O novo CEO
img img O novo CEO img Capítulo 2 Mal educado
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Capítulo 6 Boca sexy img
Capítulo 7 Sigo as ordens img
Capítulo 8 Ansiosa img
Capítulo 9 Ele não vai desistir img
Capítulo 10 Vamos logo img
Capítulo 11 Você é meu chefe img
Capítulo 12 Pensando naquele assunto img
Capítulo 13 Estou grávida img
Capítulo 14 Lindo e sexy img
Capítulo 15 É sexy provocante img
Capítulo 16 Proibido para menores img
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Capítulo 2 Mal educado

Emma, como vai? - perguntou de forma simpática.

Ainda por cima, a mulher tem simpatia.

- Estou muito bem, Ágatha. Obrigada! - Dou um sorriso

tímido. - Como vocês estão? - falei com as outras só para não

parecer rude ou fofoqueira.

Elas sorriem e falam, juntas, que estão ótimas.

- Meninas, eu queria perguntar se vocês já viram um homem

por aí. Sei que seu primeiro nome é Ian, que ele tem pelo menos

1,90 de altura, cabelos negros, olhos azuis...

- Tem pinta de arrogante? - Ágatha acrescentou.

- Sim. - confirmei feliz. - Você já o viu por aí?

- Se eu já vi? Menina, quem não viu esse homem? E, que

homem lindo! É um deus grego, mas muito estressado e mal-

humorado. Está sempre dando ordens e sendo arrogante.

Eu já sabia que ele não era uma boa pessoa, no entanto

queria que alguém, pelo menos, dissesse algo de bom dele, para

que eu não me sentisse tão mal por desejá-lo.

- Quem é ele, Ágatha? - questionei, bastante curiosa,

sentando-me no meio delas.

- É o mais novo chefe, querida. Ian Novack. É o filho de

Robert Novack e assumiu a empresa depois que o pai sofreu o

acidente e ficou em coma.

Estou paralisada. Ele é o chefe? O dono de tudo aqui? Porra!

- Você está bem? - perguntou ao ver minha pele mais

pálida do que o normal. - Ele te fez algo?

- Não. Eu só o vi por aí. Parecia que tinha comido algo

estragado. - Ainda estou tentando me recuperar.

- Ele está assim desde que assumiu os negócios. - Revira

os olhos. - O que tem de lindo, tem que mal-educado.

- Ok, meninas. Tenho que trabalhar agora. Obrigada pela

informação! - Levanto-me e saio de perto delas.

Meu Deus! Ian é o CEO da TEC Corporation?! A minha

ansiedade está fazendo com que minhas mãos soem e meu coração

acelere. Acho que não posso entregar o celular do meu chefe, pois

não quero irritá-lo. Mas, ao mesmo tempo, ele é um grosso com todo

mundo. Seu pai está em coma, porém isso não justifica seu modo de

tratar as pessoas.

O conflito em meu peito pode até me causar um infarto se eu

continuar pensando nisso.

Não posso desistir agora. Afinal, ele não saberá quem sou e

não sabe nem que existo.

Vou trabalhar e, após o almoço, levarei o pacote para a

recepção. Depois, ele que se vire! O que irá deixá-lo ainda mais

irritado.

Não sei se isso me deixa feliz ou com mais medo.

Volto do restaurante com o pacote, levando-o na bolsa para

que ninguém perceba nada, entro no prédio com ele na mão e vou

até a recepção, onde vejo Molly.

Minha língua parece presa, mas não posso desistir agora.

Seria errado ficar com o aparelho.

- Molly, uma moça me entregou este pacote agora a pouco e

disse que é para o entregar ao Ian Novack. Ela parecia muito irritada

e nem quis entrar. - Entrego-lhe.

Odeio mentir, e não faço isso com frequência; só quando

preciso muito.

- Quem é Ian Novack? - questionei.

- Lembra do homem por quem você me perguntou ontem e

eu também não sabia quem era? - Afirmo com um aceno de

cabeça. - É ele, o novo chefe. Dizem que é muito arrogante.

Ian é muito famoso por essa atitude, no entanto não parecia

ser um brutamonte quando falei com a piranha no telefone.

- Entendi. Então, você pode entregá-lo?

