MEU DELEGADO
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Capítulo 3 MEU DELEGADO- livro 3

A cerimonialista surge das profundezas com sua prancheta e o cabelo

lambido, relembrando com gestos como devemos proceder. Aguardamos a

saída dos noivos, em seguida cada padrinho se encontra no meio do altar

com sua parceira dando os braços para seguir em direção a saída.

Enlaço o antebraço do gostosão, seu perfume atingi meu nariz me

deixando entorpecida. De canto de olho consigo ver sua barba grossa por

fazer, e imagino como seria senti-la no meio das pernas roçando na minha

boceta. Respiro fundo tentando manter o controle.

Lembre-se P.O.L.Í.C.I.A.

Droga, a voz da minha deusa da depravação grita alto como sinal de

alerta vermelho.

OKAY! Não precisa gritar, já entendi. Brian Garcia tem uma enorme

placa grudada nas costas com os dizeres: MANTENHA DISTÂNCIA.

Os convidados se agitam na escadaria da igreja dificultando a

passagem dos padrinhos, tento desviar das pessoas para me aproximar dos

noivos, mas só ouço gritos de mulheres desesperadas para pegar o buquê.

- Vai lá Cami. - Não sei de onde e nem como Ethan surgiu ao meu

lado me empurrando no meio da bagunça.

Empurra, empurra, pisam no pé, cotoveladas. Parece que estou em

uma zona de guerra, e a missão se chama AGARRE O BUQUÊ.

Determinada a fugir do olho do furacão, empurro algumas mulheres até que

algo acerta meu rosto. Involuntariamente ergo as mãos me defendendo, e

então, o vejo. Droga, envolto com uma fita de cetim vermelha e flores

brancas, o infeliz caiu diretamente em mim. Isso não é sorte, é azar puro e

simples.

Semicerro os olhos com vontade de jogá-lo de volta para Alyssa. E

como se entendesse minhas intenções, minha amiga balança a cabeça em

sinal de negativa. Sei o que essa noiva safada está pensando, e não quero

destruir seu momento de felicidade. Revirando os olhos, saio pela lateral da

igreja, pisando em todos os pés que estão no caminho. Pisando duro e

resmungando baixo, sigo em direção do carro. Chega dessa coisa, quero só

ir para festa, beber, comer e me divertir.

Enfio a chave na porta e sento no banco do motorista, encaro o buquê,

e o jogo no banco de trás, em casa seu destino será o lixo.

Procuro a mesa com meu nome, e como já esperava estou sentada com

Ethan, Brian e mais uma pessoa que não conheço. Puxo a cadeira e me

sento. Aos poucos os convidados entram no salão. Boquiaberta, vislumbro o

delegado caminhando com um pé na frente do outro. Uauuuu esse homem

podia ser modelo de cueca, ou talvez nu, mas só para mim.

- É aqui. Hum, legal. - Qual é senhor policial? Posso sentir a tensão

sexual emanando do seu corpo.

Apoio os cotovelos na mesa apertando meus seios com os braços

deixando o decote em evidência. Incomodado com a situação, ele se remexe

na cadeira afrouxando o nó da gravata. Posso ver seu pomo de adão subindo

e descendo enquanto engole em seco.

Levanto sensualmente ficando em pé. Deslizo as mãos esticando o

tecido do vestido mais ao mesmo tempo acariciando meu corpo para

provocá-lo. Como se não conseguisse desviar os olhos, ele me observa com

desejo estampado no rosto. Sorrindo maliciosamente, umedeço os lábios

com a ponta da língua.

Brian empurra a cadeira para trás com violência, derrubando-a.

Esfregando as mãos no rosto e de cabeça baixa, se afasta seguindo em

direção do banheiro.

Covarde! Sinto vontade de rir. Se soubesse que causa o mesmo efeito.

- Servida, senhorita? - Pego uma taça de champanhe com o garçom

e a viro de uma vez, devolvendo-a para a bandeja.

Por que esse homem foge de mim desse jeito? Eu sei por que fujo dele,

mas e ele? Alyssa me contou em uma de nossas conversas o quanto é

conservador, turrão. Agora quero saber, algo nele me instiga ao desafio e

gosto disso.

- Oh! Aonde você vai? - Esbarro em Ethan que chega à mesa.

- Já venho - respondo.

Encosto na parede da porta do banheiro masculino, e espero que abra a

porta. Ouço o som do trinco e logo Brian surgi na minha frente. Espalmo as

mãos no seu peito grande e largo, empurrando-o para dentro de novo. Sem

entender nada permanece calado. Giro a chave na fechadura, e a tranco.

