O novo CEO
img img O novo CEO img Capítulo 4 Você é um tarado!
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Capítulo 6 Boca sexy img
Capítulo 7 Sigo as ordens img
Capítulo 8 Ansiosa img
Capítulo 9 Ele não vai desistir img
Capítulo 10 Vamos logo img
Capítulo 11 Você é meu chefe img
Capítulo 12 Pensando naquele assunto img
Capítulo 13 Estou grávida img
Capítulo 14 Lindo e sexy img
Capítulo 15 É sexy provocante img
Capítulo 16 Proibido para menores img
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Capítulo 4 Você é um tarado!

Ian

Não sei o que está acontecendo comigo. Desde que comecei

a conversar com aquela estranha, não paro de pensar nela ou em

como ela pode ser, na cor de seus olhos, dos cabelos, em como se

veste... As únicas coisas que sei dela até o momento é que tem uma

tatuagem, que sua pele é pálida, que trabalha na minha empresa e

que é tímida. Mas, por trás do seu anonimato, é sincera e

provocante.

Todo esse mistério está me deixando louco; e uma mulher

nunca conseguiu isso de mim. Estou fascinado por ela como se

fosse uma necessidade saber sua identidade, seu nome, onde vive e

com quem.

Não acho que o passarinho tenha algum namorado, mas pode

ter algum pretendente.

Hoje, mesmo, senti que deveria sair do meu escritório só para

buscar por uma pessoa que eu nem sabia quem era.

É loucura. Estou ficando louco.

O pior de tudo é que sempre quero mais dela: mais

informações e mais uma mensagem.

Ela foi a primeira mulher que me fez dizer tudo aquilo sobre

mim, porque a maioria que sai comigo só fala banalidades, enche o

saco e me faz desejar que as horas passem rápido. Diferentemente

do que a estranha causa em mim.

Em qual departamento ela trabalha? RH? É uma secretária?

Assistente pessoal? Técnica de manutenção? É um mistério.

Hoje terei uma visitação com um dos nossos novos clientes. O

homem é daqueles que não acredita nas novas tecnologias, mas,

ironicamente, precisa de proteção virtual para os seus dados. Tudo

hoje em dia gira em torno delas, como a internet. Se não se sabe

guardar adequadamente os dados da sua empresa, seja banco,

construtora, etc., corre-se o risco de ser roubado pelos hackers ou,

como os antigos os chamam, "piratas virtuais". Essa gente rouba

tudo que você tem para ganhar.

Apesar de ser difícil gerir números e dados de outras

empresas, meu pai foi um homem muito cuidadoso e sabia que, para

não errar, teria que sempre inovar e buscar novas maneiras de

proteger tais informações.

Minha cabeça oscila entre o trabalho, o novo cliente e a

estranha do celular. Passei a frequentar espaços onde os

funcionários frequentam e a observar tudo e todos. Até agora, dentro

do elevador social, procuro por respostas.

As mulheres lindas com seus terninhos e vestidos justos estão

caladas. Eu não sou o único homem aqui, mas ninguém, nem

mesmo o cara de óculos estranhos, diz um "pio".

Segundo a estranha, todos me acham um vilão. E ela tem

razão. Desde que pus os pés neste lugar, tenho sido um bundão. Fui

muito bem educado com os melhores princípios, e tudo mais, porém

quando estou estressado ou de saco cheio, estouro e não penso

muito nas pessoas ao meu redor.

Agora, eu não quero ser um tarado que está tentando ver uma

parte do corpo de alguma mulher. Sendo assim, impeço meus olhos

de procurarem por um pulso com uma tatuagem de pássaros

voando. É difícil.

Você é um tarado, Ian!

Ela diria isso. Rio do meu próprio pensamento e do da mulher

que, ultimamente, está tirando o meu juízo.

Dou graças a Deus quando chego ao meu andar. O clima no

elevador estava estranho. As pessoas ficam assim quando estão

perto de mim. O que só comprova que sou um homem odiável.

- Bom dia, senhor Novack! - Mia me cumprimentou,

entregando-me meu café antes mesmo de eu entrar no escritório. -

A visita com o senhor Phil está marcada para daqui a dez minutos.

Ele insiste para que o senhor o acompanhe.

"Ótimo!" Como se eu não tivesse outras coisas para fazer!

Phil é o dono de uma das maiores empresas de publicidade

do país, e já fazia um tempo que ele e meu pai estavam conversando

sobre um acordo. O homem demorou para aceitar que uma empresa

como a TEC Corporation poderia proteger o seu dinheiro. Até parece

que ainda vive no século passado, onde tudo era armazenado em

gavetas e escrito em papéis que só juntavam poeira. No novo século,

tudo que fazemos, até mesmo criação de projetos, é colocado em

HD's ou em bancos de dados. Empresas como a dele dependem de

servidores modernos para que nada seja perdido.

