além dos garçons e um DJ[13].
- Você conseguiu que eles abrissem só para nós dois?
- Sim. O dono do hotel é um bom amigo.
Há uma música sensual tocando no ambiente e
enquanto ando e olho ao redor, ele está parado a alguns
passos de distância me observando.
O teto tem luzes coloridas. Não sei se ele mandou que
as acendessem, mas de onde estou, Hudson não parece
real, várias cores refletidas no corpo grande.
Abro os braços, girando pela pista cujo chão lembra um
espelho.
Se Luna soubesse como nossos planos foram além do
que havíamos imaginado, estaria vibrando. O problema é
que agora só o jantar e a boate não parecem suficientes.
Sinto um estremecimento percorrer meu corpo quando
lembro do nosso beijo. A forma como sua língua pediu
passagem entre meus lábios, me convencendo a recebê-lo.
- Você não vai dançar? - Pergunto, ao mesmo tempo
que tento adivinhar o que ele quer de mim. Eu sei que
quero mais beijos. Muito mais beijos, se eu puder opinar. E
também aquelas mãos grandes me tocando novamente.
Sinto minha pulsação acelerar loucamente com o
pensamento.
Ao invés de responder, ele dá passos lentos até onde
estou.
O homem é escandalosamente lindo.
Doce Senhor, que olhos! Não é somente pela beleza do
tom de azul, mas a intensidade com que me encara.
Eu não tenho a menor ideia do que ele está pensando,
mas seu olhar não desvia de mim enquanto caminha. Uma
sensação de frio na barriga, uma mistura louca de
emoções que jamais senti antes, se desenrola no meu
estômago.
É como aquele momento em que o carrinho da
montanha-russa para por alguns segundos lá no topo, logo
antes da primeira queda. A antecipação nos excitando e
amedrontando ao mesmo tempo.
Ele está bem próximo agora e pela primeira vez me bate
o quanto aparenta ser poderoso também, exalando
autoconfiança em cada centímetro do seu corpo.
Exatamente o meu oposto.
- Você quer dançar? - Pergunta.
Meu Deus do Céu!
Lá vem ele com aquele sotaque sexy outra vez.
Balanço a cabeça concordando.
- Diga. Eu quero ouvi-la dizer sim, Antonella. -Uma
das mãos pousa em minha cintura, enquanto ele sussurra
em meu ouvido. - Cada coisa que fizermos essa noite,
você terá que me entregar um sim sem qualquer sombra
de dúvida.
É a minha vez de ir mais para perto, colando o corpo em
seu peito duro.
- Sim, Hudson, dance comigo.
A outra mão desliza pelas minhas costas, incendiando
meu corpo inexplorado, trazendo outra vez a sensação de
tontura.
- Eu vou ter que dizer sim toda vez que quiser algo? -
Pergunto, passando os braços em volta do pescoço dele.
- Isso.
Levanto o rosto para encará-lo, o que talvez tenha sido
um erro. As bocas quase se tocam agora.
- E se eu disser que não sei muito sobre o que vem
depois?
Ele aperta minha cintura um pouco mais forte e um
suspiro me escapa, ao mesmo tempo que um incêndio já
conhecido se acumula no centro das minhas coxas.
- Podemos ir testando. Sem pressa. - Ele roça nossas
bocas e eu enrosco os dedos em seu cabelo.
Uma mordida leve em meu lábio inferior e eu
choramingo, derretida contra seu corpo.
- Você vai me dar esses gemidinhos como resposta?
- Eu não fiz de propósito. É que foi tão gostoso.
- Posso fazer ficar melhor.
- Eu quero. Mostre-me.
Capítulo 6
Hudson
Sou um cético por natureza, então sempre que ouço
uma pessoa dizer que não sabe como as coisas se
desenrolaram em uma determinada noite, seja por uma
bebedeira mal calculada ou por fazer sexo com alguém que
não havia planejado, penso: okay, continue dando essa
desculpa para si mesmo.
