MEU DELEGADO
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Capítulo 4 MEU DELEGADO- livro 3

Antes de ir para delegacia desvio o caminho passando em casa para

tomar banho e me recompor da tragédia da noite passada. Agora que a fase

casamento já acabou, não tenho o porquê ficar me encontrando com

Camilly. Espero nunca mais ser obrigado ficar em um local tão pequeno e

apertado junto com ela. Banho tomado, dignidade restaurada, sigo em

direção ao trabalho.

Caralho fiquei apenas um dia fora da delegacia e mais parece um ano.

Centenas de processos, relatórios de entrada de evidências judiciais.

Definitivamente não posso me ausentar.

- Senhor? - Catarine bate na porta.

- Sim. - A policial pede que a acompanhe até a recepção, e assim o

faço.

Sentada no banco uma jovem mulher segura seu braço repleto de

hematomas, assim como o rosto. Os lábios vermelhos manchados com

sangue da agressão.

Engulo em seco. Meu sangue se agita nas veias fervendo de fúria.

Tantos anos presenciando vítimas de violência doméstica, mas ainda não

consigo ser indiferente. Quero ir até o desgraçado e ensinar que não se bate

em uma mulher, fazê-lo sangrar do mesmo jeito que sangrou uma pessoa

indefesa. Esfrego disfarçadamente as mãos suadas na calça. Peço para que

Catarine prossiga com o protocolo e em seguida a leve até minha sala.

Em poucos minutos tenho a Jeniffer sentada em frente à minha mesa.

Ao lado sentado no canto em frente ao computador outro policial tomando

nota do depoimento da vítima para inclusão nos autos do processo. Ouço

atentamente cada palavra que sai de sua boca.

- Sim, trabalho em dois empregos e ele sempre rouba meu dinheiro.

Não compra comida para casa, e quando não tem cerveja. Bom, acontece

isso. Seu delegado, eu e meus filhos passamos fome, não sei mais o que

fazer, depois de tantos anos, só criei coragem agora, por favor, nos ajude -

implora, soluçando e chorando.

- Podemos emitir uma medida protetiva para a senhora, impedindo

que ele se aproxime novamente. Mas tenho que ser sincero. Muitos casos

essas medidas são inúteis. Aconselho à senhora morar com algum parente

por um tempo, até pegarmos seu marido e tudo isso se resolver.

Mentir para as vítimas que medidas protetivas são eficazes, é como

entregá-las na mão do agressor novamente. E não posso permitir. Peço para

dois policiais acompanhá-la ao hospital para realizar o exame de corpo de

delito, e depois até a residência para que possa recuperar seus bens e os

filhos que se esconderam na vizinhança.

- Só mais uma coisa. A senhora por acaso sabe onde ele está nesse

momento? -questiono de forma desinteressada.

- Acho que deve estar no bar de um amigo dele.

- Qual o endereço, por favor?

Anoto cautelosamente o endereço. Irei levar a comunicação da medida

protetiva pessoalmente para esse desgraçado.

Aproximando-me do bar, desligo o farol do carro para não o alertar.

Confiro quantas balas tenho no pente da pistola, e a encaixo novamente no

coldre peitoral em seguida visto o casaco. Enfio as mãos no bolso da calça e

faço minha melhor expressão de policial bonzinho, afinal sou representante

da lei, não é?

Conforme me aproximo ouço o som de música alta, risadas

extravagantes. Piso dentro do bar, encarando tudo ao redor. Homens

bêbados discutem sobre futebol mal notando que entrei no estabelecimento.

Meus olhos procuram uma única pessoa, e mais ao canto com uma mulher

bêbada sentada no colo se encontra o agressor.

- Josef? - chamo.

- Quem é você? Não enche meu saco, babaca.

Puxo o casaco para trás expondo a arma e faço sinal com a cabeça para

a mulher sair. Correndo, ela se levanta e passa por mim de olhos

arregalados.

- Estou aqui para entregar a medida protetiva de sua esposa Jeniffer,

sabe o que significa?

- Ah ah... Sei... Grande merda. Aquela piranha foi reclamar de mim?

Cadê as provas que foi eu, poderia ter sido o amante, vai saber. - Respiro

fundo contando até cem, mas não funcionou dessa vez.

Avanço sobre ele fechando minhas mãos na sua camiseta, o ergo da

cadeira e bato seu corpo contra a parede com força. Aproximo a boca do

ouvido, para que sinta meu hálito quente no seu cangote.

- Escuta aqui desgraçado. Se chegar perto dela de novo, vou te caçar

até no inferno e meter uma bala nessa cabeça podre. Você entendeu? -

Espero uns segundos a mais e a resposta não vem. - ENTENDEU? -

digo cerrando os dentes.

- Si... Sim - gagueja.

Sorrindo satisfeito, me afasto soltando-o. As pessoas observam de

longe sem se intrometer. Deixo o documento em cima de uma mesa.

- Isso que acontece quando se é um agressor covarde. - Pisco para

eles, batendo o dedo com força no papel.

Viro-me de costas saindo do bar, e antes de sumir, ergo a mão e aceno

um tchau debochado. Cretino não se cria na minha área.

Desligo o chuveiro, empurro a porta de vidro do box e alcanço a tolha

pendurada no suporte da parede. Deslizo o tecido de algodão enxugando

minha pele. Levemente seca enrolo meu corpo, e pego outra para o cabelo.

