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Por outro lado, temos Ruzena que também tinha seus 16 anos, moça ativa demais para uma sociedade rígida e que tem a cristandade suprema. Família abonada e que jamais a deixaria passear na feira. Uma moça que se sente discriminada e menosprezada pela família, não pode quase nada.
Seu pai é Wil Karlovy, e quer que ela se case com o nobre Tomas Rush, dono de grande propriedades e amigo da família do Rei Carlos. Mas, Ruzena é apaixonada pelo padre Tone. Um eclesiástico que fala pouco e muito bonito, quase ninguém sabe nada dele, com uma névoa de mistérios em torno de si. Mas, Ruzena, só imagina, pois sendo um mensageiro de Deus jamais poderia ter nada com ele.
Mas, por sua vez, o padre sabendo desse amor, parecia incentivar em ações que esse amor não murchasse, o que a deixa desnorteada. Alimentando-a de uma certa forma, esse amor, era puro egoísmo, puro Ego. Essa seria a palavra ideal para um homem que escolheu o celibato continuar a alimentar esse amor sem futuro.
E em pecado, ambos se desejam, talvez Ruzena por amor, e o padre Tone por interesse em sua herança e os abonados dízimos que são ofertados em sua missa por ela!
A família dos Karlovy é pequena, talvez por isso optou por sua adoção, que na época foi às escondidas em uma viagem falsa da família, por mais de 1 ano, para outra região da Boêmia. Na volta trouxeram Rita Romani nos braços, agora com o nome de Ruzena Karlovy. E nessa família só se tem o irmão mais velho Lucas que de tão arrogante a trata como uma abastarda fora dos olhos dos pais que tanto a ama. Seu pai Wil e mãe Ana, a desejaram, ainda mais depois de problemas inférteis do Sr. Wil de não poder mais ter filhos, a doença que o assolou o deixou assim. E aceitou a chantagem emocional de sua mulher para ter uma filha para que a lhe fizesse companhia. Já que o filho homem já era garantia como herdeiro e ficava o tempo todo com o pai.
Nunca faltou nada a Ruzena. No tempo em que moças eram preparadas para um bom casamento. Treinos de como se comportar, leituras, e amava os livros, o piano, e todas as normas de etiqueta que na época poderia ser oferecida a uma moça que não era da alta e nobre classe, mas estava bem próxima e tinha muitos contatos com tais pessoas. Até na nobreza do rei Carlos, algumas vezes foi a convite, claro, ofertados ao seu pai, Sr. Wil Karlovy e família.
O único da família que parecia querer ser o próximo ao rei, era Lucas, seu irmão, que vivia no castelo cortejando as sobrinhas do rei e o bajulando.
De vez enquanto parecia com pertences duvidosos que pareciam presentes por ações ilícitas ou até amorais. Mas, como alertar os pais, se ambos eram cegos ao comportamento duvidoso desse filho?
Mas, nesse dia 24 de maio Ruzena não queria pensar em nada disso! Em um casamento que parecia que não tinha como fugir e na família que a cada dia olhava e tinha a sensação de não pertencimento! Ela tinha vontade era de liberdade e uma revolta por isso que nem ela sabia explicar. Tudo ficava abafado em seu peito. E por impulsividade tramou no decorrer daqueles dias uma grande aventura, e chamou sua dama de companhia, a senhorinha Carlota e disse baixinho:
- Está tudo pronto? Posso fingir que estou passando mal e ir pro quarto .... ?
Carlota, era um pouco mais velha, porém jovem o suficiente para ser manipulada pelas ideias de Ruzena, articulando uma pequena fuga à feira.
Ruzena queria demais ver tudo de perto. Mal sabia ela que o destino estava traçado.
Todos os detalhes foram vistos, a desculpa de passar mal e ficar do quarto, a roupa a ser usada para disfarçar, o cabelo que nunca poderia ser usado solto ou um pouco que fosse, leque para esconder o rosto de possíveis conhecidos. A saída da propriedade dos karlovy era o mais complicado. Mas, nada que um namorado apaixonado da criada e dama de companhia não fariam para ajudar em troca de alguns carinhos depois....
Empregado também da propriedade, ajudou a levá-las. Mas, fez suas exigências em particular à Carlota, exigências essas que Ruzena parecia nem se importar, e parece que nem mesmo Carlota. Seu sorriso disfarçado a entregava.
Elas não poderiam passar de mais de 1 hora e ele iria junto, sempre atrás delas para protege-las.
Isca lançada sobe Ruzena estar passando mal e precisaria ficar de repouso foi lançada! Mas, por um momento sua mãe quase que estraga os planos, preocupada foi ao quarto na hora que estavam se preparando com os disfarces e bateu à porta.
- Ruzena, é sua mãe, abra a porta quero vê-la, como você está?
A dama de companhia rapidamente e espertamente falou no vão da porta ainda trancada.
- Senhora Ana, não entre aqui. A pequena Ruzena está com a barriga ruim e o cheiro está horrível a senhora não iria gostar. Não se preocupe estou tomando conta dela. Dei já um chá e vou coloca-la para dormir. E daqui umas duas horas se ela não melhorar a senhora poderá chamar alguém para vê-la.
- Pode ir senhora, aqui ainda – "ai que horror" - cheira mal !!!!
As duas se puseram a rir tapando a boca para que sua mãe não as escutasse. E continuaram a articular a fuga momentânea. E reafirmar os combinados. Carlota muito preocupada com seu trabalho mesmo que pouco ganhasse era o que tinha para ajudar a sustentar seus pais mais velhos e doentes, foi logo falando:
- Se formos descobertas você assumirá como disse Ruzena?
Ruzena logo respondeu:
- Claro, eu digo que menti até pra você que estava passando mal. Que a dor de barriga foi o elixir pra soltar que tomei, que isso foi para dar veracidade e você acreditar. E você me deixou dormindo e fugi e você descobriu em tempo vendo eu sair foi atrás pra me buscar e me trouxe. Carlota você ainda sai como a heroína da história.
- Mas, saiba de uma coisa. Eu sei que não seremos descobertas! Ninguém liga pra mim nessa casa!
Estava tudo combinado afinal, segurança, disfarces, carroça ...tudo que fosse necessário para sair da propriedade disfarçadas e ninguém descobrir. Estava tudo planejado, tudo daria certo ...
Mal sabia Ruzena, que o certo do destino, e não da sua vontade! Viver pode ser perigoso as vezes!