Hoje, essa é a exata sensação que estou
experimentando.
Não consigo definir uma linha do tempo do momento em
que estávamos na boate que mandei que abrissem
especialmente para ela, a chegarmos aqui.
Em uma espécie de coreografia sem música, em pé na
suíte presidencial que estou ocupando, nossos corpos
estão conectados como se tivéssemos feito isso desde
sempre. Respirações e batimentos cardíacos em sintonia.
Quente, doce, macia.
Receptiva e um tanto selvagem.
Tudo nela invoca meus instintos.
É como se olfato, olhos, língua, pele, visão, não
pudessem ter o suficiente da garota linda que caiu de pára-
quedas em minha noite.
Sua risada ou gemidos não são ensaiados, orquestrados
para seduzir, apesar de causarem exatamente esse efeito
em mim. Ela não me deixa ter dúvidas de que a atração
entre nós é recíproca, mas não está jogando.
Na verdade, a sensação que tenho é exatamente o
oposto: está experimentando para aprender o que e o
quanto gosta do que estamos vivendo.
Isso me põe totalmente insano.
As mãos em minha nuca provocam em uma carícia
constante. Os corpos parecem saber exatamente o
caminho a seguir, cada toque natural.
Afasto a alça fina do vestido e investigo com a boca o
pedaço de pele exposta, do ombro à curva do pescoço.
Ela estremece.
- Eu preciso de mais um pouco.
- Do quê? - Pergunta com um choramingo.
- De você toda.
Espontaneamente, ela afasta a outra alça. O vestido não
expõe os seios, mas oferece uma sombra deles para meu
olhar faminto. Meus lábios iniciam um passeio lento pela
carne à mostra, alternando língua e dentes. Ela me aperta,
as coxas se abrindo para acomodarem minha perna, os
quadris circulando em necessidade.
Seguro-a pela bunda, trazendo-a mais para mim,
fazendo-a subir e descer pela minha perna. Consigo sentir
o calor do seu sexo através do tecido.
- Oh, Deus!
- Pegue o que precisa.
- Eu quero mais de você também - diz.
- Mais quanto?
Ela não responde e temendo estragar tudo com
palavras, sugo seus lábios, deixando-a decidir, porque uma
vez que comece, não confio em mim mesmo para recuar.
- Hummmmm...
- Gostosa.
Porra, estou começando a me viciar em seus
choramingos de tesão.
- O que você quer? - Exijo uma resposta.
Ela aumenta o atrito contra minha coxa, se esfregando
sem pudor.
Subo seu vestido e alcanço o pedacinho de pano que
cobre seu sexo ansioso, os dedos brincando, mas ainda
aceitando a barreira da peça.
Mordo o queixo. É uma persuasão lenta porque quero
tomar meu tempo com ela.
- Você precisa ir embora hoje?
- Eu precisaria. - Responde.
- Mas quer ir?
- Não. Eu quero viver mais disso.
Brinco com o elástico da lingerie.
- Eu quero você.
Ela responde com um beijo e eu não tenho certeza do
significado daquilo. Minha mão ainda está parada sobre
seu sexo, aguardando sua anuência para devorá-la. O
esforço para manter o controle, fazendo meu corpo
enrijecer em tensão.
- Você falou que terei que dizer sim a tudo o que
acontecer. Estou dizendo sim, Hudson.
Eu me afasto, mesmo sendo a última coisa que eu
queira. Dando passos para trás, sento na cama.
- Fique nua para mim então.
Suas bochechas parecem brasas e ela desvia o olhar.
- Eu não sei se consigo.
- Você quer isso? Estar aqui?
- Sim, muito. Mas nunca tirei a roupa para alguém.
- Não? - Pergunto, confuso por um instante.
Ela balança a cabeça de um lado para o outro.
- Faça para mim. Estou louco por você, Antonella.
