Esquecer ele é mais difícil do que eu imaginava. Entrei mais vezes em seu perfil somente para chorar, porque a cada vez que eu entrava era uma foto com uma menina nova isso era mais do que ridículo.
Durante esse tempo todo, quase não tenho saído, mais principalmente nestas ultimas duas semana que eu tenho passado mal direto acho que estou muito doente. Melissa exagerada como sempre acha que eu estou entrando em depressão. Já perguntei da onde ela tirou essa lógica mais ela da de ombros e simplesmente me ignora.
Meu pai quase não para em casa ele esta com uns projetos novos em BH e parece que é coisa grande, então tem reuniões quase todos os dias.
Enfim, eu devo estar com alguma virose, por que estou com enjôos, tontura e dor na barriga. Hoje é dia de folga do meu pai.
E ele esta pediu pra nossa empregada a Valéria, mais conhecida por todos como val. Para preparar um almoço somente para nos dois, para recompensar o tempo que ele não esta tendo pra mim.
Então eu decidi me vestir casualmente usando uma bermuda jeans e uma camisa larga grande e uma melissa.
Fui pra sala de jantar, e meu pai já me esperava sentado à mesa. Me sentei com ele e assim que a comida ia sendo servida senti o cheiro que me fez rodar. Tudo estava rodando e principalmente meu estômago.
Corri para o banheiro com meu pai vindo logo atrás de mim e segurando meu cabelo.
- Meu Deus, minha filha, oque houve? Você ainda não comeu nada por que está vomitando?- Me perguntou espantado, eu nunca fui uma menina de se adiantar atoa. Sempre tive ótima saúde.
- Não sei pai. Foi só um enjôo, já passou deve ser uma virose sei lá. Ou algo que eu comi na rua e tá me fazendo mal.
- Tem certeza? Não quer que eu te leve para o hospital? A Val já me contou que você passou a semana toda passando mal.
- Não pai é serio.. eu estou bem.- Na hora que eu fui me levantar para lavar minha boca senti uma leve tontura mais mesmo assim continuei de pé. Já estava ficando fraca por não ter comido nada e colocando pra fora.
Lavei minha boca para tirar o gosto horrível, fiz um coque mal feito no cabelo. Quando ia saindo do banheiro senti mais uma tontura, só que desta vez mais forte do que já tinha tido antes, e acabei por cair no chão perdendo minha consciência.
Lucas
Com esse mês que passou já estava tudo suave aqui na favela, a patricinha me fazia falta todos os dias, tinha que admitir, estava sonhando com ela quase todos os dias.
Mas se fiz, oque fiz, foi por um bem maior. Todas as minhas dividas, já foram pagar. E agora eu estou juntando uma grana pra comprar minha residência.
Meu irmão no começo brigou bastante comigo, por eu ser o irmão mais novo, ele se achava responsável. E saber que eu entrei na boca, para ele foi como se todo se tempo que ele cuidou de mim ele não fez nada direito.
Mais na verdade não era nada disso. Entrar na boca foi uma decisão minha somente. E eu precisava fazer isso para o meu bem, e para o bem dele.
As vezes eu via a Melissa, mais não tinha coragem de perguntar pra ela como a Poly estava. Uma vez eu pedi para o joão fazer isso, e o meu irmão disse que ela estava ótima, melhor impossível, em sua melhor fase. Parece que a loira já me esqueceu. Só espero que ela seja muito feliz e que encontre o cara certo.
Polly
Acordei e a primeira coisa que eu pude notar e que o lugar que eu estava era bastante frio.
Abri meus olhos devagar e estava em quarto todo branco com um soro sendo injetado diretamente na minha veia. Eu estava em um hospital. Tentei me sentar, dai o meu pai e um senhor de jaleco careca barbudo e baixinho adentraram o recinto.
- Filha como você está? - Meu pai veio rápido até mim seus olhos transbordavam preocupação.
- Estou bem papai.. Por que estou aqui? já posso ir embora? - Perguntei querendo levantar, mas fui impedida pelo médico.
- Calma filha, o médico esta com seus exames, ele vai nos dizer oque tem e logo depois poderemos ir.
- Ta bem. Então doutor já é possível saber oque eu tenho?- Perguntei despreocupado pois sabia que não podia ser nada de grave.
- Sim, seus exames estavam com taxas hormonais acima do que você deveria ter em sua idade.
- E oque isso quer dizer é algo grave?
- Então, nos decidimos fazer um exame mais detalhado para ter certeza de uma suspeita que tínhamos. E essa suspeita foi confirmada.
- Então doutor oque eu tenho? - Já estava mega nervosa, pois a cada do doutor não era muito boa.
- Senhorita se acalme. Você está apenas gravida de aproximadamente um quatro ou cinco semanas. - Que? Como assim?
- Eu.estou.oque? - Perguntei atônita não entendendo nada.
- Como assim gravida? Polyana oque tem a me dizer sobre isso? - Meu pai estava muito bravo. Muito mesmo, eu nunca tinha o visto assim. Eu bem eu estava sem entender.
- Sim é uma gravidez, os enjôos, e tonturas são totalmente normais na gestação nada que vocês devam se preocupar. Bom você já está liberada já pode ir em bora.
Não, não, não, não .... isso não pode estar certo. Meus olhos se encheram de lagrimas e meu rosto já queimava, as lagrimas escorriam sobre o mesmo. Meu pai olhava para mim sem entender, mas quem não tava entendendo era eu.
