O novo CEO
img img O novo CEO img Capítulo 5 Piscopata
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Capítulo 6 Boca sexy img
Capítulo 7 Sigo as ordens img
Capítulo 8 Ansiosa img
Capítulo 9 Ele não vai desistir img
Capítulo 10 Vamos logo img
Capítulo 11 Você é meu chefe img
Capítulo 12 Pensando naquele assunto img
Capítulo 13 Estou grávida img
Capítulo 14 Lindo e sexy img
Capítulo 15 É sexy provocante img
Capítulo 16 Proibido para menores img
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Capítulo 5 Piscopata

Emma

O que está acontecendo comigo? Ian Novack sabe me deixar

louca.

Como se a amizade que dizemos ter, fosse algo tão

importante e vital para a minha vida!

Ele estava a poucos centímetros de mim, encarando minha

nuca, causando arrepios pelo meu corpo todo e outras reações

idiotas que desejei rejeitar a todo custo.

Meu chefe é charmoso, e ver suas fotos me deixa boba.

Eu senti que ele estava a poucos passos de mim e seu

perfume sutil me deixou de quatro, no chão. Mas não como foi na

última vez.

Ele está frustrado, assim como eu. Por isso decidi acabar de

vez com nossa brincadeira. Eu fui culpada por ter a começado, então

terminei com ela.

Saio atrasada do trabalho, já imaginando que perderei o metrô

para chegar cedo em casa. Assim que ponho os pés para fora do

prédio, Ian sai com uma expressão nada legal.

Meu coração quase salta pela boca e o desejo de ir até ele,

vem até mim.

Não é como se tivesse sido semanas ou meses de conversa,

mas o pouco que falamos um com outro foi suficiente para me abalar

por esse "término" idiota.

Faço todo o caminho até a estação, pensando no que ele fará,

se é por minha causa o seu mau humor e se, em algum momento,

nós nos esbarraremos outra vez ou ele insistirá em continuar

mantendo contato.

Depois do que que lhe enviei, não obtive respostas. Não

deveria estar desejando isso, mas mentiria se dissesse que não

estou.

***

Apesar de ter passado o dia todo sentada, meu corpo está

cansado, insistindo para entrar na banheira e ficar lá até o outro dia.

No entanto, Bia, como uma fiel e pontual amiga, bate em minha porta

com o maior sorriso do mundo e com uma empolgação fora do

comum.

Apesar de sermos vizinhas e de ela estar ao meu lado durante

todos os cincos anos em que moro em Nova York, ainda me

impressiono com a ideia de que somos amigas. Ela é linda e

confiante. Mas, também... Pudera! A mulher tem um metro e setenta

de altura, cabelos naturalmente ruivos, corpo esbelto e

autoconfiança. Tudo que falta em mim.

Claro... Eu não sou horrorosa, nem acredito em um conceito

ou tipologia. Minha magreza é um mistério, já que sempre como o

mais variado cardápio de gorduras, e meus cabelos são pretos, lisos,

naturais e bem tratados em casa. Só não gosto de sair para comprar

roupas. Algo que Bia não deixa de lado e sempre me passa na cara.

- Sabe, Emma? Você deveria me dar uma porcentagem do

seu salário. - Senta-se em meu sofá, esperando-me. - É uma das

pessoas mais inteligentes que conheço, se não for a mais, é bonita e

tem dinheiro para dar e vender. Sei quanto ganha um engenheiro na

sua área. Eu pesquisei.

- Quer dinheiro emprestado? Eu já te ofereci. Foi você quem

não...

- É brincadeira, sua ridícula. - Revira os olhos e deixa o

sorriso voltar, iluminando seu rosto cheio de sardas. - Na verdade,

estou meio que em um trabalho.

Paro o que estou fazendo para prestar atenção no que ela irá

dizer. Essa é mais do que uma novidade, é um milagre. Claro que

Bia é esforçada e tenta, de diversas formas, arrumar um dinheiro por

si só, porém devo admitir que não consegue, de jeito algum, deixar

para trás a boa vida de uma filha de magnata.

- Trabalho? - Levanto as sobrancelhas. - Você?