- Pedirei para que Mila entregue. Ela é secretária dele.

- Coitada! - Rimos.

Sigo para o meu posto.

Não quero ver o homem pessoalmente. Provavelmente, ele

vai querer me matar quando souber o que fiz.

Ian

Meu dia foi cheio para a merda e minha cabeça está doendo.

Tive duas reuniões demoradas e ainda tenho papéis para ler e

assinar.

Olho para o relógio e constato que são sete e meia. Está na

hora de eu ir embora e nem está perto de terminar o que tenho para

fazer. Sendo assim, acabo optando por deixar o restante dos

afazeres para amanhã.

Esse trabalho está me matando e ainda tem a preocupação

com meu pai, que está em coma há dois meses. Os médicos não

têm uma previsão de quando - e se - ele acordará. Não quero

perdê-lo. É um bom pai e sempre esteve ao meu lado, mesmo

quando eu cometia algum erro. Agora, a minha obrigação é cuidar

dos negócios da família. Algo que está me estressando muito. Vivo

com dor de cabeça e com as preocupações invadindo minha mente,

fazendo-me perder a razão.

Notei que aqui, na empresa, todos estão correndo de mim.

Também... Estou sempre dando ordens e de mau humor. Com toda a

certeza, eles me odeiam. E, olha que só estou aqui há uma semana.

Ontem mesmo esbarrei em alguém e nem parei para ajudar a

pessoa. Estava tão cheio e atrasado para uma reunião, que isso não

tinha passado pela minha cabeça. Até agora.

Escuto batidas leves na porta e vejo minha secretária entrar.

Ainda não decorei seu nome. Na verdade, não decoro nomes de

mulheres, porque costumo sair com tantas, que todos se misturam.

Ela está com um pacote na mão e eu tento, a todo custo, não

apreciar as curvas do seu corpo no vestido azul-escuro.

- Senhor Novack, alguém pediu para que lhe entregassem

isto. - Coloca a caixa sobre a mesa.

- Quem pediu? - Estou pensativo.

O pacote é estranho e eu não sabia que receberia algo hoje.

- Não sei, senhor. Foi entregue na recepção. A pessoa nem

quis entrar para entregar e demonstrava estar chateada. - Exibe

preocupação no rosto.

Olho para a caixa com curiosidade. Quem me entregaria isso?

A mulher sai da sala, fecha a porta e eu a abro. Fico surpreso ao ver

um celular. É igual ao que perdi depois de esbarrar naquela pessoa.

A capa rosa cheia de glitter chama a minha atenção e me leva a

pensar que alguém está pregando uma peça em mim.

É tudo muito estranho. Quem me entregaria um pacote tão

desleixado contendo dentro um aparelho cheio de purpurina? Pego-

o, ligo-o e me surpreendo quando vejo meu papel de parede. É o

meu próprio celular, o qual deixei cair, sendo devolvido para mim.

Está cada vez mais esquisita a situação.

Curioso, desbloqueio a tela e vejo se tudo está como deixei,

porém me surpreendo ao descobrir que a tal pessoa bagunçou tudo

nele, trocando os nomes dos contatos e editando fotos com frases

irônicas. Quem fez isso?

A minha preocupação passa a ser de que tenham roubado

alguma informação minha, prejudicado alguns dos meus projetos ou

até mesmo pegado dados importantes.

Mais surpreendente do que receber meu celular de volta com

um possível roubo de dados, é ler a mensagem que acabou de

chegar.

"Então, bundão... Gostou do que fiz no seu celular? Talvez,

na próxima vez, preste mais atenção e não esbarre em pessoas

aleatórias na rua, deixando-as com a bunda no chão."

Não sei se é pela ironia ou pelo cansaço em meu corpo, mas

rio do que leio. Seja lá quem for, tem bom humor. Contudo, logo noto

que pode se tratar de alguém perigoso que me hackeou para

conseguir informações minhas.

"Você, estranho, está tentando me chantagear para me roubar

mais coisas?"

O mais irônico de tudo é que comando uma empresa que

tenta evitar esse tipo de situação. Se o dono foi uma vítima, imagine

os clientes. Talvez a pessoa esteja querendo me derrubar ou provar

que não fazemos um bom trabalho. O que não posso permitir.