- Camilly o que está fazendo? - Como até a voz desse homem pode

ser sexy. Grossa, máscula, firme?

- Shiii. - Coloco um dedo por cima dos seus lábios silenciando-o.

A cada passo que avanço me aproximando, ele recua dois até não ter

como fugir.

- Você está louca. - Sua mão grossa segura meu braço me puxando

para mais perto.

- Quer tanto quanto eu. - Ergo uma perna, e esfrego o joelho no

meio das suas pernas, roçando no seu pau.

Com os lábios apertados de raiva e os olhos injetados de desejo. Brian

toma minha boca em um beijo desesperado e ardente. Minhas mãos abrem

os botões da camisa dele de forma desesperada, então, decido fazer algo

diferente. Posso tornar esse jogo bem interessante, vou amaciar primeiro.

Rapidamente abro os botões da calça. Afasto-me dos seus braços

musculosos, posso ver a expressão confusa no seu rosto. Ergo a barra do

vestido para cima ganhando mobilidade. Ajoelho-me no pequeno espaço.

Puxo a cueca para baixo liberando seu membro duro e excitado.

Seguro seu pau entre as mãos, aperto os dedos envolvendo-o

fortemente. Lentamente começo fazer movimentos subindo e descendo.

- Camilly? - ofegante, me chama.

Sem se importar com o que está ao redor, coloco ponta da língua para

fora e lambo a cabeça rosada, descendo suavemente. Seus gemidos me

instigam a continuar. Substituo as mãos pela boca, engolindo seu pau.

Grande, grosso, sinto batendo no fundo da garganta. Mãos fortes agarram

meus cabelos entrelaçando os dedos no emaranhado do penteado.

Meus lábios envolvem o membro com força, chupo devagar, rápido,

com força. Com uma mão acaricio suas bolas inchadas. A cada sugada

Brian remexe o quadril arremetendo minha boca.

- PORRA! Boca gostosa do caralho - resmunga alto.

Quem diria que o senhor puritano sabia falar palavrões. A cada

estocada fico mais excitada, molhada, imaginando seu pau me fodendo.

Mais algumas sugadas e ouço seu alerta, mas ignoro sentindo seu líquido

quente jorrando na garganta. Engulo até a última gota. Antes que possa

esboçar qualquer reação, mãos fortes seguram meus braços me levantando.

Brian gira nossos corpos pressionando meu rosto contra o azulejo frio.

Excitado, esfrega seu pau na minha bunda por cima do vestido.

- Quero você - ronrona.

- Estou aqui, não é - respondo ofegante.

Empurrando meus joelhos com os seus, afasta minhas pernas. Como

um animal feroz prendendo sua presa, Brian ergue a barra do vestido,

deslizando as mãos na bunda. Sinto o ardor de uma tapa na minha pele.

Molhada, excitada e querendo muito transar com ele, empino o quadril

contra o seu. Enrolando a mão nos meus cabelos, puxa minha cabeça para

trás deslizando a língua por meu pescoço.

- Tem alguém aí?

Batidas na porta nos traz de volta a realidade. Afastamo-nos

rapidamente trocando olhares, enquanto arrumamos nossas roupas.

Outra pancada impaciente na porta me traz de volta a realidade. Por

que deixei isso acontecer? Como pude manchar a memória de Sheron desse

jeito, pior ainda, com Camilly. Deixei-me levar por desejos primitivos, mas

porra como resistir a essa diaba provocadora? Com as mãos tremendo, ergo

o zíper da calça ajeitando meu pau duro dentro da cueca.

- Brian, é o brinde cara anda logo. Está com dor de barriga? - Ethan

bate novamente enquanto gira a maçaneta tentando abrir a porta.

Camilly permanece calada com um sorriso vitorioso nos lábios. Encaro

dentro dos seus olhos e balanço a cabeça negativamente demonstrando o

quanto me arrependo do que aconteceu. Na mais pura ousadia, ela ergue sua

mão e toca meu rosto acariciando com as pontas dos dedos. Agarro seu

braço com força e a puxo para mais perto, Ethan nos ver saindo juntos do

banheiro já é suficientemente ruim.

- Nunca mais faça isso - digo entredentes.

- Você gostou senhor delegado puritano. - Piscando, desliza a

língua nos lábios carnudos e deliciosos.

- Já avisei. - Esbarro no seu corpo para destrancar a porta, e sinto

que Camilly encostar nas minhas costas roçando os seios fartos,

provocando-me. Ela não cansa desses joguinhos?

