem cá, minha marrentinha, como eu disse, você não vai mais escapar de mim.
Encarei seus olhos com um ar de riso, reafirmo o que escrevi no bilhete ao deixar o meu corpo totalmente colado ao dele.
- Quem ousou dizer que eu quero fugir de você, playboyzinho?!
Nesse momento, já com nossos lábios bem pertinho um do outro quase rolando aquele beijo, um amigo dele chama.
EDUARDO
DESGRAÇA! Justo no momento em que estava prestes a beijá-la, ouço a voz de Marcelo:
- Edu, chega aí, preciso trocar ideia com você.
- Porra, cara, tem que ser agora? Não pode ser depois não? - respondi entre os dentes.
- Não, Edu, é sério! Chega aí cara, é jogo rápido.
- Vai lá ver o que ele quer e depois a gente se fala, enquanto isso eu te espero naquele banquinho, vou aproveitar para continuar lendo meu livro - falou Gaby, sinalizando com uma piscadinha de olho, enquanto Marcelo falava comigo o sinal tocou novamente e todos voltamos à aula.
GABRIELLA
Chegando à sala, o professor só dá a matéria com o tema do trabalho e libera a turma mais cedo, depois de arrumar meu material, esperei Eduardo a fim de combinar onde seria feito e os detalhes que teríamos para apresentar o trabalho na aula seguinte.
EDUARDO
Peguei minhas coisas indo até Gaby segurei em uma de suas mãos e fomos embora, na saída próximo ao estacionamento, conversamos sobre o tema do trabalho que teríamos de fazer, dei uma breve parada ao nos aproximarmos do carro.
- Posso te levar em casa? - perguntei.
- O que disse?
- Você aceita uma carona até sua casa?
Gaby me olhou franzindo a testa, em seguida se virou para o carro, percebi que ficou na dúvida, pois sabia que ela ia embora todos os dias com Alice.
- Não posso, Edu, tenho que esperar a Alice.
- É só a gente voltar lá e você falar pra ela, ou melhor, deixa comigo que vou resolver essa questão, vou ligar pra ela agora mesmo e avisar que você vai comigo - falei, me encaminhando até o carro, pegando a chave no bolso e desativando o alarme. - Vem, marrentinha, pode entrar!
- Não sei se devo fazer isso, vai que você resolve me levar para outro lugar ou me agarrar aí dentro, eu com certeza adoraria, mas infelizmente não podemos, né...
- Até que não seria má ideia a gente sair um pouco para um lugar especial - disse com malícia.
- Temos muito para conversar, Edu, pode parar com essa ideia descabida, tá? - Mudou de assunto.
- Vamos, marrentinha, não é nada de mais é só uma carona - respondi, antes que ela desistisse.
GABRIELLA
Na realidade, estávamos em um grande impasse sobre o local onde iríamos fazer o trabalho, além de estar bem apreensiva em aceitar a carona de Edu e Alice ficar chateada ou até mesmo, para o meu azar, alguém da minha família descobrir que aceitei carona de um rapaz da escola e dar problemas depois, mas no final não hesitei e resolvi aceitar sem ficar questionando, afinal precisávamos resolver o impasse do trabalho escolar; durante esse tempo dentro do carro, Edu me perguntou:
- E aí, na minha casa ou na sua?
Fiquei pensativa, meu cérebro deu um nó sobre o que responder, eu sabia que meu pai e Soraya não iriam gostar nada dessa ideia, então disse:
- Caramba, Edu, se fosse uma garota seria bem mais fácil ir para a minha casa, mas um garoto, acho que não vai dar muito certo, meu pai é muito rígido, para não dizer careta mesmo! E agora, o que faremos?
- É simples! Vamos para minha casa, podemos fazer amanhã? - Edu sorri.
- Sim, lógico, mas a que horas?- Sem muitas alternativas apenas concordo com ele.
EDUARDO
- Quanto mais cedo, melhor, as 09h00 horas está bom para você, marrentinha? - respondo, cheio de ideias, pensando no depois que terminássemos o trabalho.
- Sim, me passa o seu endereço - Gaby responde com seu jeitinho tímido.
- Não! - respondi de imediato.
- Como eu vou então, engraçadinho? - Ela com jeitinho bravo, que me enlouquece, me olha séria.
GABRIELLA
- Eu venho te buscar em casa, minha gatinha - Eduardo diz, com aquele olhar cheio de malícia, sorrindo.
- Uhm... não sei não - só pra contrariar, retruco.
Enfim chegando próximo a minha casa, peço que pare um pouco antes, para eu poder sair do carro, temia ser vista com Edu por Soraya, se isso acontecesse certamente ela faria um verdadeiro chilique com meu pai depois, ele estaciona uma rua antes da minha casa, mas antes de descer dou-lhe um breve beijo no rosto, agradecendo pela carona. Eduardo que estava com um olhar atento em mim segurou a minha mão e falou com aquela voz atraente:
- Foi um prazer, minha linda, espero fazer isso muitas e muitas vezes de hoje em diante.