- Posso saber que surpresa é essa? - Questionou ofendida.

- Sempre trabalhei. Fui personal trainer em uma das lojas da

GUCCI e até para aquela mulher que dava dicas de moda.

- Você durou mais ou menos quanto tempo em cada uma

dessas atuações? - Perguntei, tirando sarro dela. - Bia, você

realmente se esforça para ficar no trabalho, mas sempre diz que

ficou chato depois de duas semanas.

- Não pode me culpar pela última vez. A mulher poderia

trabalhar na loja mais chique da cidade, mas as roupas... Meu deus!

Eram horrorosas. - Faz cara feia.

- O que é dessa vez? - Visto-me em frente ao espelho. Pelo

que conheço dela, contará uma longa história que durará todo o

percurso da corrida. - Contadora do seu pai? Porque sempre diz

que quer ser independente, só que não sai do apartamento que ele

te deu e não para de comprar no cartão ilimitado. Bia, você não... -

Ela joga uma das almofadas em mim. Nem esperava que fosse usar

tanta força. - Ok. Vou levar a sério.

- Uma das minhas antigas amigas da loja me levou a uma

agência. E lá, eu... - Viro-me para a olhar com desconfiança. Eu

bem sei quem é essa amiga, e imagino que não deve ser boa coisa.

- O que foi? Por que está me olhando como se fosse me dar uma

bronca?

- Que amiga foi essa? - Perguntei com calma,

aproximando-me dela.

- Sei que Victória não é a pessoa mais confiável, mas...

- "Confiável" não deveria estar na mesma frase que o nome

dessa mulher. - Falei entre os dentes. - Você se esqueceu que

quase foi presa porque ela colocou drogas na sua bolsa? Sem falar

da joia cara que fez todos pensarem que você roubou.

- Eu não me esqueci disso, mas a perdoei. Além do mais, fui

bem recebida e aceita, enquanto ela foi rejeitada. - Contou com

muita alegria. - Meu primeiro cliente é lindo de morrer e tenho que...

- Beatriz Alencar, do que está falando?

Preocupar-me com ela já faz parte do combo. Realmente, eu

a tenho como uma irmã e não quero vê-la metida com coisas

erradas. Seu pai até me liga para perguntar como ela está, já que a

garota insiste em não falar com ele, mesmo que ele o banque.

- É algo sério e seguro, Emma; nada demais. - Nem se

importa com minha cara feia, só sorri e se prepara para contar a

longa história. - Eu não estava confiante para falar a verdade e

tinha as minhas ressalvas, mas depois que a mulher me explicou

tudo, passei a dar credibilidade a esse trabalho. Funciona assim: eu

sempre vou estar disponível para sair com caras ricos para onde eles

quiserem me levar. - A forma calma e empolgada como ela falou

essa frase, assustou-me e me paralisou.

Eu já sabia que minha amiga era maluquinha, só que isso é

loucura, uma maluquice digna de Beatriz.

- Não me olhe com essa cara! Eu não vou ser prostituta,

apenas sair com eles como uma acompanhante.

- Vou ligar para o seu pai e pedir para que ele te interne. -

Estou furiosa. - Ficou louca? Esse é um modo de punir sua família

ou a mim?

- Nem ouse ligar para o meu pai! Se ligar, a nossa amizade

acaba agora. - Reclamou, levantando-se. - Eu estava empolgada

para te contar, mas devia ter adivinhado que alguém tão sem graça

como você, não entenderia a real situação.

- Real situação? - Debochei. - É loucura, Bia. Sair com

homens ricos por dinheiro? Eu já ouvi falar nisso. Está se iludindo se

pensa que vai ficar só na amizade.

- Está me ofendendo. - Afirmou brava.

- Desculpe! Mas, o que quer que eu pense quando fala que

será uma acompanhante? - Nós duas estamos alteradas.

Minha cabeça já ameaçava doer por conta de Ian; e agora,

com essa conversa com Bia, ela nem ameaça mais e parte logo para

o ataque.

- Quer saber? Não vou mais sair com você. Já me colocou

muita preocupação e está agindo como uma mimada sem juízo.