Contudo, o que é facilitado, também pode ser uma porta para

roubos. Antes alguém tinha que passar por um segurança armado

para pegar a papelada que poderia arruinar um negócio, como

contratos e muito mais, porém, para isso hoje em dia, é necessário

apenas um bom conhecimento e ferramentas capazes de alcançar

computadores até do outro lado do mundo. Ninguém está seguro de

ser roubado, no entanto dificultamos os idiotas de conseguir esse

feito.

- Ok, Mia. Prepare tudo para mais tarde! - avisei, tentando

não ficar de mau humor só porque um velho amigo de meu pai

precisa da minha presença para acreditar que a TEC Corporation é

capaz de fazer o seu trabalho: cuidar do patrimônio virtual de um

bilionário qualquer. - Remarque a reunião das 10 horas para às 14

horas! Farei o possível para que isso acabe logo.

***

- É muita tecnologia. - O homem está abismado com a sala

onde é armazenada milhares de combinações numéricas que

representam os dados de cada empresa para a qual trabalhamos. -

Nunca vi algo igual.

- Todos os anos essa ala cresce para acompanhar o número

de empresas com quem temos parcerias. - Observo atentamente o

senhor Phil, que se estica, tentando ver até onde vão os

equipamentos da sala. - Tudo é monitorado vinte e quatro horas por

dia e temos um sistema de climatização para que os servidores não

se danifiquem. Além do mais, nossos funcionários são capacitados

para resolver qualquer problema.

- E vocês cobrem qualquer prejuízo se isso acontecer? -

Levanta as sobrancelhas grossas ao me olhar.

- Claro. - Coloco um sorriso no rosto, sendo que não estou

nada feliz. - Sabemos como é importante manter tudo em ordem,

para que nada dê errado, Phil. As manutenções são constantes, e

não é só na sede que temos este extenso equipamento que está

vendo. - Eu o acompanho para fora do local, indo em direção à sala

onde os engenheiros e técnicos trabalham. - Em Los Angeles está

o que meu pai chama de "cérebro". É parecido com o que acabou de

ver, só que cinco vezes maior; e os servidores se comunicam entre

si, permitindo que saibamos de tudo em tempo real, tanto em Nova

York, quanto em Los Angeles.

Sua expressão de surpresa me alegra. Ele é tão difícil quanto

convencer um certo passarinho a me encontrar pessoalmente. Mas,

diferentemente de como é com ela, vou conseguir fechar o negócio

com esse homem.

- Seu pai tinha razão. - chamou minha atenção. - Você é

bom nos negócios e um ótimo negociador.

- Nunca ouvi meu pai falar essas coisas sobre mim. -

Lembro-me da nossa última briga, antes de ele sair irritado do meu

apartamento e ir à festa que eu devia ter ido.

- Ele sempre reconheceu a sua capacidade. Mas, não pode

mentir, dizendo que não era um imprudente com as mulheres. As

notícias saíam sobre você nos noticiários de fofoca. - brincou.

- É. Eu não posso. - Sinto-me ainda mais culpado.

Entramos na sala onde todos trabalham para manter tudo em

ordem. Sem os engenheiros, não somos nada. Ainda não sei como

funciona essa parte, mas também não preciso. Eu cuido da

administração e deixo essa área para os que amam as coisas

confusas que estão nas telas dos computadores agora. O local não é

tão fechado e todos estão em seus lugares, com vários monitores,

fios, e com uma climatização especial. Eu nunca tinha entrado aqui.

Milton é o chefe desse setor, e é ele quem nos explicará tudo.

- Bem... É aqui onde tudo acontece, Phil. Este é Milton,

chefe do setor, e quem realmente sabe o que acontece nessa sala.

O homem baixinho, quase careca e de sorriso que vai de

orelha a orelha, cumprimenta o nosso visitante e logo começa a sua

palestra sobre todo o processo. Eu deveria prestar atenção nisso

também. Não porque iria me ajudar a convencer Phil a nos contratar,

e sim porque gostaria de saber mais sobre tudo, já que agora sou eu

quem administro a TEC Corporation. O problema é que passo o

tempo inteiro tentando achar alguém que não quer ser achada.

Poderia deixar isso de lado e respeitar o anonimato dela, porém é

impossível impedir os meus olhos de buscar por ela, mesmo não

sabendo como achá-la.

Está difícil parar de pensar nessa mulher ou na possibilidade

de estar sendo enganado e, na verdade, estar conversando com um

estranho que sente a necessidade de brincar comigo. Apesar da foto

que recebi do seu pulso, pode ser isso.

