Uma  noite de prazer
img img Uma noite de prazer img Capítulo 4 Uma noite de prazer
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Capítulo 6 Uma noite de prazer img
Capítulo 7 Uma noite de prazer img
Capítulo 8 Uma noite de prazer img
Capítulo 9 Uma noite de prazer img
Capítulo 10 Uma noite de prazer img
Capítulo 11 Uma noite de prazer img
Capítulo 12 Uma noite de prazer img
Capítulo 13 Uma noite de prazer img
Capítulo 14 Uma noite de prazer img
Capítulo 15 Uma noite de prazer img
Capítulo 16 Uma noite de prazer img
Capítulo 17 Uma noite de prazer img
Capítulo 18 Uma noite de prazer img
Capítulo 19 Uma noite de prazer img
Capítulo 20 Uma noite de prazer img
Capítulo 21 Uma noite de prazer img
Capítulo 22 Uma noite de prazer img
Capítulo 23 Uma noite de prazer img
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Capítulo 4 Uma noite de prazer

- Não acredito que viajei para Boston só para passar

por isso. Tanto trabalho para inventar uma desculpa para

minha esposa e saio sem sequer uns amassos. Inferno de

noite! - Diz e finalmente nos deixa.

Ela estava em um encontro com um homem casado?

Toda a minha boa disposição se vai e meu tesão se

transforma rapidamente em vontade de puni-la.

- Acho que agora mereço meu beijo de boas-vidas,

namorada.

Foi um blefe.

Na verdade, eu quis constrangê-la pelo teatro ao qual

me obrigou a ser protagonista, então fico surpreso para

caralho quando ela cola os lábios nos meus.

A boca da garota misteriosa é macia e doce como

morangos recém colhidos e eu não quero me afastar.

O que diabos estou fazendo?

Esse é o último pensamento lógico do qual consigo me

lembrar.

Quando meus lábios encostam na quentura dos dela,

tudo o que sei é que preciso de mais um pouco desse mel.

Eu esqueço que estamos em público. Esqueço da minha

candidatura. Esqueço que a história de namorados não é

real.

Segundos depois, ela endurece em meus braços, mas

mantenho a pressão certa, provocando seu lábio inferior

gordo com a ponta da língua e quando finalmente as mãos

em volta do meu pescoço passam a acariciar meu cabelo,

percebo que ela está se rendendo.

Enquanto o beijo continua, digo a mim mesmo que estou

somente castigando-a por ser tão atrevida.

É uma meia-verdade.

Alguma coisa na garota me fez desejar domá-la, mas o

que me instiga a continuar invadindo sua boca é um desejo

cru e inesperado. Uma atração desconhecida para alguém

tão pragmático quanto eu.

Senti-la contra mim faz com que qualquer pensamento

sobre punição se esvaia.

Minha mão escorrega para a curva do quadril e eu

aperto, em uma pegada mais dura.

Ela inicialmente aceita a demanda, mas somente

quando está ficando uma delícia, afasta nossos lábios.

- Já é o suficiente.

Demoro um pouco para entender.

- Suficiente?

-Sim... huh... obrigada. Ele acreditou na nossa

encenação. Eu acho que já vou indo.

Ainda mantenho o braço em sua cintura.

- Eu acho que não. Como namorada, você me deve no

mínimo ficar e compartilhar um drinque.

Suas bochechas adquirem um tom intenso de vermelho.

As mulheres ainda coram? Não as do meu meio, ao

menos.

Ela parece indecisa por um instante, mas então dá um

sorriso sem graça.

- Desculpe por envolvê-lo nessa bagunça. Eu não

sabia como me livrar dele.

Uma mecha do seu cabelo cai por cima do ombro e sem

pensar no que estou fazendo, ajeito-a atrás de sua orelha.

- Seu nome e um drinque.

Ela sacode a cabeça e agora o sorriso é espontâneo.

- Deus, minha mãe me mataria por ter me aproximado

de você dessa maneira - diz, mas depois faz uma pausa

como se estivesse pensando. - Não, na verdade ela

morreria de rir. Eu me chamo Antonella.

- Hudson. - Deixo o sobrenome propositadamente de

fora. - Você prefere beber aqui ou em outro lugar,

Antonella?

Ela se solta totalmente dos meus braços e eu a deixo ir.

- Isso é algum tipo de código para me fazer subir para

o seu quarto?

- Não. - Embora eu queira muito você no meu quarto,

na minha cama. Nua e molhada para mim. - Mas não

quero que fique constrangida por conta do que aconteceu.

Se quiser um pouco mais de privacidade, posso

providenciar um lugar para jantarmos aqui mesmo no hotel.

- Você trabalha aqui?

A pergunta é acompanhada de um vezinho adorável

entre as sobrancelhas.

- Não, eu sou do Wyoming, esqueceu?

Ela gargalha e a seguir cobre o rosto com as duas mãos.

