Minha Esposa De Luxo
img img Minha Esposa De Luxo img Capítulo 5 Ponderações
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Capítulo 6 Ataque de Víbora img
Capítulo 7 Assinatura img
Capítulo 8 Intuição img
Capítulo 9 Nova Vida img
Capítulo 10 O Começo img
Capítulo 11 Provocações img
Capítulo 12 Recusada pelo Marido img
Capítulo 13 Quarto Invadido img
Capítulo 14 Madame Bittencourt img
Capítulo 15 Esposa Troféu img
Capítulo 16 A Víbora do Jantar img
Capítulo 17 Vida de Aparências img
Capítulo 18 Massagem Quase Erótica img
Capítulo 19 Ressentimento Secreto img
Capítulo 20 Beijo Roubado img
Capítulo 21 Carinho Controverso img
Capítulo 22 Propriedades img
Capítulo 23 Familiares Desagradáveis img
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Capítulo 5 Ponderações

- Isso parece bom demais para ser verdade - ponderei, mordiscando o lábio inferior. O copo de refrigerante entre minhas pernas estava até se aquecendo de tão nervosa que eu estava, embora minha voz permanecesse calma. - Qual é a pegadinha?

Apesar do homem ter balançado a cabeça, como quem diz que a minha ideia é absurda, eu notei quando o motorista lançou um olhar na direção dele. O olhar não foi correspondido, mas eu ainda senti que alguma coisa estava mal explicada naquela história toda.

De qualquer maneira, eu ainda pretendia fugir da situação quando eles menos esperassem. Do lado de fora, ainda dentro dos arredores do restaurante, não havia muito movimento. As pessoas deveriam estar lá dentro consumindo seus pedidos. O homem queria manter a discrição, pelo menos, no momento, já que pretendia me ensinar a viver em seu mundo.

Eu não sabia se me deixava levar pelas conveniências ou se já tentava expressar ali mesmo a minha revolta com a situação. Ruan me pagaria com juros por me fazer passar por toda aquela merda.

- Não há pegadinha alguma, meu amor - disse o homem, com expressão tranquila. Ele esticou o papel junto da caneta em minha direção, não me dando escolhas a não ser pegar logo. - Sua vida pode mudar com o único toque dessa caneta no papel. Só precisa perder esse medo e essa desconfiança. Agora que seremos... próximos... Você verá o quanto esteve perdendo do mundo ao se manter nessa vida.

Meus dedos deslizaram pelo papel, umedecendo-o um pouco com o suor das minhas mãos. A caneta escorregou primeiro, feita do material mais polido e caro que eu já tinha segurado na vida.

Eu não era burra de pensar que o dourado da caneta era meramente ilustrativo. Deveria ser ouro. Mesmo o papel, cuja folha A4 era barata em qualquer papelaria, aparentava ser mais grosso e resistente do que uma folha comum. Não havia dúvida alguma da riqueza daquele homem.

Eu ergui meu olhar para ele, novamente tentando usar daquela minha boa intuição para descobrir potenciais malucos. Mesmo sendo lindo, rico, atraente, alguma coisa naquele homem me deixava com o estômago dando voltas. Alguma coisa nele parecia errada. Era quase como se eu pudesse enxergar por baixo daquela máscara de gentileza e calmaria.

Ele deveria ser o total oposto disso. E valeria a pena perder tudo por um homem daquele tipo?

- Você perguntou minha idade, antes que eu entrasse no carro - falei para o homem bonito, mas me referindo ao motorista. - Não disse que sabia tudo sobre o que estava comprando? Então como não sabia a minha idade?

- Eu tinha de confirmar - ele falou de modo simples, movendo aqueles ombros largos novamente. - É muito comum que cafetões forjem identidades de suas garotas, para não ter problemas com a polícia, caso alguma delas acabe morrendo misteriosamente. Então, basicamente estávamos contando com a sua honestidade.

Inclinei minha cabeça de modo vagaroso, contemplativo.

- Eu ainda posso estar mentindo.

O homem sorriu sem mostrar os dentes, provocando ruguinhas em suas linhas de expressão.

- Não, eu acho que não, meu amor.

Soltei um muxoxo.

Aparentemente, o homem tinha uma resposta para tudo. Estava mentindo, ao que dizia minha intuição, mas ao menos respondia. Eu observei o contrato com mais atenção, tentando ler as entrelinhas de cada cláusula. Seria mais fácil se eu ao menos soubesse como ler mais do que algumas palavras soltas. Acabei encontrando o nome do homem bonito; Anthony Miller. Trinta e seis anos. Pela data de nascimento, também era de escorpião, assim como eu. Nascido uma semana depois, embora nossa diferença de idades fossem quatorze anos.

- Anthony... - murmurei o nome, tentando gravá-lo em minha cabeça. Eu era uma merda com a minha própria memória. Duvidava que se conseguisse fugir naquela noite, ainda lembraria da existência de algum Anthony. - Você é nascido neste país.

Anthony deu uma risadinha baixa.

- Isso foi uma pergunta?

- Não, estou afirmando. Você é daqui. Quero dizer, talvez não daqui de Los Angeles, mas é dos Estados Unidos - afirmei novamente, reparando no sobrenome dele. - Então por que precisa se casar comigo? Eu duvido que precise de um visto permanente.

- Já disse, meu amor, meus negócios não devem ser explicados para quem não precisa saber deles - ele disse num tom levemente frio, mas sorriu. De fato, ele estava fingindo aquela boa compostura toda. - Nosso acordo começa com este contrato. Você assina, vive a sua vida da forma que quiser, e eu vou viver a minha. Se quiser estar comigo, esteja, mas sem sentimento algum. Apenas negócios.

- Você por um acaso tem algum relacionamento às escondidas com alguém, e precisa de mim para abafar alguma especulação?

Anthony reprimiu um sorriso, mas o motorista gargalhou alto. Eu me virei para ele. O bastardo estava inclinado entre os bancos dianteiros, debochando absurdamente de mim.

Fiquei sem entender por que é que a ideia parecia tão divertida. Já haviam me pagado por uma noite em que eu tinha de fingir ser a namorada de um garoto gay. Era sobre isso que eu estava me referindo. Sem preconceitos, mas eu precisava saber.

                         

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