Abro de supetão a porta. Ethan me encara de boca aberta, mas quando

nota que atrás de mim tem uma mulher, melhor ainda Camilly, seus olhos se

arregalam como se fossem saltar da órbita. Até mesmo alguém desatento

como ele sabe o que um casal pode fazer dentro de um banheiro privado.

A raiva por ter cedido aos meus desejos me consome. Trêmulo,

suando, sinto que estou sufocando. Lembranças dos momentos íntimos com

Sheron invadem meus pensamentos. Minha esposa perfeita. Pisando duro,

caminho rápido para a saída. Ouço vozes chamando meu nome, mas só

ouço zumbidos.

Afasto-me do salão indo em direção ao estacionamento. Procuro por

meu carro e uma maldita coincidência, o carro dela está ao lado do meu.

Paro em frente ao híbrido branco, encarando através do para-brisa escuro.

Apoio às mãos no capô do carro, deixando minha cabeça baixa. Fecho os

olhos, e só vejo os olhos ardentes de desejo de Camilly ajoelhada na minha

frente. A maciez dos lábios, a garganta aveludada e gulosa sugando cada

centímetro do meu pau. A fragrância do perfume suave.

- PORRA! - Fecho as mãos em um soco, mas antes que possa socar

o carro dela, chuto o pneu várias vezes tentando descontar minha raiva e

frustração.

Respiro fundo recobrando o pouco de sanidade que ainda me resta

dessa noite, aperto o alarme do carro destravando a porta. Sento atrás do

volante, e acelero desviando dos carros estacionados, e saio fora daquele

lugar, fugindo de mim mesmo.

Inconscientemente dirijo até o cemitério. Preciso estar com minha

esposa, não importa como. Estaciono o carro de qualquer jeito, talvez

pegando duas, ou três vagas, não importa. Não é como se as pessoas

viessem ao cemitério às nove horas da noite. Como esperava os grandes

portões dourados da entrada estão trancados. Dou a volta no quarteirão

procurando um espaço mais baixo no muro, e sem pensar nas

consequências pulo para dentro.

Percorro o caminho de tijolos cinza contando somente com a

iluminação da lua. A paz, e o silêncio é como um bálsamo para a dor que

estou sentindo. Mais alguns passos e paro em frente à lápide com nome de

Sheron Garcia. Minhas pernas fraquejam me colocando de joelhos. Sinto

lágrimas descendo e molhando meu rosto. Engasgado com as palavras não

consigo achar um jeito de pedir perdão por tudo. Principalmente por não a

ter salvo daqueles bandidos.

- Perdoe-me, por favor. Prometi cuidar de você, amá-la e não cumpri

minha promessa. Desculpa Sheron, me desculpa. Por favor. - Debruço o

corpo apoiando as mãos no gramado. - Desculpa.

Sinto algo aquecendo meu rosto, levo as mãos até os olhos cobrindo-os

e com dificuldade, os abro. Os primeiros raios de sol da manhã despontam

no meio das árvores. Estava tão atordoado que não percebi quando cai no

sono ali mesmo. Levanto passando a mão pela calça, camisa, me livrando

da sujeira do gramado. Enfio a mão no bolso, e confirmo que carteira e

celular permanecem intactos. Abaixo para pegar a chave do carro que está

jogada no gramado. Lanço um último olhar na direção do túmulo, e com

pesar me despeço.

- Como entrou aqui? - Sou surpreendido pelo coveiro e sua pá

ameaçadora.

- Longa história, senhor. Já estou de saída, não sou ladrão. Minha

esposa é a dona dessa lápide, e sou delegado. - Enfio a mão no bolso e

puxo o distintivo. Empurro o distintivo e confirmo que não estou mentindo.

- Certo, é proibido, devia chamar a polícia. Espera você é a polícia.

- Posso ver a confusão em seus olhos cansados e com marcas de idade.

- Sim - respondo com o esboço de um sorriso.

Gentilmente o senhor se prontifica para abrir o portão lateral de

funcionários para que eu possa sair sem precisar pular o muro de novo.

Trocamos algumas palavras no percurso e ouço atentamente o seu relato de

quantos casais jovens se perdem para a morte. De uma forma estranha e

egoísta saber disso me traz certo consolo.

Despeço-me sem delongas, e fico indignado como deixei o carro

estacionado. No mínimo levaria três multas por infrações diferentes.

- Porra! - resmungo, abrindo a porta do motorista.

Sentado e desperto para mais um dia de trabalho, ligo o rádio de

comunicação da delegacia. Sonoramente os códigos e ocorrências tomam o

espaço do silêncio. É isso, essa é a minha vida, ajudar pessoas que precisam

e nada mais.

- Só meu trabalho - repito baixo.

            
            

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