Minha voz sai grossa pela luxúria represada.
Porra, ela é linda.
As alcinhas do vestido caídas nos braços, parada no
meio do quarto corajosamente me encarando de volta.
Observo hipnotizado quando uma de suas mãos vai para
a parte de trás do vestido. Ela sorri e sacode a cabeça por
um instante, como se falasse consigo mesma e segundos
depois, a peça está no chão.
- Sua vez - diz, mas eu não consigo me mexer.
Olho para os pés ainda calçados na sandália alta, as
pernas longas, coxas grossas. Apenas um triângulo
minúsculo, roxo, ainda esconde de mim seu pedacinho do
paraíso. A cintura fina e um suave relevo no abdômen me
fazem desejar ficar de joelho e provar na minha língua
aquela parte macia do seu corpo. Quero morder e chupar
os seios grandes, que não caberiam inteiros na minha
boca, até ouvi-la implorar para pôr fim à sua agonia.
- Não é justo. Você precisa tirar sua roupa também -
insiste, fazendo beicinho.
- Eu não consigo parar de olhar você.
- Eu quero ver você também.
Sem receio ou vergonha, ela se aproxima e se encaixa
entre as minhas pernas. Impaciente, toma a iniciativa de
tirar o blazer do meu terno, mas se atrapalha e eu sorrio.
- Com pressa? - Provoco.
Não responde e não sorri. E eu preciso dizer que amo
despertar esse desespero nela porque é muito próximo de
como me sinto.
Ela não me encara e parece surpresa quando me
levanto e a pego no colo.
Deito-a na cama, mas não a cubro com meu corpo
imediatamente. Fico olhando-a embaixo de mim, as mãos
apoiadas nas laterais ao lado do seu rosto.
Ela enlaça meu pescoço, pedindo pela minha boca.
Quando chupo sua língua, se derrete em meus braços,
gemendo alto e enfim, eu entrego o jogo.
Podemos brincar de seduzir na próxima vez. Agora, eu
preciso dela.
Toco os seios de bicos durinhos e puxo entre dois dos
meus dedos, aplicando uma pressão forte o suficiente para
fazê-la erguer o corpo da cama.
Interrompo o beijo e a olho. Há uma camada de suor em
seu rosto, ela está ofegante e corada.
- Linda.
- Mais...
Porra!
Capturo um mamilo rosado entre os lábios, girando a
língua e mordendo o monte rijo. Seu corpo treme como se
estivesse próximo ao orgasmo, mas eu tenho outros
planos. Desço sua calcinha e quase enlouqueço quando
vejo que ela se depila completamente.
- Abra as pernas para mim. Eu quero ver você.
Ela faz e quando noto a umidade encharcando os lábios
nus, baixo a boca e me delicio com seu mel.
- Oh, Deus!
As mãos agarram os lençóis e ela se mexe muito
inquieta, mas eu não vou parar.
- Por favor, eu não sei se posso aguentar mais.
- Nós nem começamos ainda, amor.
Chupo o clítoris sensível e só de começar a adentrar um
dedo em seu caminho quente, ela goza na minha boca.
Puta merda!
Esfomeado, bebo tudo, seu prazer escorrendo em meus
lábios e língua.
Ela ainda geme baixinho, as mãos em meu cabelo.
- Eu preciso ter você. - Entrego.
Levanto e acho que bato todos os recordes de
velocidade tirando a roupa. Pego um preservativo na
carteira e desenrolo no meu pau. Estou com tanto tesão ao
ponto da ação ser um pouco dolorosa.
Talvez eu devesse deixá-la vir por cima nessa primeira
vez porque não confio em mim no momento para conseguir
pegar leve.
Esse era um bom pensamento, até o momento em que
subi na cama e a vi entregue e exposta para mim. Os olhos
nublados do orgasmo recente.
Ela ergue os braços me convidando para me perder em
seu corpo. Com um desejo que não me lembro de já ter
sentido antes, eu aceito.