- Eu sou boa em improvisar e quando vi o seu chapéu,

não pensei duas vezes.

- Um drinque - insisto e isso é um terreno totalmente

desconhecido para mim. Nunca precisei de tanto esforço

para convencer uma mulher.

- Tudo bem, mas eu não bebo álcool.

- Sem problema. Aqui ou em outro lugar? - Pergunto

novamente.

- Que lugar seria esse?

- Eles têm umas salas de jantar privativas nos

restaurantes do hotel, o que acha?

- Você é do Wyoming mesmo?

- Texas.

- Tudo bem, Hudson do Texas. Leve-me para esse

lugar especial.

- Um instante.

Não é raro que eu jante em uma sala privativa. Guillermo

disponibiliza esses mini restaurantes em todos os hotéis de

luxo da rede, mas será a primeira vez que compartilharei

uma delas com uma mulher. Nas outras ocasiões, foram

encontros de negócios.

Ligo rapidamente para a concierge[12], que me pede

quinze minutos para organizar tudo.

Coloco a mão na parte baixa das suas costas e a guio

para a mesa enquanto aguardamos.

- E então, você vai me contar o que foi aquilo?

Puxo a cadeira para que se sente.

- É uma longa história. Deveria ser a comemoração do

meu aniversário.

- Hoje é seu aniversário?

- Não. Foi há alguns dias, mas a minha irmã queria que

eu vivesse uma noite especial.

Ela revira os olhos quando fala isso e nem preciso

perguntar por quê. A última frase do cretino infiel deixou

bem claro que a noite não foi o que qualquer um dos dois

esperava.

Recosto na cadeira e cruzo os braços no peito,

observando-a.

- Quantos anos você tem, Antonella?

Suas bochechas tornam a corar e ela sacode a cabeça

de um lado para o outro.

- Uma dama nunca revela a idade. É rude de sua parte

perguntar.

- Foi uma pergunta simples. Apenas uma verificação se

serei preso amanhã - falo com honestidade.

- Você não será. Sou uma adulta.

- Tudo bem. - Graças a Deus! Seria doloroso recuar

agora. - Então me conte sobre sua noite especial que não

deu certo. Ou melhor. Responda algo antes: você sabia

que ele era casado?

Dependendo do que ela disser, decidirei se quero levar a

proposta de jantar em frente ou não.

- De jeito nenhum. Foi a primeira vez que nos vimos.

Eu o conheci em um aplicativo. - Ela começa a brincar

com o guardanapo em cima da mesa. - Deus, isso é

ainda mais esquisito dito em voz alta, mas a verdade é que

tudo fazia parte do plano doido de Luna.

- Luna?

- Minha irmã mais velha.

- Eu quero ouvir sobre esse plano.

- Por que você continuou me beijando mesmo depois

que Aiden foi embora? - Pergunta, desviando totalmente

o rumo da conversa.

- Porque eu quis.

Vejo os seios subirem e descerem, a respiração ficando

curta.

- E sua avó realmente se chama Mary Grace?

Cristo, como ela conseguiu sair do tópico beijo, que

estava começando a me excitar outra vez, para falar sobre

a minha avó?

Sacudo a cabeça novamente escondendo um sorriso.

Ela tem me feito sorrir mais em meia hora do que sorri no

ano passado inteiro.

- Você sempre faz perguntas aleatórias?

- Eu sou curiosa e analítica. Geralmente há mil coisas

passando pela minha cabeça ao mesmo tempo, então sim,

tenho tendência a fazer perguntas aleatórias. Minha boca

não acompanha meu cérebro.

Ela para e coloca as mãos sobre os lábios que há

menos de dez minutos eu estava provando.

- Eu não deveria contar sobre isso.

- Sobre o quê?

- Que eu penso demais. Geralmente assusta os

homens.

Ela muda sua atenção do guardanapo para os talheres,

a cabeça baixa, mas me olha por entre os cílios.

- Eu pareço assustado?

A sombra de um sorriso aparece enquanto sacode a

cabeça de um lado para o outro, fazendo que não.

- Nós vamos mesmo jantar? - Pergunta.

- Sim.

- Então preciso mandar uma mensagem para a minha

irmã. Dizer que está tudo bem ou ela ficará preocupada.

Aceno com a cabeça e a observo pegar o celular na

bolsa e digitar rapidamente. Instantes depois, ouço o som

de uma mensagem chegando e ela ri enquanto a lê. Então,

finalmente, guarda o telefone.

- Conte-me sobre os planos para sua noite de

comemoração. O que seria uma noite de sonhos para

você, Antonella?

- Fazer coisas que eu geralmente não faria.

- Eu preciso de um exemplo.

- Eu realmente não sei. Conhecer um cara legal era o

item principal - diz e cora novamente. - Conversar...

huh... moderadamente, no meu caso. - Um sorriso

sapeca aparece na boca gostosa. - Dançar.

