Capítulo 4 Péssima notícia 1.3

A tarde passou voando encontrei com minha mãe tomei o café com ela conversamos um pouco agora estou no escritório novamente aguardando Lilian para irmos para São Paulo tenho uma reunião com Gael como terei que fazer um bate volta vou usar o helicóptero da empresa.

- Oi Rick, então vamos? - Lili diz assim que chega.

Subimos até o heliponto que fica sobre o prédio da empresa e de lá seguimos até São Paulo.

Após uns 30 minutos aterrissamos no prédios sede na Capital.

- Você sabe sobre o que Gael quer conversar, não sabe? - Lili questiona ao meu lado caminhando em direção ao elevador.

- Eu faço uma ideia, Lili.

- Rick, nós sabíamos que isso poderia acontecer. Já tem muito anos que ele está preso e pelo que eu entendo a conduta dele tem sido favorável para uma diminuição da pena.

- Eu sei disso. Mas porra! Saber que ele poderá ser solto, Lili, me deixa furioso. Isso está fodendo meu psicológico.

- Vamos nos acalmar. Ele não seria louco de vir atrás de você ou de sua mãe. Vamos conversar com Doutor Gael tenho certeza que ele conseguirá contornar tudo isso. - Entra comigo no elevador.

- Você anda bem confiante no Doutor Gael não é Lilizinha? - Digo rindo e mudando de assunto porque tudo que envolve Alberto me tira completamente do sério. Ela bufa e me olha com cara indignada.

- Sim! Ele é um excelente advogado. Tem uma postura firme e alguém a quem se admirar. - Abro um sorriso sacana.

- Sei bem a coisa firme que você quer admirar dele. - Ela revira os olhos o que me faz segurar o riso.

- Olha Rick, você devia tratar essa sua tendencia a ver tudo sexualmente. Doutor Gael é um homem incrível eu jamais o veria com esses olhos.

- E solteiro. - Digo.

- Sim... mas isso não quer dizer que tenho que ficar com ele.

- Não. Mas que o Doutor lhe arranca alguns suspiros quando passa, isso você não pode negar. - Seguimos conversando e caminhando até a minha sala.

- Sim. Ele realmente é lindo, tem um ótimo papo, é gentil, mas...

- Sempre tem um, mas, não é? - Rio. Lili sempre se boicota quando a questão é relacionamento.

- Ele é muita areia para o meu caminhãozinho. - Estaco no lugar. Que merda ela está falando!

- Lili você está brincando. Me diz que é brincadeira? - Olho-a sério parado na frente da porta da minha sala.

- O que? Claro que é sério! Por favor! Rick olha pra mim? Obvio que um homem daqueles não iria me notar.

- Lili, para com isso você é incrível. É linda e inteligente se ele não a notar é porque é um idiota, além de cego. - Faz uma cara sem graça e eu fico me perguntando como não notei que minha amiga tem sérios problemas com confiança.

- Vamos entrar! - Dá o assunto por encerrado. Então entramos na sala.

***

Falo com o Doutor Gael ele é quem acompanho o processo referente ao meu progenitor. Como já prevíamos ele entrou com um pedido de remição da pena, fico furioso. Mas, segundo Gael o juiz pode recusá-lo.

- Rick, fique calmo. Faremos o possível para que este pedido não seja aceito. - Gael me observa.

- Podemos tentar falar com o procurador, aquele seu conhecido. Quem sabe ele não possa fazer algo.

- Não sei, Lili. Já faz alguns anos que ele está preso, já cumpriu praticamente metade da pena. Porra! - Soco a mesa em frustração.

- Olha Ricardo, isso é não o parecer definitivo. Ele apenas deu entrado com o pedido, não significa que o juiz que está conduzindo dará uma resposta favorável a ele. Além de que pode demorar meses até o juiz aceitar ou não.

- Tudo bem! Só me mantenha informado está bem.

- Pode deixar estou acompanhando tudo de perto. Assim que sair o resultado do pedido lhe informo.

- Obrigada Gael! - Lili agradece.

- Imagina não há o que agradecer. - A encara.

Então ele sai e ficamos apenas eu e minha secretária na sala.

- Merda! - Xingo indignado.

- Calma, Rick você ouviu o que ele disse. Essa não é a decisão final.

- Eu sei Lili, mas se ele realmente for solto? - Me sento em minha cadeira. Coloco os cotovelos sobre a mesa e as mãos envolta da nuca em um gesto cansado.

- Se ele for solto daremos um jeito de preservar você e tia Sophi. Contrataremos seguranças e tudo o que for necessário meu amigo. O que não pode acontecer é você perder a cabeça antes da hora.

- Se ele se aproximar da minha mãe novamente Lili, eu sou capaz de cometer uma loucura.

- Tudo dará certo Ricardo. Não se precipite, vamos aguardar a decisão do juiz. - Concordo com a cabeça e suspiro cansado.

- Por que não tira uns dias para esfriar a cabeça desse assunto.

- E eu posso? - Sorrio para ela, Já que minha vida é uma correria só entre lá e cá, fora as vezes que tenho que viajar pra fora do Brasil para resolver e acompanhar de perto alguns processos.

- Poder, não pode. Mas darei um jeito para um amigo necessitado, vou remanejar sua agenda. Então você tira uns dias para esfriar a cabeça de toda essa loucura. - Sorrio.

- Obrigado Lili, vou fazer isso. - Ela levanta para ir para sua sala. - Voltará comigo para Guarujá?

- Não vou ficar por aqui mesmo se não for precisar de mim.

- Não! Descanse você também ou aproveite o final de semana e vá curtir. Igual eu vou fazer começando por hoje que vou a boate. - Pisco para ela e dou meu sorriso sacana deixando o assunto sobre meu progenitor morrer pelo bem da minha sanidade

- Você sabe que nossa ideia de curtir o final de semana é totalmente oposta, não sabe? - Diz rindo.

- Claro que sei. - Bufo. - Seu negócio é Netflix, pantufas de bichinho. Pipoca, refrigerante e ar condicionado tudo no conforto do seu lar.

- Ué e tem coisa melhor? - Ri nervosa.

- Talvez sair, ver gente, namorar e se divertir. Qual é Lili? Ultimamente você anda tão caseira que está até desbotada. Você tem apenas 28 anos minha amiga, precisa movimentar sua vida um pouco. - Lili me encara alguns segundos em silêncio sem piscar.

- Talvez eu seja apenas introvertida.

- Ou talvez esteja apenas se auto sabotando. Você é mais que minha secretária, Lili. É quase como uma irmã pra mim. Não aguento ver você vivendo a vida sem aproveitar tudo que ela tem a oferecer, só vivendo para o trabalho e voltando para casa. Você é incrível Lilizinha para ficar se escondendo do mundo.

- Ok irmãozinho. Mas vou deixar a saída para outro dia. - Suspiro porque ela consegue ser mais teimosa que uma mula. Então termino de verificar alguns processos e sigo de volta para o Guarujá porque a noite promete.