O novo CEO
img img O novo CEO img Capítulo 3 Amizade
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Capítulo 6 Boca sexy img
Capítulo 7 Sigo as ordens img
Capítulo 8 Ansiosa img
Capítulo 9 Ele não vai desistir img
Capítulo 10 Vamos logo img
Capítulo 11 Você é meu chefe img
Capítulo 12 Pensando naquele assunto img
Capítulo 13 Estou grávida img
Capítulo 14 Lindo e sexy img
Capítulo 15 É sexy provocante img
Capítulo 16 Proibido para menores img
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Capítulo 3 Amizade

Emma

Não sei por que mandei mensagens para ele, nem por que

conversamos. É loucura! Ian é meu chefe, um egocêntrico safado.

Talvez seja a falta do que fazer ou a solidão. Só isso para

justificar tudo que está acontecendo.

Devo confessar que ele é engraçado, embora seja irritante. E,

apesar de saber disso, ainda quero receber e responder suas

mensagens.

Não posso negar que senti um pouco de medo e que até

agora sinto. Não fiz nada demais, porém, com a fama de chefe que

ele tem, devo me prevenir e não dar muita pinta, para não correr o

risco de topar com ele e ser reconhecida de alguma forma.

O pior é que assim que virei o quarteirão, eu o vi. Ele estava

lindo, trajando um terno cinza. Sua bunda fica maravilhosa na roupa

mais justa e seus cabelos estavam sendo levados pelo vento,

mesmo não sendo tão longos. O homem é lindo, quase um deus. Se

não fosse tão arrogante...

Fiquei feliz quando o vi entrar no prédio. E, para disfarçar,

esperei alguns minutos do lado de fora.

Quando trabalho, as horas se passam e eu nem percebo.

Gosto muito do que faço e de onde trabalho. Sou a única mulher no

meu setor e uma das melhores no ramo, assim como Victor, que

agora está me pedindo ajuda com o olhar.

Depois de ser um cavalheiro ao ajudar Ágatha e Mia, ele se

tornou o queridinho delas. É sempre bem-educado, um bom ouvinte,

nunca é desrespeitoso com ninguém, e todas o acham fofo.

Só o observo de onde estou. Geralmente, nós nos vemos no

restaurante, na hora do almoço. Só não quando estou com preguiça,

pouca fome, e opto por comer algo na lanchonete da empresa.

Mas hoje, em uma tentativa inútil de fugir dos meus

pensamentos, escolho ir com ele e suas novas amigas para lá. É

estranho estar no mesmo lugar que as secretárias. Elas são

simpáticas e nunca me olharam estranhamente, nem nada, mas

compará-las a mim neste exato momento seria um crime. Enquanto

estou com uma camiseta simples, uma calça jeans surrada e sapatos

de adolescente do segundo grau, elas estão usando um vestido

bonito, saltos altos, e estão com os cabelos bem feitos, além de

maquiagens elegantes. Até parecem madames, pela forma de agir.

- Vocês não sabem como está sendo estranho o meu

trabalho hoje. - Falou Mia. Está empolgada com o que vai contar.

Ela é a secretária de Ian. Portanto, querendo ou não,

infelizmente, fico curiosa para saber a notícia.

- Por quê? - Perguntou Ágatha. - O idiota do seu chefe fez

alguma coisa? Quero dizer... mais alguma coisa?

- Ele está de bom humor. - Comentou surpresa, com um

sorriso nos lábios pintados de vermelho. - Desejou um bom dia

para mim, pediu "por favor" quando quis um café e não estava tão

grosso como sempre. Será que o pai dele morreu?

- Credo, Mia! Talvez ele só esteja revendo como trata os

funcionários ou tenha transado com alguém ontem. - Disse Ágatha,

fazendo-me engasgar com o suco que bebia.

Todas olham para mim, e Victor ri da minha cara. Nenhum

deles sabe realmente o que aconteceu.

- Seria alguma namorada? - Questionou Mia, pensativa.

- Não mesmo. - Respondi sem pensar, vendo-as lançar

um olhar estranho para mim novamente. - Vocês mesmas dizem

que o homem é um arrogante. Como arranjaria uma namorada que o

suportasse? - Argumentei após minha gafe.

- Pode até ter razão, Emma. Mas, já viu o homem? -

Perguntou o óbvio. - Ele é lindo de morrer e tem muito dinheiro.

Aposto que seu telefone está repleto de número de mulheres.

Ontem, por exemplo, uma delas foi ao seu escritório. Estava tão

irritada que nem esperou que eu anunciasse sua chegada. - A

mulher do telefone, talvez?

- Então, essa está descartada como candidata. - Ironizou

Ágatha.

- Ele ficou chateado e nem sabia do que ela estava falando.

- Mia continua pensativa.

