Capítulo 7 Os Sonhos 2.2

>>>>RICARDO<<<<

O que diabos Caio está pensando?! Tudo bem a garota é linda e atraente, mas dá pra ver que a um mútuo interesse entre ela e Guilhermo. Caio disfarça então nota eu o encarando e dá com os ombros como se não fosse nada. Bufo! Ele sabe muito bem que o único acordo que temos desde que nos tornamos todos melhores amigos era que ninguém nunca pegaria a mulher ou ex-mulher de ninguém. Tomo o restante da minha bebida chegando à conclusão que estou fazendo drama afinal ele não fez nada.

- Bom Guilhermo, eu tenho que ir se não vou perder minha carona, como ia beber hoje não quis vir dirigindo. - Ela se justifica.

- Bom, já estou de saída também se quiser posso te deixar em casa sem problemas. - Guilhermo a encara.

- Tudo bem, vamos então?! - Guilhermo acena. - Foi um prazer conhecê-los rapazes. - Diogo maneia com a cabeça e Caio levanta sua bebida com um olhar enigmático.

- Bom pessoal estou indo, vou deixar ela em casa. Depois a gente se fala.

- Beleza, menino de ouro. Não faça nada que eu não faria. - Pisco para ele que bufa.

- Galera eu também já vou. Amanhã tenho que ligar cedo para Lilian ajeitar minha agenda para a viagem.

Caio e Diogo também resolvem ir embora e assim que estamos saindo da boate noto um flash em nossa direção. Olho para o paparazzi de alguma revista ele sai correndo, é sempre assim.

- Mas que porra! - Caio se revolta afinal ele também sofre com a invasão de privacidade desses abutres.

- Meu Deus! Não sei como vocês dois aguentam isso. Que merda não poder nem sair sem ser vigiado!

- É o preço que se paga por ser gostoso. - Digo rindo chegando no estacionamento.

Eles se despedem então pego meu carro e sigo para a minha casa sabendo que Lilian terá que comprar ou ameaçar mais um paparazi se não minha cara e dos meus amigos estará na próxima revista de fofocas com alguma manchete sem cabimento.

Em casa exausto, tomo um banho demorado. Vou até o quarto da minha mãe e vejo que ela adormeceu lendo um dos seus livros de enfermagem. Entro em no cômodo e diminuo o ar condicionado tiro o livro de suas mãos, rindo, marco a página na qual ela parou e coloco o livro no criado-mudo porque se não amanhã ela brigará comigo por não saber onde parou. Cubro-a com a colcha e dou um beijo em sua testa.

Chego no meu quarto que tem uma cama bem ampla pois sou extremamente espaçoso tiro toda a minha roupa ficando apenas de cueca e me jogo nela cansado do dia agitado. Envio uma mensagem para Guilhermo sobre nossa viagem então acabo pegando no sono.

***

Estou na escola é hora da saída, como sempre estou sozinho. Ninguém gosta de mim no colégio por eu ser podre e filho de empregada doméstica, mas eu não ligo não quero ser aceito por eles quero apenas que me deixem em paz. Aguardo no canto enquanto todos saiam e então sigo meu caminho passando pelo portão de ferro que fica na entrada de um dos melhores colégios de São Paulo. Assim que atravesso o imenso portão alguém me puxa.

- Quem é você? - Questiono assustado vendo o homem que me encara, ele é magro e tem uma cara de mal.

- Não sabe quem eu sou Ricardo?! - Nego com a cabeça.

- Aquela desgraçada da Sophie nunca te disse quem era Alberto Fernandes?! - Diz com ódio e meus olhos se arregalam não só pela forma como fala da minha mãe, mas por mencionar o nome do meu pai.

- Você conheceu meu pai? Sabe onde ele está?! - Questiono o homem que não tenho ideia de quem seja. Mas que agora tem minha total atenção. Ele dá um sorriso irônico.

- Não só conheço, como ele está bem a sua frente. Olá filho! Eu sou Alberto, seu pai.

Acordo assustado, minha cama está molhada de suor e vejo minha mãe ao meu lado me tocando e tentando me acordar. Porra! De novo esses pesadelos! Suspiros cansado.

- Filho, você sonhou com ele novamente? - questiona preocupada.- Quando isso vai parar, Rick?! - Se afasta da cama com um semblante carregado de tristeza.

- Está tudo bem, mãe. Pode voltar a dormir.

- Filho, você tem que procurar ajuda. São anos tendo esses pesadelos, anos se atormentando.

- Mãe...

- Rick, seu pai não pode mais nos machucar. Ele foi preso e está pagando por isso.

- ESSE FILHO DA PUTA, NÃO É MEU PAI, MÃE! - Grito. Droga! Estou perdendo o controle, não quero ser igual a ele, não posso ser. Tento respirar fundo e me acalmar. - Desculpa, Mãe. Eu estou bem, foi só um pesadelo. Já passou! A senhora pode voltar a dormir. - Saio da cama, vou até ela e a abraço dando um beijo em seu rosto.

- Filho, por favor! Você tem que superar isso, Rick. Estamos bem agora, você não é como ele, nunca será. - Maneio com a cabeça e então ela sai me deixando sozinho novamente. Vou até o banheiro e lavo meu rosto. Me olhando no espelho repito para mim mesmo.

Eu não sou como ele. Nunca vou ser. Prefiro morrer a ser um mostro como Alberto.

Volto para meu quarto tentando novamente pegar no sono. Tentando esquecer algo que gira em minha mente a mais de dezessete anos. Tentando apagar tudo que vive e tudo que minha decisão estúpida quase causou. Então adormeço de novo talvez seja apenas cansaço ou talvez seja meu subconsciente tentando de alguma maneira me fazer esquecer.

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NOTA DA AUTORA

Olá amores espero que estejam gostando, volto na segunda com mais um capitulo. Não esqueçam de me seguir no insta @autoramandypinheiro para ficar por dentro de todas as novidades.

beijos Mandy