- Polyana, onde você estava? Você é louca? Fiquei louca atrás de tu. Você sumiu. O João me levou pra casa, mas eu não tava conseguindo falar com você. Nunca mais faça isso está me ouvindo?
- Tá bom Melissa já está tudo bem e eu estou em casa.
- Tá bom. Mais tarde eu passo aí na sua casa.
- Ta bom amiga, vou tomar um banho agora é vou dormir porque tô morrendo de dor de cabeça.
Fui tomar um banho e comer alguma coisa, e depois me deitar. Apaguei.
Lucas
As contas estavam cada vez mais difíceis de pagar. Meus pais estava passando por um período ruim lá nos States.
O quiosque fechou porque o dono adoeceu então decidiu se aposentar. Eu estava oficialmente desempregado. Já não tinha mais luz em casa, foi cortada.
Então decidi fazer uma coisa que eu nunca quis antes, uma coisa que sempre foi contra meus conceitos. Mas por conta das circunstâncias, era isso mesmo que teria que ser feito.
Peguei meu celular e disquei um número que era quase invisível na minha agenda, dois toques foram o suficiente para ele atender.
- Fala meu maninho. Diz coé, tu me ligando? - Jtê.. meu primo, um dos sobrinhos do meu pai. Além de meu primo Jtê tinha um cargo mais que importante aqui no Vidigal. Jtê é simplesmente o dono disso aqui.
- Poh velho, to passando por maior cota aqui em casa. As coisas tão difíceis cara. Eu e João tamo desempregados ta ligado?
- Te entendo. O que posso fazer por tu irmão, tamo aqui pra isso.
- Tu me conhece sabe que eu nunca pensei nisso velho mais to precisando mesmo de uma ajuda.
- to ligado meu parceiro tu ta precisando de um dinheiro né !? Tamo junto parceiro! Passa aqui na boca e eu te emprestou uma grana. - Jhonata poderia ter todos os defeitos, mais ele sempre te ajudaria se você significasse alguma coisa para ele.
- Não cara. Não é isso. Não é dinheiro.- Eu poderia simplesmente aceitar e depois pagar ele, mas o caso é que. Não era simplesmente uma conta, eram muitas. Eu teria que trabalha praticamente para pagar ele.- Eu quero um trampo aí na boca. - Falei por fim.
- Tu? quer entrar pra boca meu parceiro? - Perguntou estranhando.
- Isso mesmo cara. Não era isso que eu queria mais é o único jeito. - confirmei.
- Faz o seguinte, chega aqui na boca que nos troca uma ideia. Pode vir agora mesmo, to sozinho aqui.
- Jaé então vou dar um vôo aí. - Falei e desliguei a ligação.
Eu sei.. eu sei..
Eu estava pondo tudo a perder, eu sei que terei que abrir mal do que mais estava me fazendo sorrir. Mais é isso ou rua.
Essa era minha decisão, pode não ser a melhor que eu já fiz na vida mais era que ia acontecer a partir de agora.
Me troquei e fui direto pra boca, conversei maior tempo com o chefia e ele me arrumou o emprego.
Mandou eu começar como vapor, e depois ele ia subindo meu cargo.
Concordei com tudo inclusive com a grana que me adiantou pra ir pagando os atrasos das contas de luz e de água lá de casa.
Eu sei que eu precisava ligar para ela e simplesmente terminar o nosso lance, mais não tive coragem suficiente para isso. Eu tinha certeza que ela ficaria pedindo explicações sobre isso então eu evitei. Somente ignorei, tentando fingir que ela não existia. Mais isso era quase missão impossível.
Por mais que eu quisesse lutar com ela, contra tudo e contra todos para ficar ao seu lado, eu não podia fazer isso. Não com ela.
Eu não podia, eu tava gostando tanto dela que não podia, tirar os sonhos dela. Ela quer fazer faculdade, ter um bom emprego, viajar pelo mundo, conhecer novas culturas, casar, ter filhos. Com essa vida que eu escolhi eu não posso fazer nada disso. Eu escolhi me afastar, para poder ver ela feliz. Para poder ver ela realizada. Ela merece.
Por mais que eu estivesse me matando por dentro, eu não voltaria atrás da minha decisão. Eu nunca mais veria a Patricinha. E isso era de cortar o coração.
Polly
Já tinha se passado duas semanas, duas longas e tediosas semanas. E nada de Lucas dar sinal de vida.
De certo modo isso me preocupava, queria saber se ele estava bem, ou se tinha acontecido algo.
Pedi para Melissa perguntar a João se ele sabia de algo. Mas os dois estavam brigados então não estavam se falando.
Precisava pensar em outras coisas, então decidi entrar em minhas redes sócias, que já havia tempos que eu não mexia.
Havia umas 30 solicitações de amizade, algumas mensagens, e quase 100 notificações.
Depois de verificar tudo, veio uma curiosidade perturbadora em minha mente, queria saber se o Lucas tinha um perfil no Facebook.
Mais como eu acharia ele, se nem ao menos sei o sobrenome dele? Então me veio uma grande ideia em mente. Melissa!
Corri para o seu perfil e pesquisei por Lucas, apareceu uns cem. Porém nenhum deles era o que eu procurava.
Então procurei por João, e logo encontrei, entrei no seu perfil, e vi a última foto que ele havia postado, uma foto de João e Lucas, os dois jogando vídeo game confesso que um sorriso se abriu em meu rosto instantaneamente.
Ele é tão bonito e assim jogando, daquele jeito, todo distraído com um sorriso espontâneo, aquele sorriso perfeito que ele tinha o mesmo sorriso que tomou o meu coração.
Na foto o joão não havia o marcado ele, mas o Lucas havia comentado a foto. Não perdi tempo, e entrei no seu perfil, o mesmo tinha acabado de ser marcado em uma foto.
Era ele, o Lucas, ele estava com uma menina uma morena dos cabelos curtos e negros. Na foto ele estava beijando sua bochecha e ela abraçava o mesmo.
Na legenda ela escreveu "Ao vivo com meu amor, LC." LC ? LC? Esse era o apelido ? LC? aaah me poupe. Que merda de apelido é esse?
Lucas era um falso mesmo, não tem duas semanas e ele me dizia que eu era importante, agora já virou 'amor' na boca das piriga.
Na real eu nem sei por que eu estou tão revoltada. Não temos nada...