Ando pelo banheiro até ficar em frente ao espelho. O reflexo de uma

mulher forte, madura e autossuficiente reflete diante dos meus olhos. Por

vezes me pego pensando como o destino pode ser cruel e jogar com a vida

das pessoas. Massageio minhas bochechas com as pontas dos dedos. E o

som do celular tocando me puxa de volta do momento de reflexão.

Ansiosa e com passos rápidos, chego rapidamente na escrivaninha e

com o aparelho em mãos confiro o nome que salta na tela.

"Luca Ricci"

Não era isso que queria ver na tela do celular. Droga esqueci

completamente do trabalho de tese relativas à pena. Era para ter entregado

hoje, mas tinha compromisso importante com o responsável por gerenciar

minha conta no banco. Recusar a chamada ou não? Pensando bem, o senhor

Luca é o professor mais rígido e exigente do curso de direito. Sempre sério

com a expressão fechada, impossibilitando qualquer aproximação. Respiro

fundo, e decido atender.

- Boa tarde. - Mantenho a voz firme, mas por dentro tremendo de

medo.

- Senhorita Carter? - Sua voz fria e penetrante faz minha pele

arrepiar.

- Sim. Desculpe prof... - Não termino de falar.

- Não quero saber das suas desculpas, guarde para quem realmente

irá acreditar nelas. Sabe o quanto estimo as notas dos meus alunos, todos se

graduam com louvor e não aceito menos. Dessa vez vou dar uma colher de

chá, tem até amanhã para entregar a tese, caso contrário irei reprová-la na

minha disciplina. Boa tarde.

Em seguida só ouço o som da finalização de chamada. Não esperou

nem que me despedisse. Isso só pode ser falta de sexo, apesar de que ouvi

boatos que várias mulheres o assediam pelos corredores da universidade.

Para um homem com quarenta e cinco anos, ele é bem gostoso. Mas com

aquela cara sempre amarrada duvido que saia com alguém. Tenho medo só

de imaginar, ou o professor Luca pode ser o famoso come quieto. Bom, isso

não é da minha conta. Deito na cama de costas, jogo o celular no meio dos

travesseiros, e encaro o teto azul pálido. Preciso terminar esse trabalho, não

posso reprovar nessa matéria.

"Suas mãos ásperas deslizam por minha barriga lentamente. Fecho os

olhos absorvendo o calor do seu toque. Ansiosa, mordo os lábios esperando

por mais. Pouco a pouco, suavemente, suas mãos abrem o botão da calça.

Apoio o corpo com os cotovelos levantando o tronco. Quero vê-lo.

Contorço-me quando seus dedos roçam meu clitóris, esfregando. Em

seguida sinto-os dentro de mim, fodendo minha boceta úmida. Entrando,

saindo, entrando, saindo, com ferocidade. Um dedo, depois dois, três,

alargando o centro para ele. - Brian - sussurro. Erguendo a cabeça seus

olhos castanhos se encontram com os meus em uma conexão intensa e

excitante. Os bicos dos meus seios se arrepiam de tesão marcando em

evidência no tecido da regata. Selvagem, cru, meu delegado me fode com

os dedos de um jeito dolorosamente prazeroso. A cada investida só quero

mais, mais, mais..."

Assustada, e suando frio, sento na cama. O que foi isso? Não Camilly,

esse homem não é para você, nem mesmo nos sonhos. Esqueça e siga em

frente. Além do mais, aquele ogro nem mesmo mandou uma mensagem

para saber como ficou após nosso flagra e sua saída temperamental. E

Alyssa ainda tem a cara de pau de dizer que Brian Garcia é um homem

honesto, sensível, ótimo partido. Aonde? No mínimo deve estar achando

que sou descartável, só porque paguei um boquete para ele. É como todos

os outros só mudam a profissão. Quer saber? Nunca mais quero olhar para

esse cretino, insensível. Pode viver em eterno luto pela esposa perfeita dele,

já que nenhuma mulher se iguala ao patamar de perfeição da falecida. Fala

sério.

Ainda enrolada na toalha, levanto, abro o armário em busca do

notebook. Enquanto ligo o note, vou até a cozinha e preparo uma xícara de

café. Cafeína será minha única companheira por hoje.

Atravesso o hall de entrada da universidade correndo como louca.

Tenho dez minutos para entregar a tese que virei à noite escrevendo. A

bolsa no ombro escorrega várias vezes ameaçando ir para o chão. Esbarro

em algumas pessoas no caminho, mesmo tentando desviar ao máximo,

sempre tem aqueles que ficam dormindo no corredor, e especialmente hoje

não estou com paciência.

Bato na porta da sala do senhor Luca, e aguardo. Sinto os pulmões

arderem a cada vez que respiro fundo, engulo em seco controlando a

vontade de vomitar meus órgãos. Definitivamente preciso praticar

exercícios físicos.

Após alguns minutos, a porta se abre revelando o professor gostosão.

Arrumo a bolsa novamente, e abro um sorriso amarelo. É difícil se

recompor instantaneamente quando você sentiu como se a sua alma tivesse

fugido do corpo.

Arrogante como sempre e com seu olhar de superioridade, estende a

mão para mim sem dizer nenhuma palavra. Entrego trabalho, e balanço a

cabeça positivamente. A sensação de alívio é maravilhosa. Sinto que estou

atraindo olhares, e só então, percebo que estou de pijama e chinelo.

- Droga - resmungo baixo, envergonhada.

            
            

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