O engraçado é que não sou respondido. O meu tom de

rispidez deve ter assustado o provável hacker.

Decido deixar essa história um pouco de lado. Estou cansado

e não penso muito bem quando minha cabeça está cheia.

Coloco o celular no bolso e entro no elevador, segurando os

papéis que eu deveria deixar para lá, mas decidi levar para casa.

Quero concluir alguns trabalhos antes que cheguem mais na manhã

seguinte.

Como um idiota curioso, pego o telefone às pressas assim

que o sinto vibrando.

"Senhor bundão, se eu quisesse prejudicar você ou roubar seus

dados, não precisaria me esforçar tanto. Além do mais, devolvi seu

aparelho. Deveria me agradecer por ser mais gentil que o senhor."

Não sei se isso me tranquiliza. Apesar de louca, essa pessoa

pode estar certa. Dentro deste aparelho tem contatos de gente

importante na minha agenda. O que seria o bastante para me dar

uma bela dor de cabeça.

"Não posso agradecer a uma pessoa que não conheço e que,

principalmente, mudou tudo no meu celular."

Não obtenho resposta.

Assim que chego no térreo, meu motorista já está à minha

espera. Entro no carro, ainda pensando no acontecido. Minhas

roupas estão cheias de glitter. E, pensando bem nos detalhes, quem

está fazendo esse jogo comigo deve ser uma mulher. Glitter, capa

rosa... Sem falar da pequena estatura da vítima que foi ao chão no

dia anterior.

Como se esse acontecimento fora do comum já não fosse

preocupante, ainda tenho a preocupação com o meu pai, que está

em uma cama de hospital. Não se vai ou não acordar. Desde o seu

acidente, martirizo-me por não ter lhe ajudado da forma como queria

e por não ter sido mais presente. Algo que, provavelmente, teria

evitado todo esse problema. É por isso que estou tão dedicado

agora.

"Posso até sentir sua arrogância de onde estou. Entendo que é

um homem ocupado, mas deveria ser mais gentil às vezes. Assim,

talvez, fosse procurado por afeição, e não por interesse de piranhas

siliconadas."

Sinceramente, estou com alguma coisa errada na cabeça,

pois rio do seu sarcasmo. Não foi nada demais, apenas uma

provocação descabida, porém é algo que me alegrou.

"Quem é você e qual é o seu nome? Estou achando que é uma

adolescente rebelde que acha que pode brincar com um estranho."

"Alguns diriam que, de acordo com minha estatura e tipos de

roupas que uso, poderia ser realmente uma adolescente. Mas, não

se preocupe! Não será processado por abuso de menores. E, quanto

ao meu nome, nunca saberá. Não quero nem que sua boca suja o

pronuncie. Para meios de comunicação, pode me chamar de

Birdpink."

"Que raio de nome é esse? Aposto que não é muito criativa."

"Não sou. Por isso falei algo que estou vendo em um pôster, no

metrô."

"Acha que conversar de forma irônica comigo vai me punir pelo

que fiz? Porque não estou exatamente irritado. Achei que fosse

alguém perigoso, mas vejo que é apenas uma mulher que deseja um

pouco de atenção. E, para falar a verdade, estou me divertindo."

"Está me chamando de egocêntrica? É você quem está se

aproveitando do meu tempo."

"Foi você quem começou a mandar mensagens, passarinho."

"Foi uma péssima ideia."

A conversa que começou estranha está me distraindo do dia

tedioso que tive. Acho que o passarinho está mais irritado do que eu.

"Desculpe-me por ter a derrubado ontem. Foi uma grosseria não

ter a ajudado. Na verdade, isso teria acabado com o mistério,

passarinho. Você me deixou curioso para saber qual é o seu rosto."

Ela não me responde imediatamente e eu me surpreendo pela

minha espera ansiosa. Nem tinha notado que o carro já estacionou

na garagem do prédio e devo confessar que quero continuar a troca

de mensagens.

No elevador, fico tentando imaginar a mulher com quem me

esbarrei. Se eu não tivesse sido tão desatento e, como ela mesma

disse, um bundão, poderia saber sua identidade. Talvez seja uma

estranha que, ocasionalmente, estava passando pela TEC

Corporation ou uma funcionária. Mas não acho que algum

funcionário teria coragem de fazer tal coisa. Eles parecem me odiar.