Milton e Phil estão andando pelo espaço em minha frente

enquanto eu nem escuto o que eles dizem. Até que uma coisa no

meio do caminho chama a minha atenção. Embora não tenha

inspecionado este lugar, sei que aqui dentro não há tantas mulheres.

Milton me disse uma vez que dentre todos os engenheiros diurnos,

só há uma delas, a melhor entre todos. E estou a uns passos dela

agora. O mais interessante de tudo é que sua nuca, a cor dos seus

cabelos e sua pele clara não me são estranhos.

Eu posso estar ficando louco, já que pareço fantasiar

ultimamente. O passarinho que me perturba é anônimo, portanto

minha cabeça tenta, a todo custo, moldar uma pessoa física para ele.

Mas devo confessar que, em algum momento, já vi tais

características.

Tudo está começando a ficar estranho, pois ela parece

perceber que eu a encaro; toca na nuca com desconforto. Um de

seus colegas me olha com estranheza.

Quando percebo o quão ridículo estou demonstrando ser,

afasto-me, indo de encontro aos dois homens que passeiam pelo

setor de monitoramento.

Pego o meu celular e digito uma mensagem à mulher que está

me deixando louco.

"Você é culpada por estar me deixando louco, passarinho.

Passei a manhã toda andando pela empresa e foi impossível não a

procurar em cada canto. Deve, pelo menos, dizer para mim em qual

setor trabalha, só para me libertar dessa loucura."

É obvio que ela não me dirá, mas, mesmo assim, pedi. O mais

interessante é ouvir o som de uma notificação chegar em um celular

de dentro da sala. É um barulho sutil e breve que esquenta meus

miolos.

Acho que estou ficando louco.

- Devo confessar que não entendi muito bem o que disse,

mas me passou muita segurança. - falou Phil, trazendo-me de volta

à realidade.

A verdade é que a história com a estranha está me deixando

tão fora de mim, que me irrita. Assim, decido que o melhor para a

minha sanidade mental é esquecê-la. Nunca nos encontraremos e

ela continuará brincando com minha cabeça. Já estou cheio.

- Podemos terminar o nosso tour agora. Estou convencido

de que a melhor coisa a se fazer é contratar os serviços daqui.

Confirmo com a cabeça. Preciso voltar ao meu trabalho, às

reuniões intermináveis e à minha breve paz. A última opção sei que

não durará, pois são muitas as questões que me levam ao estresse;

e a tal desconhecida está se tornando uma delas.

Ao passar novamente pela mulher em frente ao computador,

que parece concentrada na tela, sinto outra vez aquela sensação de

semelhança.

- Isso já está indo longe demais. - falei a mim mesmo,

condenando-me.

***

A reunião foi mais do que chata, foi quase insuportável. Já

estive em muitos lugares onde o assunto me desse muito sono ou

onde o palestrante que estava me passando a sua ideia, não

parecesse bom no que fazia.

Mesmo dizendo que me esquecei da mulher, minha mente

idiota me trai. Na verdade, não para de pensar na funcionária que vi

mais cedo, na sala dos computadores. Eu devia ter falado algo e,

pelo menos, visto o seu rosto.

Ao pegar o meu telefone, que havia deixado de lado, vejo uma

única mensagem. É da anônima.

"Acho que isso passou dos limites. Nós dois não podemos ser

amigos e você ainda insiste em me conhecer. E, mesmo eu sabendo

que não é tudo aquilo que os outros falam, ainda me sinto confiante

em apenas conversarmos por mensagens. Acredite: não sou nada

interessante. E você é meu patrão. Querendo ou não, é melhor que

as coisas continuem como estão: relação de chefe e funcionária. Foi

culpa minha começarmos, e até gosto de conversar com você, mas o

problema é que isso esteja atrapalhando o meu e o seu trabalho.

Então, creio que o melhor a fazermos é parar de escrever um para o

outro."

Tenho que reler a mensagem várias vezes para acreditar no

que está escrito. Não era para ser nada de mais, pois ela é uma

pessoa anônima com quem me esbarrei há alguns dias. Não sei

como vive ou quais são os seus princípios, portanto deveria levar

tudo na maior tranquilidade.

Como se, em um passe de mágica, eu fosse me esquecer de

tudo! E, olha que nem foi grande coisa.

Olho as horas e constato que já deveria estar saindo do

escritório. Mas, infelizmente, meu corpo demora a reagir e o silêncio

se torna estranho.

Uma nova mensagem chega em meu celular, que está sobre a

mesa, e corro para ver quem é o remetente. Decepciono-me por não

ser de quem eu esperava que fosse.

"Já faz um tempo que não nos vemos. Que tal aproveitarmos que

estou na cidade e conversarmos um pouco?"

Já estou farto de apenas conversar. Eloísa não é a pessoa

que eu escolheria para uma conversa. Minha intenção com ela é

outra.

            
            

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