Eu poderia deixar essa passar, mas meus dedos e a burrice

da minha cabeça falam mais alto. Pego o meu celular e digito uma

mensagem para ele, antes de sair do restaurante.

"Deve ter sido divertido lidar com a loira oxigenada ontem."

Surpreendendo-me, Ian responde rápido, como se já

esperasse pela minha mensagem.

"Então, foi você mesmo. Saiba que ela ainda está me irritando.

Por que disse que é minha namorada? Todos sabem que não

namoro."

"Foi exatamente por isso que eu disse. Gostaria de ter visto as

caras dos dois."

"Não foi nada engraçado ter que aturar as bobagens dela quando

me procurou."

Não sei se está irritado ou simplesmente comentando o fato.

"Quem sabe, na próxima, eu esteja por perto para ver como

vai reagir à outra mulher irritada por alguma coisa que eu tenha dito

sobre você?"

"Um momento..."

Os três pontinhos no final de sua mensagem me irritaram, pois

o restante está demorando uma eternidade para chegar.

"Como sabe que ela esteve ontem no meu escritório? Está me

espionando, comprando informações ou...? "

Só agora reflito sobre o que fiz. Antes Ian achava que eu era

uma estranha da rua, mas agora sabe que estou mais próxima dele

do que imaginava. Fico puta comigo mesma e desejo me bater.

"Acho que falei demais."

Desejo apagar as mensagens, achando que assim ele se

esquecerá, porém o estrago já foi feito.

"Você trabalha para mim, não é, passarinho?"

"Você ainda não sabe quem sou, então espero que isso não

me traga problemas, bundão. Além do mais, não estou cometendo

um crime, não é?"

"Se sou seu chefe, não admito que fale comigo dessa forma e

exijo vê-la agora."

Já fiz muita merda na vida e gosto de achar que sou

inteligente, só que isso foi demais. Agora estou quase ferrada.

Tomara que ele não me procure na empresa só para me demitir.

"Acho que está convencido demais, Ian. Não pode me exigir

isso. Apesar de ser meu chefe, não sabe quem sou, e não vou dar a

você a oportunidade de me demitir."

"Não quero demitir você, só saber, finalmente, qual é o rosto da

mulher que está me deixando louco."

"Eu estou te deixando louco? Não me conte piadas! É você

quem está se importando muito com esse mistério. Além do mais,

não vou acreditar que não me demitirá, já que até o momento o que

sei sobre você é que não se permite ser desafiado por um

funcionário. O que quer dizer que não vou dizê-lo quem sou,

bundão."

O momento de silêncio só me deixa ainda mais nervosa. Não

gosto de situações como essa, onde estou sendo pressionada, mas

admito que a culpa é minha.

"Tudo bem, passarinho. Mas saiba que vou descobrir quem é,

querendo ou não, e provarei que sou de confiança, que não vou

demiti-la."

"Boa sorte, então! Não sou fácil de ser achada. E, mesmo se

estiver no mesmo lugar que eu, nunca imaginará quem sou."

"É um desafio?"

"Não, Ian. Não é um desafio. Agora, deixe-me voltar ao

trabalho!"

Guardo o celular no bolso e retorno ao prédio sozinha. Não

quero que, de alguma forma, ele tenha tempo de me achar. Antes de

passar pela recepção, vejo-o encostado na parede de mármore,

olhando para todas as pessoas que passam pelo hall.

Filho da mãe!

Respiro fundo, enfio-me no meio de um grupo de funcionários

que trabalha nos escritórios do andar de cima e tento, a todo custo,

não o olhar. Sinto um frio na barriga incomum quando passo ao seu

lado, mas, como já sei, ele nunca olhará para mim. Nem me nota

quando passo.

Lá no fundo tenho dois sentimentos conflitantes, e um deles é

bem idiota. Queria ser o tipo de mulher que ele notasse. Mas isso

nunca vai acontecer.

Vou direto para o meu setor. Talvez possamos conversar

quando ele me mandar mais mensagens, pois eu não tomarei mais

essa iniciativa. Não quero mais brincar de provocar o chefe. Se, por

algum azar, Ian me achasse, tenho total certeza de que me demitiria.

***

Hoje, correr com Bia tagarelando sem parar no meu ouvindo,

salvou-me de ficar pensando em Ian Novack, meu chefe arrogante.

Ele é como um parasita em meu cérebro, que perturba até os meus

sonhos.

No entanto, agora estou na frente da televisão, olhando para

algo que passa, e não paro de pensar nele. Estou exausta, e nem

mesmo o banho me relaxou depois daquele episódio no trabalho. O

que nem foi grande coisa.

Uma parte de mim deseja ser notada, aparecer em seu

escritório e dizer na sua cara linda tudo que penso, mas a outra,

medrosa e tímida, grita ao meu ouvido, dizendo o quanto seria

ridículo e errado chamar a atenção do chefe depois de tudo que já

fiz. Não é uma boa ideia.