- Quer saber, Emma? Você está sendo tão sem juízo quanto

eu. - Provocou-me, levantando o nariz e vindo em minha direção.

- Mente para si mesma e acha que esconde sua insegurança em

relação aos homens, mas a sua recusa em se revelar para o homem

que gosta e com quem conversa é a prova disso. Sempre foi assim,

até mesmo com a nossa amizade, quando se recusava a aceitar ser

minha amiga.

Quando Bia fica com raiva, fala muitas besteiras, como agora.

Eu deveria estar acostumada com suas piadas e deboche, só que

ela acabou de tocar em uma ferida ainda aberta.

- Não é porque ele é seu chefe. Não é porque não gosta de

fazer compras, que se veste assim; é porque se vê desse modo e

gosta de não ser atraente ou chamativa, pois tem medo de ser usada

e traída, como foi no passado.

- Saia do meu apartamento e só volte quando deixar essa

loucura de lado! Caso contrário, nossa amizade acaba aqui. - Tento

reprimir a insegurança e a decepção que me tomaram depois do que

ela me disse. - Está sendo malvada porque odeia quando estou

contra você. Até tem razão em algumas coisas, mas, como minha

amiga, não deveria dizê-las. Eu não faria isso com você.

O arrependimento no seu rosto é evidente, contudo não mudo

de ideia. Saio da sua frente e vou até o banheiro. Estou muito

cansada para continuar brigando. Eu queria ajudá-la, pois,

claramente, seu novo "trabalho" não é confiável.

Logicamente, não posso julgar nada que não conheço, porém

sei quando algo vai dar errado. Muitas meninas já se envolveram

com essas coisas e nada terminou bem para elas, pois os homens

costumam achar que podem usar e abusar delas, prometendo-as

tudo só para, no fim, saírem vencedores.

Eu não sei se Ian é como essas pessoas, já que mal o

conheço e agora nem dá mais para conhecer. Tive que acabar com

essa loucura antes de sair magoada dela.

Ele estava louco para me ver, no entanto, assim que pusesse

seus olhos azuis sobre mim, ficaria decepcionado. Hoje foi um teste.

Quando se aproximou, ainda assim não pensou que a garota com

quem conversava, pudesse estar em um espaço escuro, olhando

para um computador e vestida como uma estranha.

Odeio me ver em vestidos chamativos e meu corpo não é lá

essas coisas, embora tenha partes interessantes nele; também

nunca sofri abusos, nem nada. No entanto, chamei a atenção de

uma pessoa errada que usou da minha inocência e curiosidade para

me colocar no meio de um furacão.

Minha mãe, como uma mulher religiosa, quando isso

aconteceu, disse que a culpa foi minha, por ser inconveniente,

perguntar demais, não ir à igreja, e muito mais. Usou esse

acontecimento para me punir e me fazer acreditar que o erro foi eu,

não outra pessoa. E, desde esse dia, ela me fez usar roupas que

cobrissem mais o corpo, o cabelo comprido, nunca blusas com

decote, jamais saltos... E muitas outras regras sem sentido.

Essas coisas não têm relação com o que aconteceu e eu não

devia ter feito o que ela queria, no entanto sempre fui submissa. E,

com o tempo acabei me acomodando e me acostumando com a

forma de vida com a qual comecei a lidar.

Eu vir para Nova York era para ter sido a minha liberdade,

mas ela arranjou um emprego aqui e continuou a me exigir modos e

vestimentas específicas. Aí teve um dia em que não suportei tanta

coisa e brigamos. Desde então, não nos falamos mais.

Bia sabe de toda essa história e sempre me apoiou, só que

agora a usou contra mim.

Não posso dizer que entrar na banheira quente me relaxou, já

que minha cabeça não para de pensar em Ian e no que escrevi para

ele. Como, em tão pouco tempo, apeguei-me tanto a alguém? Ainda

por cima, é o meu chefe arrogante.

No fim das contas, Beatriz está certa: sou tão solitária e

medrosa, que afasto as pessoas para não me decepcionar.