- E agora seus planos foram por água abaixo.

Ela dá de ombros.

- Não tem problema. Nunca acreditei mesmo nesse

negócio de encontros às escuras. Além disso...

- Além disso? - Estimulo.

- Eu estou gostando de estar aqui com você. Então

meio que deu tudo certo, no fim das contas.

Há muito tempo que eu não aprecio tanto uma

companhia feminina. Ela parece falar tudo o que passa

pela cabeça e isso é como um bálsamo em meu mundo de

pessoas que fingem o tempo todo.

- E se eu puder lhe dar essa noite dos sonhos? -

Ofereço impulsivamente.

- Como se eu fosse a Cinderela? - Ela me presenteia

com outro sorriso torto.

- Você é muito mais bonita.

Não estou flertando. Não tenho hábito de soltar elogios

de graça, não importa se para homem ou mulher. Ela é

fascinante para cacete.

- Por que faria isso? Essa coisa de me dar a noite dos

sonhos, quero dizer.

- Porque quero passar mais tempo com você.

Ela morde o lábio inferior e eu lembro que disse que é

analítica. Eu pensei que também era até encontrá-la.

- Uma noite? - Pergunta.

- A princípio, sim.

Tento não demonstrar o quanto sua beleza mexe

comigo. Ela tem uma pele leitosa que me faz desejar

marcá-la com chupadas e mordidas.

Os seios cheios não estão à mostra em um decote

exagerado, mas eu consigo identificar um perfeito formato

de pêra por baixo do tecido.

Porra, ela me atrai demais.

Subo o olhar para o pescoço longo e perfeito. Paro nos

olhos que, agora sei, não têm uma cor definida.

- Nós começamos ao contrário - diz, ao invés de me

responder o que quero ouvir.

- Não acho que a ordem importa muito.

Ela agora roda o copo de água.

- Talvez você esteja certo e o que eu precise no

momento é não pensar tanto. Eu quero a minha noite de

sonhos, Hudson.

Capítulo 5

Antonella

- Isso é gostoso - digo, sentindo o gosto do salmão

cru na língua. Eu já vira alguns restaurantes japoneses

pela cidade, mas nunca tive coragem de provar. Hoje, no

entanto, estou totalmente no modo aventureira.

- É sim. - Ele dá uma resposta curta, parecendo

concentrado na minha boca.

Ele quase não tocou na comida, somente me observou.

Por todo o tempo que entramos na sala luxuosa e

privada para jantar, ele fez perguntas, deixando que eu

falasse sobre mim mesma, mas quase não contou nada

sobre si.

Fico tentando adivinhar quantos anos tem. Eu chutaria

uns trinta. Hudson não é como um dos rapazes com quem

já tive flertes inocentes ou até mesmo o que tentava me

sufocar com a língua.

O pensamento me faz dar uma risada e noto uma

sobrancelha dele se erguer.

- O que é engraçado?

- Eu não acreditava que pudesse me sentir bem

passando a noite ao lado de um estranho.

- Eu também não.

- O que isso significa?

- Você não estava planejada.

- E você planeja tudo?

- Normalmente sim.

- Parece a história da minha vida. Planos, cálculos. -

Dou um gole no suco de laranja. Ele também não quis

álcool, pedindo somente água com gás, gelo e limão. -

Mas estou achando divertida a minha noite de sonhos sem

planos definidos. O que mais faremos?

- Você falou em dançar. Ainda quer?

- Em uma boate?

- Pensei em algo mais privado.

Olho para ele sem entender se está me convidando para

ir ao seu quarto, mas parece que sou mais transparente do

que supunha porque um sorriso começa a despontar no

rosto másculo.

- Não tão privado quanto você está pensando.

Responda o que eu perguntei. Ainda quer dançar?

- Você não tem que ir dormir?

- Não. Quero mais tempo ao seu lado.

Engulo em seco com a resposta honesta, que é somente

reflexo dos meus desejos. Ainda não estou pronta para

encerrar a noite.

- Sim. Quero que minha noite especial seja completa.

Ele pega o celular e digita uma mensagem. Em seguida,

torna a me encarar.

- Por que você me olha tanto?

- Porque você é linda, Antonella.

Fico envergonhada com a resposta, mas satisfeita

também. Alguns rapazes já me disseram isso, mas ouvir da

boca de alguém como ele faz meu corpo formigar. A julgar

por sua aparência, Hudson já deve ter saído com mulheres

perfeitas.

- Obrigada. Você também é. - Devolvo e enfim crio

coragem para perguntar o que estou pensando desde que

começamos a conversar. - Por que me faz perguntas,

mas não fala quase nada sobre si?

- Não sou muito de compartilhar o que penso.

O celular dele vibra antes que eu tenha chance de dizer

que aquele não é um jogo justo. Estou curiosa sobre ele

também.

            
            

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