Não me importo se o bundão disse que não me demitiria e

que não foi grande coisa o que falei a ele durante todo este tempo.

Sei que se me visse pessoalmente e concluísse que a Birdpink não é

grande coisa, com certeza se enfureceria e me mandaria embora.

Meu coração vai à boca quando o celular vibra ao meu lado. É

ele, seu nome. Ou melhor, o apelido que o dei. Está grande e claro

na tela.

Luto para não deixar a curiosidade me tomar, só que é

impossível resistir quando a segunda mensagem chega.

"O que está fazendo, passarinho?"

"Se estiver de acordo, podemos sair e conversar pessoalmente."

Ótimo! Ele quer conversar. Mas sabe qual será a minha

resposta.

"Ian, não vai conseguir me convencer a mudar de ideia. Então,

NÃO!"

"Odeio mulheres difíceis. Deve saber que nossa amizade pode

acabar se não me der mais do que pistas. Não sou de gostar quando

não sei das coisas ou com quem estou falando."

Amizade?

"Primeiro: somos amigos? Segundo: como está acostumado a

sempre estar no comando, deve saber que o mundo não gira em

torno de você, bundão. Acho que vai ter que lidar com isso ou,

simplesmente, pararemos de nos falar."

A ideia é boa. Não poderíamos ser amigos porque não faço

amizades com tanta facilidade. Por isso fiquei surpresa ao ver que

ele me considera uma amiga. Acima de tudo, não posso me

esquecer de quem é Ian Novack. Apesar de ser um cara que vive,

aparentemente, estressado com tudo e que pode ser um homem

legal, não é um qualquer, e sim meu chefe.

Na prática, não sou muito de falar e não gosto quando brigo

com as pessoas. Portanto, eu me sinto confortável apenas em falar

com ele por mensagens. Dizer na cara dele tudo que penso é algo

que nunca aconteceria.

"É o que você quer? Porque não quero forçá-la a nada. E, sim,

estou curioso. Mas não pense que estou exigindo nada! Todos

pensam que Ian Novack é só mais um cara babaca que usa as

pessoas, mas não sou sempre um idiota, passarinho. Se acha isso

demais, posso simplesmente me esquecer de tudo, e nunca mais

terá que se preocupar comigo."

Merda! Não é o que quero, mesmo. Na verdade, não sei o que

quero.

"Não quero ser a pessoa que te julga, Ian. Não sei como agir

em relação a isso. Você não é tão babaca quanto pensei ser, mas

ainda é meu chefe. E nem nos conhecemos."

O que estou falando?! Ele não é um futuro pretendente.

"Quero dizer... Não faço amigos com facilidade e não costumo

confiar nas pessoas."

Não obtenho uma resposta rápida. Acho que ele desistiu e

acabo pensando que é melhor assim. Eu não devia ter começado

com essa brincadeira. Teria evitado toda essa confusão.

Quando desligo a tela do celular, sua mensagem chega.

"Também tenho dificuldade em confiar, passarinho, e entendo o

que pode estar sentindo. Você é a única pessoa que realmente fala o

que deseja, sem medo de ser rude ou me irritar. Gosto disso e não

quero perder nossa interação interessante."

Interessante?! Achei que ele odiasse.

"Não fica chateado quando falo essas coisas? Achei que não

gostasse."

"Se fosse com qualquer outra pessoa, eu odiaria, mas você,

passarinho, tem algo que muda isso em mim. Faz eu gostar de

conversar e de ouvi-la dizer o quanto sou errado."

E, novamente, ele me surpreende.

"Então... Somos amigos?"

"É estranho, porque você é meu chefe. Então..."

"Sabe o que é mais estranho? Esbarrar em alguém, ela me achar

um escroto, depois me devolver o celular que deixei cair,

conversarmos um com o outro como se fôssemos íntimos e nem a

conhecer."

Estranho também é gostar de falar com você ou sorrir como

uma idiota só porque quer seu meu amigo.

Tudo fica estranho a cada dia ou a cada mensagem. Ian é

meu chefe e, mesmo dizendo que quer minha amizade, nada

mudaria esse fato. Portanto, para que eu não seja punida

futuramente por algo que venha a fazer, é melhor me esquecer disso.

"Deve estar entediado. Conversar com uma estranha em plena

sexta-feira é algo quase deprimente. Quando se pensa em alguém

como você, mesmo sendo um bundão, imagina-se que não estaria

sentado em um sofá digitando mensagens para alguém que nem

conhece."

E, mais uma vez, fico sem uma resposta imediata. O pior é

que não quero parar de conversar com ele, embora saiba quão

estranho é esse desejo.

