Capítulo 5 E agora

Sara chega atrasada na cena do tumulto. Mas, escapa por pouco de ser chamada a atenção também. Já que o tempo determinado por Boris estava quase acabando. Mas, ele na verdade nem estava lembrando de Sara, de tão nervoso ficou com Samara.

O bom é que Sara não é ingênua a ponto de chegar festeira sabendo que provavelmente os ânimos não estaria bom. Pablo e Sara chegaram de mansinho, e ele foi logo correndo na frente se certificando das perdas e da confusão. Tem horas que parece mais fofoqueiro do que qualquer uma das mulheres ciganas.

Mas, ela fez questão de passar em frente a Boris, calmamente, para que marcasse sua volta. Ao passar em sua frente, acenou com a cabeça, olhando para baixo como um sinal de respeito ou medo. Mas, não dele, porque também é atrevida, mas pelo o motivo de seu encontro que logo aconteceria, e espertamente já desconfiava que isso iria atrapalhar sua nova fuga.

Passando por ele as pernas já não aguentavam mais de vontade de correr para atrás das tendas e descobrir ela mesma os danos dessa confusão. E assim o fez! E chegou correndo em sua mãe!

- Dai, Dai (Mãe), eu estava longe e vendendo. Não podia deixar de ganhar as moedas. Mas, corri o máximo que minha perna conseguiu. A senhora está bem? O que houve. Por santa Sara, me conte! Fale alguma coisa!

A presa na fala era tanta que nem tomou ar para seguir na frase seguinte:

- Eu vi os guardas mãe, fiquei com medo.

Sua mãe com a calma de sempre, que nem parecia a pouco atrás, ter perdido com Samara ao vê-la mexendo em sua caixinha, responde vagarosamente a Sara.

- Agora nada! Sara. Acabou. Aliás por hoje acabou tudo. Fique quieta por aqui, porque já basta as confusões como os da Samara.

E voltou a arrumar as coisas pra dentro da tenda.

Sara, ficou desesperada com a notícia, como iria ao encontro da daminha e ganhar os presentes. Economizaria algumas moedas por certo. E só de pensar em dar tudo errado já fica na hora furiosa, com vontade de brigar com Samara, a culpada disso tudo.

Percebendo que sua mãe se esquiva de fazer fofocas e não contar os ocorridos da confusão. Então correu atrás de Pablo, porque esse sim, por certo já saberia de tudo antes mesmo dela.

- Pablito, corra. Sente aqui e me conte agora!

E com muito gosto de repassar todas as informações do ocorrido Pablo conta com minúcias todas as informações e com sua versão mais do que proposital a desfavor de Samara. Já que brigavam muito e ele tendo uma certa implicância com ela, é natural que isso ocorra.

- Pois é.... agora quero ver você pegar seu lenço. Ela estranhou sua saída.... como faremos? Boris por certo ficará de olho em todos nós. E você sabe que tenho medo dele. Agora me diz... pra que aquela cara de bravo, já é alto o suficiente pra dar medo, com aquelas costas largas e barba grossa, eu nem imagino... o que faria com a gente se ....

E foi logo parando ao perceber que Sara nem estava prestando atenção as suas tagarelices de sempre.

- Sara, Sara... não gosto quando você fica assim... o que está tramando?

Sara, está de fato planejando algo para conseguir ir ao encontro. Como fará para sair, se agora a Samara fez o favor de prender todos nas suas devidas tendas?

Mas Sara é uma pessoa argilosa e convincente, com certeza achará algo para escapar dessa armadilha do destino. E soltou um decido:

- Vem comigo!

- Mas, o que farei, o que faremos....ai não estou sentindo boa coisa.

- Apenas me acompanhe!

Chegando perto de Boris, apenas perguntou a Pablo:

- Onde estão as moedas? Pergunta que foi logo respondida como que devesse mostrar serviço.

- Aqui comigo, olhe! Mostrando sua algibeira.

Ela imediatamente ordenou:

- Esconda, agora!

Chegando perto de Boris foi com voz mansinha falando:

- Nano (tio) posso lhe falar?

- O que é Sara?

E Sara descreveu ao seu tio sob o olhar cúmplice e afirmativo de Pablo todo a história que ao ver a confusão e os guardas ela escondera as moedas ganhas debaixo da ponte entre algumas pedras. Já que os guardas sempre as tomavam das ciganinhas quando alguma confusão se estabelecia. E como uma dissimulada esperta, afirmando a Boris como foi intelignte de esconder e não perder as moedas, já segue com o pedido de que fato precisaria voltar ao local para buscá-las antes que alguém as achasse.

Boris acreditando na história contada por Sara, mas com uma leve desconfiança ou no mínimo não querendo mais que os ciganos ficassem andando na ponte Carlos, pediu que Miro a acompanhasse e que Pablo ficasse de vigília no lugar dele.

Sara imediatamente, interveio a favor de Pablo, falando que ele sabia melhor onde estava do que ela. Então que ele deixasse que ambos voltassem ao local.

Sem muita alternativa Boris autoriza e avisa que já teve problemas demais por um dia. Volte rápido, senão se juntará a Samara.

Finalmente mais uma articulação vencida. Mas, o fato é que realmente não poderia demorar e não ser vista. Saindo do espaço do acampamento se certificando que não estava sendo seguida, ambos caminharam para o encontro alcoviteiro marcado mais cedo, na parte da manhã.

No meio do caminho Sara escondida por de trás de uma carroça, se troca espertamente com um disfarce caso aja uma possível perseguição. Uma saia debaixo de se torna a de cima, um lenço de cintura se transforma em um lenço de cabeça escondendo suas belas madechas e o leque, sim o leque que ajuda o disfarce de quem ela realmente é.

E assim se aproximou do espaço do encontro, uma entrada do jardim onde uma pequena fenda da vegetação a deixaria adentrar na propriedade. Estaria atrasada já, mas seria uma oportunidade única para ganhar pertences tão elegantes e nobres. E guardaria suas moedas do rateio das vendas.

Como está ansiosa pelo encontro. E ao olhar para dentro da propriedade o que viu já a encantou. Um jardim de tão bem cuidado, que era de um verde brilhante, com caminhos seguidos de flores por todos os espaços. O cheiro era de alfazema. Já imaginava seus perfumes e aromas que poderiam sair daquelas flores e que ficariam condensados em pequenos frascos de perfume. Mas, deveria agir como uma grossa e malcriada, nem daria para conversar com a daminha, nem aproveitar o espaço, quem sabe até aproveitar um lanche. Era pegar os presentes, deixar ser vista como um animal em extinção pela curiosa daminha e ir embora.

Mas, para que se importar em ser educada, nunca mais se viriam mesmo....

Bem...será? E pisou de fato no jardim.

            
            

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