Conversar com Ian, apegar-me e depois descobrir que ele se

arrependeu por tudo, seria terrível. Além do mais, o passado ainda

me corrói.

Pensando bem, onde pararíamos com essa amizade louca?

Ian Novack é meu chefe, um homem bonito, importante e muito

arrogante. Não quero mais problemas para a minha vida chata. Não

mais do que os já tenho.

Fiquei tão distraída com meus pensamentos, que só me liguei

que ainda estou na banheira, quando notei meus dedos enrugarem.

Será mais uma noite em que ficarei até meia-noite na frente

do meu monitor, tentando melhorar o meu sistema de monitoramento

e rastreio de dados que estou inventando? Na verdade, preciso de

um servidor adequado para o seu desenvolvimento. Meu computador

não tem a capacidade ideal para criar algo desse tipo, mas o

protótipo já está esboçado, esperando apenas as finalizações

numéricas. Quando estiver pronto, meu sistema poderá ser

implementado por bancos de dados, como os da TEC Corporation.

Dentro dele, será monitorado tudo, desde início, quando os dados

são armazenados, ao fim, quando as informações são modificadas

ou retiradas. Eu o chamo de soldados, pois protege, vigia e vai atrás

das pistas caso algo dê errado, para que não se perca as

informações.

Depois de colocar meu pijama confortável e ficar em frente ao

computador no qual trabalho em casa, passo um bom tempo apenas

encarando o objeto em minha frente. Sei o que devo fazer, só não

estou tomando a iniciativa. Parece que os conflitos do dia

permanecem me impedindo de continuar.

Qual é, Emma? Você já fez isso antes. Um problema não é

tão maior quanto sua inteligência e determinação.

A minha automotivação não ajuda, porém, meu telefone toca

ao meu lado, fazendo meu coração quase sair pela boca.

Ele nunca me ligou. Ian nunca me ligou.

Talvez seja um sonho estranho em que minha noite está se

tornando um filme de suspense e drama esquisito.

Quase desmaio com a respiração frenética e o coração

batendo mais rápido do que um motor de carro. O pior é que meu

corpo simplesmente toma a iniciativa de pegar o celular e atender a

chamada quando ela está quase caindo.

Por alguns segundos, a linha fica muda e eu acho que pode

ter sido um engano dele ou que algo no seu sistema tenha,

simplesmente, ligado para o meu número. Contudo, logo ouço sua

voz grossa e rouca ao meu ouvido, fazendo os pelos do meu corpo

ficarem arrepiados.

- Eu sei que você disse que era melhor pararmos de

conversar, e eu mesmo cheguei à conclusão de que era o certo a se

fazer, mas não consegui parar de pensar em você, apesar de não te

conhecer.

Eu não digo e nem direi um "pio". Ouvi-lo dizer essas coisas

só aumentou a idiotice dentro de mim, pois o sorriso bobo logo

tomou conta do meu rosto.

- Sabe, passarinho? Nenhuma mulher no mundo conseguiu

chegar tão longe. Claro... eu amo a minha mãe e avó. Mas fora

essas duas, nenhuma outra me fez perder o juízo. Confesso que o

mistério aumenta mais o meu interesse e a vontade de falar com

você todos os dias. Quero saber onde está, o que faz ou até contá-la

sobre a reunião chata e a loucura que acabei de fazer. Dispensei a

mulher com quem eu teria uma noite fantástica de sexo. - Eu não

estava preparada para ouvir isso. Nem sei como reagir. - Enquanto

ela falava sobre tudo que aconteceu em Paris, eu só pensava em

você, nas suas ironias.

- Provavelmente, eu reviraria os olhos. - Assim que

percebo que falei, calo a boca com um tapa.

Alguns diriam que sou exagerada. Contudo, nunca tinha

ouvido a sua voz, nem ele a minha. Esse passo me trouxe uma

imensa insegurança, como, por exemplo: e se, em algum momento,

ele me escutar falar no trabalho e me descobrir?

- Eu fiz isso e ela não se importou. - Rio, esquecendo-me

de tudo que acabei de pensar. - Gostei da sua voz. Pelo menos

agora sei que não é um velho tarado que está brincando comigo.