Baixei a cabeça por alguns instantes, ergui novamente como um sinal de alerta.
- É muito cedo para pensar nisso, Edu, nem começamos nada de concreto ainda, não dá para definir se essa história vai adiante ou não, vamos com calma!
EDUARDO
Ainda segurando em sua mão, decidi abrir meu coração e dizer de uma vez por todas tudo o que estou sentindo por ela.
- Eu quero você, Gabriella! Quero muito! Quero mais que simplesmente amizade, quero namorar a senhorita, estou completamente apaixonado por você, minha marrentinha!
GABRIELLA
Enquanto Eduardo falava, meu coração parecia querer saltar fora do peito, pulsava muito forte e acelerado, sentia minhas mãos suando frio, a cada palavra que saía daquela boca tão perfeita e gostosa, ele falava se aproximando cada vez mais, vindo em minha direção, não consegui me controlar e tive uma reação diferente ao ouvir aquela declaração, reagi do único jeito possível diante daquele momento tão lindo, fiquei tão emocionada que não pensei duas vezes, completamente rendida a seus encantos, dessa vez quem tomou a iniciativa fui eu, surpreendendo Edu pela primeira vez com um belo beijo na boca.
- Eu também estou sentindo o mesmo que você, meu playboyzinho, me apaixonei por você desde o primeiro dia em que te vi, naquele momento em que eu estava no chão e você ajudava a me levantar, pude sentir que a minha vida já não seria mais a mesma! - disse.
Ficamos uns vinte minutos ali dentro do carro nos beijando, tomados por uma paixão avassaladora, quase já sem fôlego e com a voz meio ofegante.
- Tenho que ir, meu anjo, não posso mais demorar.
- Ahh, não vá agora, fica mais um pouquinho - ele diz, enquanto acariciava seu rosto, memorizando cada detalhe sem querer deixá-lo.
- Tenho que ir mesmo, Edu, não posso mais me atrasar para chegar.
- Tudo bem, amanhã a gente se fala então, já estou com saudades! Posso te pegar aqui às nove horas então, né?
- Sim, te espero aqui.
Em seguida, me despeço com um forte abraço seguido de vários beijos, ao sair do carro esperei que ele fosse embora; parecia estar nas nuvens, ainda sem acreditar no que estava acontecendo, fui caminhando pela calçada em direção à minha casa quando ouvi uma buzina, imediatamente olhei para trás e me deparei novamente com Edu tentando chamar a atenção, sem entender nada eu voltei até o carro.
- O que houve? Por que voltou?
- Ela não me deixou ir. - Ao sair do carro, ele já fez uma de suas piadinhas!
- Quem que não te deixou ir, e onde? - Continuei sem entender.
- A saudade, minha marrentinha! - Eduardo sai do carro e se aproxima rapidamente, me dando um super beijo.
- Ai, ai... só você mesmo, para me fazer rir. - Soltei uma gargalhada.
- Brincadeirinha, minha paixão, na verdade, voltei porque esqueci de pegar seu número e passar o meu para você. - Mais uma vez sorri.
- Só por isso você veio nesse desespero todo? Não podia esperar para pegar amanhã? - falei.
- Não e não! Negativo! Eu não quero passar nem mais um dia sem falar com você!
- É só um dia, Eduardo, amanhã a gente vai se ver para fazer o trabalho da escola, seu maluquinho.
- Sim! Mas um dia é muita coisa para ficar sem falar com você, minha gatinha.
Não resisti e também aproveitei a deixa para tirar um pequeno sarro da cara dele, colocando as mãos sobre a testa.
- Poxa vida, Edu, infelizmente não vai rolar essa comunicação entre nós hoje! Tem um probleminha... Eu não tenho celular, meu lindo, o celular que eu tinha estragou e agora estou sem nenhum meio de comunicação - respondi.
Foi até engraçada a sua expressão, olhou para mim, fazendo aquela carinha apaixonante.
- Vou ter que ficar até amanhã sem falar com você? Ah, não, isso é maldade!
- É mentira, seu bobinho. - Com mais alguns beijinhos depois de passar o número, acaricio seu rosto. - Tenho que ir, Edu, estou muito atrasada para chegar em casa, se demorar mais, minha madrasta vai falar até babar! - Em seguida, saí correndo, viajando em pensamento, mal podia esperar para chegar logo o outro dia e assim poder passar mais um tempo ao lado dele.
EDUARDO
Só alegria, saí dali em meio uma grande euforia, não acreditava que finalmente estava quase namorando minha marrentinha, estou indo para casa cheio de planos para nós amanhã. O dia passa lentamente e passei a tarde inteira pensando em Gaby, no começo da noite ao invés de nós nos falarmos no celular, optamos por conversar pelas mensagens de texto e depois fomos dormir bem tarde.