"Já faz um tempo que não saio para me divertir, passarinho. Com

meu pai em coma e com todas as responsabilidades em cima de

mim, é difícil achar um momento só meu. É difícil até ir ao escritório,

porque sempre espero uma ligação me dizendo que ele não resistiu."

"Sinto muito, Ian. Sei sobre o acidente, só que de nada além

disso."

"Eu deveria estar no lugar dele agora, mas me recusei a ir ao

evento. E, como ele não poderia deixar de comparecer lá, foi. Mas

queria tanto que eu tivesse ido. Agora, por minha causa, meu pai

pode não resistir."

Eu não faço ideia do porquê Ian está me contando essas

coisas, mas ver um pouco mais do homem arrogante e descobrir que

ele não é isso tudo, está sendo bom, mesmo que no meio dessa

história toda haja algo tão terrível.

"Aposto que ele não pensará assim quando acordar. Você não

queria que aquele acidente tivesse acontecido. Ninguém poderia

adivinhar. Então, deve parar de se culpar. Coisas assim acontecem."

"Por que está me falando essas coisas? Mal me conhece. Acha

que sou a pior das pessoas e, mesmo assim, está dizendo algo para

fazer eu me sentir melhor?"

Não sei se esse é o Ian arrogante ou o que não acredita no

que falei, por não se achar merecedor daquelas palavras. Fico em

cima do muro, sem saber o que responder com exatidão.

"Apesar de não confiar muito nas pessoas, sempre tento dar a

melhor parte de mim. E não acho que alguma força superior tenha

causado tal acidente para lhe punir. Espero que possa acreditar em

minhas palavras."

"Não se ofenda, passarinho! Só não estou acostumado a ouvir

alguém dizer algo ao meu favor. Não sou a melhor pessoa do

mundo, e muitos que estão ao meu redor só querem se aproveitar. É

por isso que estou gostando de você: não é assim."

Acho que ele não soube se expressar. Sim! Quis dizer que

gosta da minha sinceridade.

"Gosto de conversar com você."

Claro. Agora sim.

"Ok, Ian. Já está tarde e ainda tenho que trabalhar."

"Trabalhar? É sexta à noite. Como vai trabalhar?"

Um sorriso sai da minha boca ao ler sua mensagem, que

chegou em poucos segundos. Se eu falar o que irei fazer,

logicamente ele ligará os pontos. E eu não darei tudo de mão beijada

ao meu chefe bundão.

"É um projeto pessoal. Nada de tão importante."

"Sabe, passarinho? Esse seu mistério só me deixa ainda mais

curioso e motivado a te achar."

"Não entendo como não pode deixar isso para lá e seguirmos

com nossa "amizade" em anonimato. Sinto-me mais confiante para

dizer as verdades na sua cara se eu não correr o risco de você

aparecer do nada na minha porta ou me demitir no trabalho."

"Vou repetir mais uma vez, passarinho: não quero demiti-la,

somente acabar com a fantasia que minha cabeça insiste em criar.

Se eu não soubesse que a minha secretaria é tão medrosa, pensaria

que seria ela querendo me enlouquecer por tudo que já fiz."

"Não fantasie! E, eu não sou a Mia. A coitada morre de medo

de ser demitida quando você chega na empresa como um vilão da

Disney, buscando uma desculpa para ser grosso com todos."

"É o que todos pensam de mim? Ótimo! Já não bastava meu pai

me achando um idiota, os funcionários acham que sou um bosta."

"Bem... Confesso que também achei isso quando me derrubou

outro dia. Mas, fique tranquilo! Você é um bundão que não gosta de

ser tão bundão e tenta mudar quando as pessoas reclamam."

"Fico feliz que não me odeie totalmente, estranha. Mas, ainda

assim, sou uma péssima pessoa. E isso irrita a mim mesmo. Na

verdade, só percebi graças a você. E não acho que conseguirei a

confiança deles após meus ataques de fúria."

"Um dia de cada vez, Ian. Só precisa ser mais educado e

menos babaca."

Eu deveria desligar o celular e deixar para falar com ele em

outra hora, porém não consigo tirar os olhos da tela, esperando por

uma mensagem sua. Sinto essa necessidade como se o cara fosse

alguém importante ou algo do tipo.

"Boa noite, passarinho! Pode ir trabalhar no seu projeto pessoal

enquanto eu tento, de alguma forma, contentar-me com a ideia de

nunca saber quem é você."

"Boa noite, Ian!"

Foi difícil desligar o celular. Nas outras vezes em que

conversamos, terminamos as conversas com alguma provocação,

briga ou com ele ameaçando me achar de alguma maneira, mas sua

última mensagem de hoje me deixou pensativa.

Em um buraco escuro dentro do meu peito, sei que quero

dizê-lo quem sou, só para que ele olhe para mim sem ser como um

chefe bravo ou apressado, e sim como uma amiga.

            
            

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