- Claro. Até porque você é uma jovem indefesa. - Ironizei.

A quem estou querendo enganar? Quero conversar com ele,

mesmo com medo. Posso correr o risco. Provavelmente, não voltará

à sala de monitoramento. E, pelo que sei, as vozes no sistema

eletrônico se modificam.

- Achei que estivesse o enlouquecendo.

- Você está. Mas o estrago já foi feito. Pelo menos quero ter

uma amiga sincera na vida. - E, novamente, sendo idiota, sorrio

como se ele tivesse dito algo romântico ou bobo. - Quem sabe,

algum dia, você perca o medo e confie em mim para se mostrar?

- Nunca vai acontecer, Ian. - Levanto-me da cadeira e vou

até o sofá. Como a noite já está perdida, não adiantaria desligar o

telefone e tentar terminar o meu trabalho. - Mas gosto de saber que

é um homem esperançoso.

- Você é má. Sabia? - Faz eu sorrir mais uma vez. - Mas,

tudo bem. Contanto que continuemos conversando, posso suportar o

seu mistério, passarinho.

- Por que me chama assim?

- Seu codinome é Birdpink. Só o melhorei. Fica mais

excitante falar "passarinho". - Usou uma voz sedutora.

Automaticamente, minhas bochechas coram só por imaginá-lo

falar perto do meu ouvido.

- Aposto que está envergonhada agora.

- E, como sabe disso? - Sinto-me constrangida.

- Se é tímida o bastante para não me dizer quem é, deve ser

duas vezes mais quando o assunto muda para algo mais... safado.

- Não sou tão inocente, bundão. - Essa saiu sem pensar.

Normalmente, eu só o chamo assim por mensagem. Falar em voz

alta foi estranho.

- Está vendo? Você tem uma obsessão pela minha bunda.

Deve ser o desejo de tocá-la. É excitante. - Ian não tem limites e,

mesmo a milhares de quilômetros distância de mim, não deixa de me

provocar arrepios ou vergonha por algo que nem é tão safado, mas

que não estou acostumada a ouvir. - Se bem que a moça da

cantina tem um fetiche pela minha bunda. Você é a Catarine?

Não dando para me segurar, rio alto como se tivesse escutado

a melhor piada do mundo. O sonoro som da sua gargalhada também

corrobora para que eu continue rindo. Meus olhos até lacrimejam.

- Não. Eu não sou a Catarine, nem trabalho no refeitório. Se

estivéssemos brincando de quente ou frio, você estaria na geladeira.

- Ainda estou tentando me recuperar.

- Você é uma mulher impossível. Vou acabar achando que é

fruto da minha imaginação. - Ironizou. - Mas, como eu disse, vou

respeitar sua escolha.

- Obrigada, Ian! - Enfatizei o seu nome. - Por que

dispensou a garota? Ela estava tão chata, que preferiu conversar

com uma estranha? - Acho estranho o silêncio do outro lado da

linha e até penso que meu aparelho está com defeito. - Ian? Ainda

está aí?

- Sim. Claro. Desculpe! É que não sei o que responder. Na

verdade, eu só queria que o jantar terminasse, para ligar para você e

conversarmos.

Não posso negar que gostei da sua resposta. Afundo-me no

sofá fofo e sorrio como uma boba por ter sido, minimamente,

especial para alguém. Mas logo me lembro que nunca passará disso

e que Ian, apesar de não ser tão idiota, é meu chefe gato. Nunca nos

conheceremos pessoalmente.

- Tenho que desligar. - Avisei desanimada, mas

disfarçando, para que ele não percebesse meu estado. - Ainda não

terminei o meu projeto particular.

- Você não é uma psicopata, né? - Ele tem o dom de me

fazer rir. - Por que estou começando a achar esquisito esse projeto

pessoal.

- Se eu fosse uma assassina, você estaria morto agora.

- Está certa. - Admitiu. - Então, boa noite, passarinho!

- Boa noite, Ian!

Quando desligo a chamada, ainda estou com o sorriso bobo

nos lábios. Gosto quando ele me chama pelo apelido; é fofo.

                         

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