Mas se for, seria interessante conhecê-la.

Assim que abro a porta, Hunter vem muito feliz ao meu

encontro. Esse Poodle foi um presente da minha mãe para mim. Ela

disse que eu era muito solitário. Claro... Não sabia sobre as visitas

femininas frequentes a este apartamento.

Como um idiota, pego o aparelho telefônico assim que ele

vibra. Apesar de não gostar do que a mulher fez com ele,

surpreendentemente, ela está me cativando.

"Está, mesmo, pedindo desculpa?"

"Nem sempre sou um bundão. E admito que errei. Se nos

encontrarmos novamente, posso até te pagar um café como um

pedido de desculpa."

"Não vai rolar. Mas, talvez, se chamar algumas das muitas

mulheres de sua agenda, elas poderão te fazer companhia."

"Não se preocupe! Meu interesse é puramente investigativo. Não

quero que me interprete mal."

Minha curiosidade, de fato, está ficando aguçada. Essa

mulher conseguiu me prender em uma conversa enquanto as outras

só falam em roupas e bolsas caras.

"Fico feliz. Eu nunca iria querer ser mais uma em sua lista.

Uma longa lista. E não pensei nisso, mas devo continuar no

anonimato."

Eu rio, sento-me no sofá e encaro o celular como se, em

meses, estivesse fazendo a coisa mais empolgante.

Esse passarinho acha que conseguirá resistir a mim?

"É impressão minha ou está com medo?"

"Não conte piadas, bundão! Não tenho medo de você.

Acontece que prefiro me manter a uma distância segura."

"Claro. Porque tem medo de não resistir."

"O seu egocentrismo chega na atmosfera, bundão."

O mais interessante de tudo é que não desejo parar de falar

com ela. Ainda nem tirei os sapatos ou afrouxei a gravata; só consigo

olhar para a tela e esperar pela sua resposta.

"Torço para me esbarrar em você outra vez, somente para te

ouvir falar essas coisas olhando em meu rosto."

"Espero que isso nunca mais volte a acontecer. Não sou

alguém confiante o bastante para dizer na cara tudo que penso."

Essa mensagem me faz rir.

"Tenho que ir, senhor bundão. Amanhã acordarei cedo, e

ainda tenho que terminar um trabalho."

"Logo agora, que estava ficando animado."

"Boa noite, senhor bundão!"

"Gostou mesmo da minha bunda. Não para de falar dela."

"Já vi melhores."

"Vou acreditar em você."

A falta de resposta me deixa frustrado, no entanto acabo me

lembrando do quanto isso é ridículo. Nem faço ideia de quem é a

mulher e já quero ser amigo dela?

Deixo o celular de lado e vou para o banho a fim de esfriar

meu corpo e buscar relaxamento. Em nenhum momento a minha

cabeça deixa de pensar na estranha com quem me esbarrei.

Comecei o dia pensando que ele seria mais um estressante e

chato, mas até que a surpresa me deixou feliz.

***

Assim que acordo, lembro-me do celular e, como um tolo,

verifico se tem mais alguma mensagem da mulher misteriosa. Não

tem nenhuma. É decepcionante, e me irrito comigo mesmo por

pensar assim.

Resolvo cuidar de tudo para começar o trabalho. Tomo banho,

coloco um terno cinza e arrumo os cabelos em frente ao espelho.

Meu pai sempre se orgulhou de ser pioneiro no ramo de

proteção de dados. Era um leigo no assunto, mas um mestre em

administrar.

Com o crescimento da internet, também cresceram novas

oportunidades de roubar. É por isso que a TEC Corporation se

especializou nessa área e hoje trabalha com diversas empresas,

bancos e pessoas que fazem parte desse meio digital.

Depois de pegar os papéis que trouxe ontem para casa, enfio-

me no elevador, que desce até o estacionamento. Meu motorista já

está à minha espera. Quando entro no carro, resolvo dar atenção

aos documentos. Ontem não consegui resolver nada, pois só

pensava na estranha, mas hoje resolvi esquecê-la e focar em

trabalhar.