Resvalo meu pau na entrada banhada e fecho os olhos
implorando a todos os santos para que me ajudem a
exercer um mínimo que seja de contenção. Eu sou um cara
grande e não quero machucá-la em nossa primeira vez
juntos.
Empurro um pouquinho, e ela se fecha à minha volta
como uma luva apertada.
Merda.
Nossos olhos estão fixos agora e eu tento me mover
mais alguns centímetros.
Seu rosto se contrai em uma careta de dor.
- Desculpe-me - peço, envergonhado.
- Não pare.
- Não quero machucá-la.
Ao invés de forçar mais, tomo novamente seu peito em
minha boca, mamando até senti-la relaxar em torno do meu
pau. Só então recomeço a reivindicação do seu corpo.
- Você é tão gostosa.
Não costumo ser tão aberto na primeira vez que fodo
uma mulher, mas porra, eu preciso que ela saiba o que
está fazendo comigo.
- Beije-me. Faça a dor passar.
- Dor? - Congelo meus movimentos na hora.
Estou machucando-a?
- Eu sou virgem.
O quê?
- Antonella...
Mesmo que haja um sério risco de que eu sofra um
AVC[14], tamanho tesão que estou sentindo, ensaio me
afastar.
Ela me puxa de volta.
- Não. Eu quero. Você também quer, então qual é o
problema?
- Tem certeza?
- Tenho sim - diz e levanta os quadris, tomando mais
um pedaço de mim.
- Meu Deus, linda. Você vai me matar. Tem muito
pouco de pensamentos lógicos atravessando minha mente,
mas eu ainda consigo parar.
Ela fecha os olhos.
- Você quer parar? - A voz soa insegura e eu me sinto
um idiota.
- Não. Eu nunca desejei uma mulher como quero
você.
- Então me ensine. Você me deu prazer. Deixa-me
fazer isso por você também.
Beijo sua boca e reinicio os movimentos com mais
comedimento agora, mas então ela gira os quadris e eu me
perco. Entrelaçando nossas mãos, percorro todo o caminho
dentro dela e um grito abafado seguido de uma mordida
em meu ombro me diz que ela está sentindo dor.
Desço minha mão livre entre nós e toco o clitóris
inchado.
Porra ela é muito apertada e quente. Mesmo através do
preservativo consigo sentir seu calor. Ela está muito
molhada, mas ainda receio me mexer.
Circulo o dedo em seu ponto de prazer e ela recomeça a
gemer.
- Abra os olhos para mim.
Ela obedece, me presenteando com mel e floresta em
uma mistura harmoniosa.
Pequenos salpicos esverdeados na íris que me mantém
preso.
- Mais.
- Eu vou dar mais. Eu vou dar tudo, mas não pare de
me olhar. Eu preciso ver você.
Aos poucos os movimentos vão ganhando a velocidade
de uma cavalgada. Ela acompanha, se entregando,
pedindo, gritando quando o ritmo aumenta.
- Eu acho que eu vou gozar de novo.
- Ainda não. - Retiro minha mão de seu clitóris e
peço. - Toque-se. Eu quero ver.
Olho entre nossos corpos para assisti-la se dar prazer.
Ela geme enquanto eu empurro mais forte.
Meu Deus!
- Veja. Você é uma mulher agora.
- Eu adoro você em mim. Não pare.
Não consigo falar, preso à perfeição da visão do seu
corpo me recebendo.
Sobrecarregado, sinto o momento exato em que ambos
alcançamos a borda. Os espasmos do seu sexo controlam
não só o meu pau, como a minha mente também.
- Goze para mim agora - comando. - Eu preciso
sentir.
Ela abre a boquinha linda em um "o" silencioso e
obediente, me dá o que eu exijo.
Só então me permito alcançar meu próprio orgasmo,
mas antes mesmo de relaxar, uma certeza me atinge.
Isso não acabará aqui.