- Obrigado Dr. - O médico saiu da quarto de hospital me deixando sozinho com meu pai.
- Pai eu...- não consegui dizer nada por causa da minha choradeira. Ele suspirou passou a mão nos cabelos e me olhou.
- Pollyana pelo amor de Deus. De quem é essa criança? - Perguntou aparentemente mais calmo.
- Pai... Eu não posso te falar... não agora.
- Como assim não pode me falar. Quem é o pai Polyana? Fala logo.
- Pai por favor.. Entenda.. eu não posso te falar ainda.. Mais eu sei de quem é.. eu só preciso falar com ele primeiro... Por favor pai.
-Tudo bem Polyana, você vai falar com ele, mais assim que isso passar eu quero saber quem ele é. Vem vai se trocar, e conversamos quando chegarmos em casa.
- Tá bom.
Fomos para casa e ele tomou um banho e depois me chamou para conversar, agora ele estava totalmente mais calmo. E parecia saber exatamente o que fazer.
- Polyana, eu pensei bastante sobre o que tá acontecendo. E eu só quero que saiba, que eu te amo muito, e apesar de você ter somente dezesseis anos, eu estarei aqui.. para tudo o que você precisar, eu te amo muito e por isso eu não posso te abandonar agora.
- Obrigada pai.. muito obrigada.. eu te amo muito. - Chorei no colo do meu pai.
Algumas horas tinham se passado, então eu decidi ligar para Melissa, ela precisava ficar sabendo o que tava acontecendo.
- Mel?
- Oi Polly. Como você está? com saudades.
- Estou relativamente bem. Eu preciso te contar uma coisa onde você está?
- Estou com o joão na praia mais já estou indo pra casa.
- Eu preciso falar com você, sério e o joão não pode saber. - Eu tinha que saber como eu contaria para Lucas primeiro.
- iih Poly to ficando preocupada, não pode contar por telefone?
- Claro que não né Melissa? Acha que se pudesse já não tinha contado?
- Aí tá bom, vou pedir para João me deixar em casa. - Se rendeu, e eu podia ver ela revirar os olhos.
- Tá bom, seja rápida.
- Meu pai... Ta bom to indo...
Demorou uns vinte minutos e ela já estava entrando no meu apartamento, toda descabelada, só de biquíni com um chapéu na cabeça e a bolsa de lado.
- Fala Polyana pelo amor de Deus, pode falar.
- Eu espero você colocar um short. - Debochei dela e ela revirou os olhos.
- Não deu tempo de colocar a roupa, você mandou eh correr. Fala logo. - Implorou já vestida e se jogou na minha cama ao meu lado.
- Melissa, você não sabe oque aconteceu.. - Olhei pra baixo já com os olhos marejados não demoraria para transbordar.
- Fala logo Polyana vou infartar, não chora me conta oque foi? Por favor, to preocupada, me diz. - Implorou segurando minhas mãos.
- Mel.. eu to.. gravida. - Vi seus labios formaram um perfeito 'O' e seus olhos se encheram de lágrimas.
Então ela me abraçou, e eu enfim pude chorar em seu colo. O colo que eu mais já chorei em minha vida.
- Poly como isso foi acontecer? É do Lucas? - Perguntou secando minhas lágrimas.
- Mais é claro, Melissa. Só podia ser dele.
- Nossa ele é tao preocupado com essas coisas de usar camisinha, até mais que o joão. - Deitou minha cabeça em seu colo e passou a mão em meus cabelos.
- Como sabe disso?
- João que me disse, que ele nunca saí sem camisinha, que ele tem uma gaveta só pra guardar as camisinhas dele. - Deu de ombros.
- Ai o idiota não usa logo comigo. - revirei os olhos.
- Fazer o que né amiga. Já sabe oque você vai fazer?
- Tenho que contar pra ele..
- Tem sim. Se você quiser eu vou com você amanhã lá no morro, mas tem que ser de manha cedo.
-Vamos sim. Dorme aqui comigo? - Pedi fazendo cara do gato de botas.
- Tá bom Poly. Sabe amiga, mesmo que você seja essa menina nova e tudo mais, eu tenho certeza que essa criança vai te trazer muita alegria. Não desista dela, tá bom? - Melissa passou a mão em minha barriga, que ainda está plana.
- Não vou. - Coloquei a mão sobre a dela e sorri.
No dia seguinte acordei as sete da manhã, mesmo estando muito cansada, me sentindo um lixo, eu levantei. Tomei um banho, fiz minha higiene matinal.
Fui comer um pão, mas acabou não dando muito certo, porque acabei vomitando tudo.
Meu pai já havia ido pro trabalho e deixou-me um bilhete na geladeira.
" Filha fui trabalhar e não quis te acordar, tenha um bom dia. Tudo oque precisar é só me ligar. Eu amo vocês."
Meu pai já estava conformado com essa ideia de ter um netinho ou netinha. Eu tava super nervosa de ter que ver o Lucas de novo, e pior, contar para que ele seria pai.
Terminamos de nós arrumar, e comer então partimos para o Vidigal.
Na entrada do morro tinha alguns garotos, mais eles nem falaram nada quando viu a gente entrando, Mel já é conhecida ali. Chegamos em frente à casa do Lucas e o João tava na frente da casa, falando com um garoto.
Assim que João me viu fez uma careta nada boa.