Chego rápido à sede de Nova York, já que estava me

mantendo ocupado, lendo os diversos formulários e novos contratos.

Saio do veículo e paro antes de passar pela porta da frente.

Apesar de poder entrar pelo subterrâneo, gosto de chegar por aqui

para passar pela recepção e conferir as coisas. Contudo, meu

objetivo de hoje é encontrar uma pessoa específica, mesmo sabendo

que é tolice.

Assim que noto quão ridículo é o que estou fazendo, passo

pela porta giratória e vou direto ao meu escritório. É claro que o

passarinho irritante não faz parte do meu quadro de funcionários.

- Bom dia, senhor Novack! - minha secretária me

cumprimentou com um belo sorriso no rosto.

Talvez seu nome seja Mia. Ela sempre me deseja um bom dia,

mas nunca lhe retribuo.

- Bom dia, senhorita! - Passo por ela, lendo o papel que

está em minhas mãos. - Você poderia me trazer um café, por favor?

- Coloco minhas coisas sobre a mesa.

- Claro, senhor. - Dá um sorriso assustado que me faz

franzir o cenho. - Aqui estão os papéis para a análise. - avisou-me

antes de sair.

"Ótimo!" Mais papéis!

Alguma força maior que toma o meu corpo me faz pegar o

celular do bolso. Eu tentei, a todo custo, tirar todo o glitter dele na

noite passada.

Busco as mensagens de ontem.

"Ser simpático não faz o meu tipo. As pessoas me olham como se

eu fosse um estranho."

A falta de resposta me irrita e me faz guardar o aparelho

novamente. Concentro-me somente nos papéis agora.

"É isso que dá ser mal-educado com todo mundo. Se

continuar assim, bundão, pode ser o chefe do ano."

Apesar da demora, ela finalmente respondeu, e, como um

idiota, olho a mensagem no mesmo instante.

"Senhor bundão". Estou começando a me acostumar com

esse apelido. Não somos amigos, tampouco quero que sejamos,

apesar de estar curioso para saber quem ela é.

"O que a senhorita Birdpink está fazendo agora?"

Ela me manda uma foto e eu vejo que está no metrô. Não me

enviou uma dela, e sim de uma senhora dormindo, sentada no banco

da frente.

"A senhora parece simpática, mas quero uma foto sua."

"Está ficando obsessivo com esse assunto. Não terá uma foto

minha. Contente-se com a senhora simpática!"

Ela tem razão: estou começando a insistir demais nessa

questão. Deveria me concentrar no trabalho. Entretanto, agora, que

estamos conversando de novo, é difícil apenas ignorá-la.

"Tem razão. Vou começar a ignorá-la, passarinho."

"Não seria o primeiro. Então, tudo bem."

"Claramente, não vou fazer isso até que me mostre algo com o

qual eu me contente."

Surpreendentemente, minha tela é invadida por uma foto do

seu dedo do meio. É pouco, mas consigo ver que sua pele é pálida,

com uma tatuagem, e que sua unha está pintada de azul,

combinando com sua cor. Isso me agrada.

"Gostei da tatuagem. É muito sexy. Gostaria de saber se outras

partes do seu corpo também são."

"Vai ficar só com a mão, senhor bundão."

"Você é a mulher mais difícil que conheço. Geralmente, não

preciso fazer nada para que as mulheres tirem as calcinhas."

"Isso, na verdade, é uma honra. Eu nunca faria tal coisa com

um pervertido como você."

"Só está dizendo isso porque está longe, e não na minha frente.

Acredite: eu lhe agradaria muito, passarinho. Tanto que desejaria

repetir."

"Nunca vai acontecer."

"Agora é você que está me subestimando. Tome cuidado ao me

provocar!"

"Vai ter que ficar com a ideia de que nunca vai me encontrar,

de que jamais vou ser uma das idiotas que ficam no seu pé e de que

nunca me faria perder cabeça a ponto de ficar com você."

Toda essa provocação está me deixando louco. Ninguém

nunca falou assim comigo antes ou me recusou. Essa mulher pode

ser uma lunática, porém está me motivando a provar o contrário.

"Espero ter a oportunidade de provar o contrário, passarinho."

            
            

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